Conferência de Educação: vereadores de Curitiba criticam “viés ideológico”

por José Lázaro Jr. e Mauricio Geronasso*, especial para a CMC — publicado 28/11/2023 13h07, última modificação 28/11/2023 13h07
Em tom de denúncia, Ezequias Barros, Osias Moraes e Eder Borges afirmaram que etapa municipal da Conae privilegiou movimentos LGBTI.
Conferência de Educação: vereadores de Curitiba criticam “viés ideológico”

O vereador Ezequias Barros (PMB) alega que a Conferência boicotou a participação de famílias cristãs, enquanto privilegiou movimentos sociais LGBTI. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A realização da etapa municipal da Conferência Nacional de Educação (Conae), na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), nos dias 13 e 14 de novembro, foi duramente criticada na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Hoje (28), os vereadores Ezequias Barros (PMB), Osias Moraes (Republicanos) e Eder Borges (PP) subiram à tribuna da CMC, no pequeno expediente, para, em tom de denúncia, acusarem a organização de privilegiar movimentos sociais LGBTI. Borges disse que sua esposa foi agredida fisicamente.

A realização da etapa local da Conae foi coordenada pelo Fórum Municipal de Educação, que tem 36 membros e é regulamentado por uma portaria da Prefeitura de Curitiba, sendo que um terço das vagas são da Secretaria Municipal de Educação (SME). O evento citado pelos vereadores diz respeito à convocação da Conferência Nacional de Educação (Conae) Extraordinária, por meio do decreto 11.697/2023, para rever as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2024-2034.

Vereadores de Curitiba queixam-se da organização local da Conae

“Selvagens, covardes e ignorantes, esse é o nível dos educadores e professores presentes nesta conferência”, acusou o vereador Eder Borges. A fala foi motivada, de acordo com o parlamentar, pelos xingamentos recebidos por ele ao ser reconhecido enquanto assistia aos debates. “Minha esposa foi agredida neste evento. Muito típico destes marginais de sindicato. O que aconteceu neste evento não foi correto. Não houve transparência. Foi uma festa de sindicatos e movimentos de extrema esquerda que querem destruir a nossa educação”, disse Borges.

Já o vereador Ezequias Barros acusou a organização da etapa municipal da Conae de boicotar a participação de famílias cristãs, enquanto privilegia movimentos sociais LGBTI. "Não podemos aceitar isso! Por que somente um lado participou da conferência?", perguntou. Primeiro a abordar o assunto nesta manhã, Barros disse ter recebido queixas de pessoas que não puderam votar na conferência municipal, que ele atribuiu a uma manobra para dificultar a participação de uma maior pluralidade de pessoas. 

Osias Moraes reforçou essas críticas e defendeu que não houve transparência na etapa municipal da Conae. “Parece que as escolas vão se tornar um lugar de ideologia ao invés de educação. Isto é lamentável. A escola é lugar de promover a inclusão e não a diversidade. Não tivemos direito a discutir e muito menos a voto. Não pude expressar a minha opinião”, relatou, descrevendo problemas na hora de votar.

A participação da Prefeitura de Curitiba no Fórum de Educação, que organizou a etapa municipal da Conae, foi questionada pelos três vereadores por meio de um pedido de informações ao Executivo (062.01015.2023), que também é assinado por Indiara Barbosa (Novo), Noemia Rocha (MDB), Rodrigo Reis (União) e Sargento Tânia Guerreiro (União). Ao todo, são oito questionamentos, entre os quais há perguntas sobre o chamamento à participação dos vereadores na conferência da educação.

*Notícia elaborada pelo estudante de Jornalismo Mauricio Geronasso, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: José Lázaro Jr.
Revisão: Ricardo Marques