Conselho de Ética ouve ex-assessora e define próximos passos
O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba ouviu, nesta terça-feira (11), o depoimento de Cleusa da Cruz Santos, ex-assessora parlamentar do vereador Professor Galdino (PSDB), a quem acusa de discriminação racial. Durante a reunião, ela relatou os episódios que levaram ao boletim de ocorrência registrado na Delegacia da Mulher e confirmou o teor da denúncia protocolada pelo Conselho Municipal de Política Étnico Racial, representado pelo seu presidente, Saul Dorval da Silva.
Cleusa trabalhou com o Professor Galdino de dezembro de 2009 a novembro de 2010, quando foi exonerada pelo parlamentar. “Em abril, eu já estava decidida a deixar o gabinete, quando uma colega pediu que eu ficasse. Era difícil para todos trabalhar dentro do gabinete, pois ele era agressivo. Achei que ele ia se acostumar comigo e fui ficando”, diz Cleusa. Ela trocou uma carreira de 17 anos como guia turística pela oportunidade de trabalhar no gabinete de Galdino.
“Teve uma noite que ele me insultou quando ia trocar de jaleco. Disse que eu estava sujando o jaleco. Em um restaurante, também me insultou e repreendeu”, relatou Cleusa ao Conselho de Ética, com detalhes para subsidiar as queixas de assédio moral, discriminação racial e agressão física em duas ocasiões.
Perguntada pelos motivos que a fizeram trabalhar durante 11 meses com o vereador, Cleusa disse precisar da remuneração. Ela contou aos membros do Conselho de Ética que só decidiu formalizar a denúncia após conversar com a filha. “Só depois de exonerada eu tive coragem de contar para a minha filha o que acontecia no gabinete. Ela que me convenceu a votar no vereador a primeira vez. Ela reuniu os ex-colegas de faculdade, que pediram para eu fazer a denúncia”, afirma a ex-assessora parlamentar.
“Eu não tenho interesse em afastar ele da função, mas quero que respeite os seus funcionários. Não quero mais ninguém passando pelos constrangimentos que eu passei”, reforça Cleusa. O presidente do Conselho Étnico Racial chamou a ex-assessora parlamentar de corajosa, informando aos vereadores que a denúncia feita pelo órgão contra o vereador Galdino seguiu todas as etapas exigidas por lei, do boletim de ocorrência ao exame pelos membros do conselho. “Nós temos muito cuidado com as denúncias. Recebemos cerca de 80 por dia. Aquelas que têm testemunhas e registro na delegacia nós discutimos no conselho”, informou Saul Dorval da Silva.
Próximos passos
O Conselho de Ética aguarda o desenvolvimento das investigações abertas pela Delegacia da Mulher para finalizar o relatório sobre o caso. Outras duas denúncias contra o vereador Galdino estão sob análise do conselho. A primeira, de abuso do poder político e crime eleitoral, também aguarda investigações de órgão especializado, no caso o Ministério Público Federal e o Tribunal Regional Eleitoral.
Quanto à denúncia de quebra de decoro parlamentar, motivada por notas divulgadas pela assessoria de imprensa do vereador Professor Galdino, serão ouvidas duas novas testemunhas no próximo dia 2 de fevereiro, às 15h, na sala de reuniões da presidência. São dois jovens que tinham a atribuição de fazer a manutenção das páginas do vereador na internet. Com isto, o Conselho de Ética espera reconstituir os arquivos da publicação, para confirmar a existência da nota que motivou o inquérito.
“Não podemos antecipar juízos de valor. Tão logo recebemos as denúncias, abrimos os inquéritos, mas não podemos atropelar os passos legais”, apontou o presidente do Conselho de Ética, vereador Roberto Hinça (PDT). Ele acatou a sugestão para a criação de um serviço de atendimento por telefone para casos de racismo, feita pelo presidente do Conselho Étnico Racial. Reunião com o departamento jurídico da Câmara, para instruir os vereadores que analisam as denúncias, ficou marcada para o mesmo dia 2 de fevereiro, às 14h30. Os relatórios poderão ser apresentados a partir da terceira semana de fevereiro.
Cleusa trabalhou com o Professor Galdino de dezembro de 2009 a novembro de 2010, quando foi exonerada pelo parlamentar. “Em abril, eu já estava decidida a deixar o gabinete, quando uma colega pediu que eu ficasse. Era difícil para todos trabalhar dentro do gabinete, pois ele era agressivo. Achei que ele ia se acostumar comigo e fui ficando”, diz Cleusa. Ela trocou uma carreira de 17 anos como guia turística pela oportunidade de trabalhar no gabinete de Galdino.
“Teve uma noite que ele me insultou quando ia trocar de jaleco. Disse que eu estava sujando o jaleco. Em um restaurante, também me insultou e repreendeu”, relatou Cleusa ao Conselho de Ética, com detalhes para subsidiar as queixas de assédio moral, discriminação racial e agressão física em duas ocasiões.
Perguntada pelos motivos que a fizeram trabalhar durante 11 meses com o vereador, Cleusa disse precisar da remuneração. Ela contou aos membros do Conselho de Ética que só decidiu formalizar a denúncia após conversar com a filha. “Só depois de exonerada eu tive coragem de contar para a minha filha o que acontecia no gabinete. Ela que me convenceu a votar no vereador a primeira vez. Ela reuniu os ex-colegas de faculdade, que pediram para eu fazer a denúncia”, afirma a ex-assessora parlamentar.
“Eu não tenho interesse em afastar ele da função, mas quero que respeite os seus funcionários. Não quero mais ninguém passando pelos constrangimentos que eu passei”, reforça Cleusa. O presidente do Conselho Étnico Racial chamou a ex-assessora parlamentar de corajosa, informando aos vereadores que a denúncia feita pelo órgão contra o vereador Galdino seguiu todas as etapas exigidas por lei, do boletim de ocorrência ao exame pelos membros do conselho. “Nós temos muito cuidado com as denúncias. Recebemos cerca de 80 por dia. Aquelas que têm testemunhas e registro na delegacia nós discutimos no conselho”, informou Saul Dorval da Silva.
Próximos passos
O Conselho de Ética aguarda o desenvolvimento das investigações abertas pela Delegacia da Mulher para finalizar o relatório sobre o caso. Outras duas denúncias contra o vereador Galdino estão sob análise do conselho. A primeira, de abuso do poder político e crime eleitoral, também aguarda investigações de órgão especializado, no caso o Ministério Público Federal e o Tribunal Regional Eleitoral.
Quanto à denúncia de quebra de decoro parlamentar, motivada por notas divulgadas pela assessoria de imprensa do vereador Professor Galdino, serão ouvidas duas novas testemunhas no próximo dia 2 de fevereiro, às 15h, na sala de reuniões da presidência. São dois jovens que tinham a atribuição de fazer a manutenção das páginas do vereador na internet. Com isto, o Conselho de Ética espera reconstituir os arquivos da publicação, para confirmar a existência da nota que motivou o inquérito.
“Não podemos antecipar juízos de valor. Tão logo recebemos as denúncias, abrimos os inquéritos, mas não podemos atropelar os passos legais”, apontou o presidente do Conselho de Ética, vereador Roberto Hinça (PDT). Ele acatou a sugestão para a criação de um serviço de atendimento por telefone para casos de racismo, feita pelo presidente do Conselho Étnico Racial. Reunião com o departamento jurídico da Câmara, para instruir os vereadores que analisam as denúncias, ficou marcada para o mesmo dia 2 de fevereiro, às 14h30. Os relatórios poderão ser apresentados a partir da terceira semana de fevereiro.
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