Compra do robô cirurgião depende de liberação de recursos
O Hospital Erasto Gaertner perdeu o prazo para atingir 60% da captação de recursos para a implantação de um sistema cirúrgico robótico. Inscrito no Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) do Ministério da Saúde (MS), o projeto dependia desta meta para que sua implementação fosse autorizada. Na sessão plenária desta segunda (15), a instituição pediu a ajuda da Câmara de Curitiba para garantir que o valor arrecadado seja liberado pelo órgão.
Segundo o superintendente Adriano Lago, até o dia 31 de março – prazo final determinado pelo MS – o hospital só tinha captado R$ 8,3 milhões, equivalente a 53% dos R$ 15,6 milhões aprovados para o projeto “Inovação do Centro Cirúrgico com Sistema Cirúrgico Robótico”. O programa previa a implantação do robô cirurgião e capacitação de uma equipe especializada para realizar em torno de 500 cirurgias oncológicas, demanda que atualmente não é atendida pelo convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde).
A dificuldade enfrentada em alcançar a meta chegou a ser informada ao Legislativo dias antes do fim do prazo, durante a visita da Comissão de Saúde (leia mais). Na ocasião, o representante do hospital afirmou ter acionado as secretarias municipal e estadual de Saúde, mas sem sucesso. “Não tivemos um retorno concreto de como a esfera pública pode nos ajudar. Inclusive, conversamos com o Adriano Massuda [secretário municipal], mas ele nos orientou a marcar uma reunião com o prefeito, que ainda não conseguimos”, disse ao colegiado.
A arrecadação foi feita por meio de doações com abatimento no Imposto de Renda (IR), tanto por pessoa física, quanto jurídica. Mas como a meta de 60% não foi alcançada, o valor captado está parado no Ministério da Saúde. “Fiquei extremamente desanimado. Em São Paulo, quando participei da implantação do mesmo programa, conseguimos finalizar a captação dos recursos em apenas três dias”, lamentou Adriano Lago.
De acordo com o superintendente, o Hospital Erasto Gaertner enviou uma carta ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, pedindo a liberação dos recursos. “Os R$ 8,3 milhões garantem pelo menos a compra do robô cirurgião e a realização de 30 procedimentos cirúrgicos. O projeto está vivo e quero contar com o apoio dos vereadores”, informou Lago, ao solicitar o apoio dos vereadores para reforço este pedido junto ao prefeito Gustavo Fruet.
Para Adriano Lago, a instituição “corre contra o tempo” para garantir a implantação do projeto. “Tudo isto devido à questão cambial. O robô custa US$ 3 milhões e o preço do dólar influencia no valor”, argumentou. “A vinda de um robô como este depende da vontade política do prefeito”, completou Noemia Rocha (PMDB), presidente da Comissão de Saúde. “Vamos conversar com a comissão e providenciar uma agenda com o prefeito”, comprometeu-se o líder do governo na Casa, Paulo Salamuni (PV).
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