Congresso em Defesa da Família debate prevenção ao abuso sexual

por Assessoria Comunicação publicado 28/08/2013 19h25, última modificação 17/09/2021 09h17

As formas de prevenir o abuso sexual, identificar sinais de sua existência e, ainda, como tratar estas situações, foram alguns dos temas debatidos no Congresso em Defesa da Família, realizado na tarde desta quarta-feira (28), na Câmara de Curitiba, por iniciativa da vereadora Carla Pimentel (PSC).
    
A palestra magna ficou a cargo de Guilherme Schelb, que é procurador regional da República, têm livros publicados na área da infância, e também coordena o Programa Proteger, de Combate a Violência e Criminalidade. Vereadores, professores, psicólogos, conselheiros tutelares, profissionais de segurança pública, religiosos, além de outros segmentos da sociedade civil participaram do evento.
    
Na avaliação de Carla Pimentel, a atividade foi muito produtiva, pois significou um momento de aprendizado focado na prática. “Essa Casa só tem sentido de estar aberta se a população estiver aqui, e se os temas que abordarmos forem de interesse da sociedade. Precisamos mais de ações e menos de palavras”, destacou.
    
Pimentel adiantou, ainda, que as discussões realizadas no evento serão transformadas em uma carta de intenções, a ser entregue aos diversos órgãos ligados a área da infância e juventude. “Também fundamentarão uma proposta de lei que está tramitando na Casa e que visa prevenir a violência contra crianças e adolescentes”, detalhou a parlamentar.

Palestra

Em sua apresentação, Guilherme Schelb criticou a cultura da “liberdade excessiva” e defendeu a imposição de limites por parte dos pais e educadores. Segundo ele, o abuso sexual ocorre, em sua grande maioria, no ambiente familiar e estima-se que ocorra, no Brasil, um caso a cada sete minutos.
    
O procurador disse que um dos sinais que devem chamar a atenção de quem suspeita de um caso de abuso sexual é a desqualificação dos filhos por parte dos pais. “É quando você vai até a família para investigar o porquê de aquela criança estar com um tipo de comportamento e a família, que podemos classificar como abusadora, logo desqualifica a criança”, explicou.
    
Outro fator crítico apontado pelo especialista acontece quando os pais rejeitam o sexo da criança. “Eu já atuei em casos assim, em que a mãe não teve a menina que desejava e vestia seu filho homem com roupas de mulher, o que gerou uma série de constrangimentos para o menino”, relatou
    
Guilherme Schelb também alertou para sinais que as crianças apresentam quando estão sendo aliciadas por pedófilos, como falar palavrões ou palavras de conotação sexual; pesadelos muito intensos e frequentes; autoflagelação; ideias ou tentativas de suicídio e maldade extrema com animais.  
    
“Os pedófilos se aproximam com carinho, não são agressivos e usam palavras sutis, para que a criança se sinta acolhida. Talvez eles mostrem revistas, filmes pornográficos ou contem histórias eróticas”, detalhou, ao falar sobre o contexto de uma abordagem.
    
O procurador também deu orientações sobre como quem investiga um caso de abuso deve se comportar. “Ao investigar um caso, tome cuidado para não provocar mais um abuso”, observou. E para evitar esta situação, Schelb apelou para que a intimidade da vítima seja preservada. “Só fale com quem vai cuidar do caso. Não acuse ninguém, pois quem tem de investigar é a polícia”, recomendou.

Repercussão

Atuando na Guarda Municipal há mais de 10 anos, o GM Edenilson e a supervisora Ivaszek avaliaram o congresso como um momento para ampliar a visão a respeito da proteção à infância. “Para sermos guardas, temos que conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas aqui aprendemos um pouco mais sobre como ampliar este círculo de proteção”, afirmou Edenilson.
    
Já para a supervisora Ivaszek, a GM tem um papel importante de prevenção, pois circula por toda a cidade e tem contato direto com a população. “Atuamos juntos às creches, e o que discutimos aqui hoje serve para que prestemos cada vez mais atenção nos sinais que as crianças emitem”, disse.
    
Também participaram do evento a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Édina de Paula, a Delegada Titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente – Nucria, Luciana de Novais, a secretária executiva da Polícia Civil do Paraná, Nilceia Ferraro da Silva, e o pastor Ival Teodoro, presidente da Convenção das Igrejas Evangélicas  Assembleias de Deus no Paraná.
    
O Congresso da Família prossegue nesta quinta-feira (29), às 14 horas, no Salão Nobre da prefeitura de Curitiba, com a presença de Damares Alves, assessora jurídica da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, advogada, mestre em Educação, pastora e coordenadora educacional do Programa Proteger.