Apoiada concessão do Zoológico de Curitiba à iniciativa privada

por José Lázaro Jr. | Revisão: Vanusa Paiva — publicado 11/10/2022 15h30, última modificação 11/10/2022 18h50
As indicações aprovadas na CMC são sugestões de atos administrativos para a Prefeitura de Curitiba.
Apoiada concessão do Zoológico de Curitiba à iniciativa privada

Vereadora Amália Tortato defendeu a concessão do Zoológico de Curitiba à iniciativa privada. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta terça-feira (11), em votação simbólica, os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) apoiaram o pedido de privatização do Zoológico de Curitiba. A proposta de conceder o parque à iniciativa privada foi apresentada por Amália Tortato (Novo) e Pier Petruzziello (PP) como sugestão à Prefeitura de Curitiba (205.00309.2022). Eles argumentam que a adoção desse novo modelo de gestão economiza R$ 6 milhões por ano aos cofres públicos e permite a modernização do espaço. “O Zoo de Curitiba está desatualizado”, disse Amália Tortato.

Amália Tortato citou como exemplo, em plenário, os parques de Vila Velha e das Cataratas do Iguaçu e o Zoo Safári (SP). “A gratuidade de acesso pode até ser mantida, conforme for o modelo de concessão”, defendeu. A equipe da parlamentar anexou à sugestão um estudo com 15 páginas, para embasar a sugestão à Prefeitura de Curitiba. “Não apresentamos um projeto de lei por se tratar de uma competência do Executivo”, explicou, colocando-se à disposição para discutir a proposta.

Marcelo Fachinello (PSC) apoiou a sugestão, destacando que, apesar de ser uma atração muito visitada em Curitiba, o zoológico hoje não oferece exploração comercial suficiente para arcar com suas despesas. Rodrigo Marcial (Novo) concordou que “é uma oportunidade para experimentar um novo modelo de gestão, que não precisa ser definitivo”. Ao participar da discussão, Mauro Ignácio (União) pediu a realização de uma audiência pública sobre o assunto, ao que Márcio Barros (PSD) colocou a Frente Parlamentar da Retomada Econômica à disposição para a convocação do debate.

Durante o debate, Professor Euler (MDB) opinou que seria interessante Curitiba estudar a mudança de paradigma, em vez de só alterar o tipo de gestão, passando de um “zoológico de exibição” dos animais para outro que fosse mais como um santuário para as espécies abrigadas. Márcio Barros comentou que, na prática, hoje o equipamento público já recebe animais resgatados de circos e casas, por exemplo, que não teriam condições de serem devolvidos ou cuidados de outra forma. “De certa forma, já é um santuário”, opinou. A íntegra do debate está disponível no canal da CMC no YouTube (veja aqui).

O Zoológico de Curitiba se tornou um assunto na CMC quando, em março deste ano, Indiara Barbosa (Novo) questionou a aquisição, pelo Executivo, de uma estátua da girafa Pandinha por R$ 100 mil. Conhecida por ser “a girafa mais velha do Brasil”, ela morreu aos 33 anos de idade e o Executivo viu no acontecimento uma oportunidade de homenageá-la e criar um espaço de educação ambiental. Amália Tortato disse que foi essa discussão que a motivou a protocolar a sugestão de privatização do Zoológico de Curitiba.

Apesar de não serem impositivos, os requerimentos e as indicações aprovados na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população e são submetidos ao plenário, que tem poder para recusá-los ou endossá-los. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.