Compol 2024: Diretoria de Comunicação apresenta o CMC Podcasts

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Alex Gruba — publicado 16/04/2024 15h30, última modificação 16/04/2024 18h01
Patricia Tressoldi, diretora de Comunicação Social da Câmara Municipal de Curitiba, participou do painel “O Desafio da Comunicação Pública na Era Digital”.
Compol 2024: Diretoria de Comunicação apresenta o CMC Podcasts

Patricia Tressoldi dividiu o painel sobre comunicação digital com o secretário de Comunicação do RJ, Igor Marques, e o diretor-geral da Comunicação do PR, Eduardo Pungnali. (Foto: Brunno Abati/CMC)

No segundo dia de programação da edição paranaense do Compol – Comunicação Política e Institucional, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) voltou a ser destaque no evento, que acontece no Canal da Música. Nesta terça-feira (16), a Diretoria de Comunicação Social (DCS) do Legislativo participou do painel “O Desafio da Comunicação Pública na Era Digital”, com a apresentação do case do CMC Podcasts, a mais nova ferramenta de comunicação digital da Casa.

O Compol está em Curitiba pela primeira vez e reuniu, em dois dias de programação, jornalistas, especialistas em redes sociais, em marketing político e eleitoral, secretários de Comunicação, advogados e magistrados. Em um evento que é considerado o maior evento de comunicação política e institucional do país, a diretora de Comunicação da CMC, a jornalista Patricia Tressoldi, compartilhou o painel com o secretário de Comunicação Social do Estado do Rio de Janeiro, Igor Marques, e o diretor-geral da Secretaria de Estado da Comunicação do Paraná (Secom), Eduardo Pungnali, para falar sobre a sua experiência na comunicação pública e os desafios em levar a produção legislativa para a cidade por meio dos canais digitais. 

Segundo Tressoldi, o principal case da CMC, e o que atrai profissionais de comunicação de outras câmaras municipais, é o modelo de trabalho da DCS, que é respaldado pela instrução normativa 3/2022. Essa norma instituiu as políticas de Comunicação Social e os procedimentos a serem adotados pela Diretoria de Comunicação Social do Legislativo no cumprimento de suas atribuições. “É justamente para que não haja interferência da gestão, de um ou outro vereador na comunicação. […] É isso que nos permite ousar. […] Temos regras dentro da Comunicação. A Câmara inteira, os gabinetes sabem das nossas regras”, comentou. 

Patricia Tressoldi também destacou que a CMC faz uma comunicação pública e institucional 100% digital, sem contratos de publicidade ou tráfego pago. “O principal canal de comunicação é o site, com publicação de notícias com foco em SEO, com disparo através da imprensa, enquanto que as redes sociais atuam como vitrine. A gente quer que a pessoa procure pela Câmara de Curitiba no Google e caia no nosso site, e não na página do G1”, disse. “Não temos dinheiro [para publicidade, impulsionamento]. É tudo orgânico. Temos as práticas de SEO”, complementou a jornalista. Além do site institucional, outra ferramenta de comunicação digital da CMC que adotas práticas de ranqueamento nos algoritmos dos buscadores é o CMC Podcasts, lançado pela Câmara em novembro de 2023. 

Mais de nove programas já estão no ar, para assistir de onde quiser

Gravado no estúdio da Diretoria de Comunicação, o CMC Podcasts tem o objetivo de motivar os telespectadores a se informarem sobre temas relevantes da cidade de Curitiba, e a conhecerem melhor os vereadores e suas bandeiras, através de conversas divertidas sobre o povo curitibano e suas curitibanices. O vereador que está ali, do lado, para escutar as pessoas, [mas hoje em dia] as pessoas não têm mais esta referência. [Com o podcast] a gente tenta humanizar mais esta relação. São tantos haters que as pessoas esquecem a importância da instituição”, explicou Patricia Tressoldi, durante o painel do Compol PR. 

Lançado em 20 de novembro, o CMC Podcasts conta com 14 programas planejados, dos quais nove estão no ar, no canal do YouTube do Legislativo, no Spotify e outros players de podcasts. Ao todo, serão dez programas temáticos que nasceram com base nas comissões permanentes da Câmara de Curitiba. Cada um terá uma temporada com um tema a ser debatido em quatro ou três episódios: Pode ou não pode?; Cabe no bolso?; Inclusão Já!; Respeito!; Entre Quadras e Bibliotecas; Verde que combina com a gente; Remediar e prevenir; Curitibacraft; Do Povo, Para o Povo, Pelo Povo; e Mãos à Obra. 

Também estão sendo gravados programas livres, como o Você na CMC, que apresentará o trabalho de órgãos internos da Câmara, como o Serviço de Informação ao Cidadão, a Escola do Legislativo, a Procuradoria da Mulher, entre outros departamentos; e o Curitibou!, com foco em entretenimento, que aborda particularidades marcantes da cidade. Outros dois programas trazem entrevistas com vereadores: o Você me representa e o Tribuna Livre, que servem para apresentar o perfil do vereador e suas bandeiras. 

Outras impressões do painel sobre comunicação digital

Colegas de painel, o secretário de Comunicação do Rio de Janeiro, e o diretor de Comunicação do Governo do Paraná, também apresentaram suas experiências na gestão pública. Para Igor Marques, a comunicação digital, “em um olhar 360, é desafiadora”. Quando assumiu a gestão fluminense, há quatro anos, ele disse que o principal desafio foi montar um núcleo especializado em comunicação digital, levando o Governo do Rio de Janeiro a contratar, pela primeira vez, via licitação, uma empresa especializada em comunicação digital. 

Acertando e errando, e entendendo os formatos, estamos tendo a oportunidade de oferecer outro tipo de conteúdo”, disse o secretário de Comunicação do RJ. Marques explicou que, atualmente, sua pasta conta com uma sala de monitoramento digital, que funciona como uma espécie de clipping, que monitora em tempo real a performance dos conteúdos produzidos pela Comunicação. “A gente passa a entender as situações e tomar decisões não só com base no achismo. […] Virou quase que uma grande ouvidoria. Hoje, nossas redes são indiscutivelmente um canal de comunicação e de diálogo”, emendou.

Para o diretor-geral da Secretaria de Comunicação do Paraná, as redes sociais podem ser comparadas a uma praça pública, na qual todos estão ali para fazer julgamentos, dar opiniões.
Hoje, você tem um hater profissional, você tem muito mais o ódio pela desinformar. E esse é um desafio que temos todos os dias, quando a gente acorda: que é abraçar essa pessoa e mantê-la informada. Hoje, a pessoa pega a informação toda fatiada”, afirmou. Ainda sobre desafios, Eduardo Pungnali afirmou: “O maior perigo é o questionamento [por parte do Ministério Público] do uso de perfis oficiais que podem ou não estar em situação de uso pessoal. Esse seria o maior desafio dessa comunicação”. 

Compol Brasil: o maior evento de comunicação política do país

O Compol é considerado o maior evento de comunicação política e institucional do paísOntem, primeiro dia da programação, foram realizados painéis com foco em temas como comunicação política e representatividade, sentimentos do eleitorado, políticos digitais, gestão de crise. Um deles contou com a presença do presidente do Legislativo, Marcelo Fachinello (Pode), no painel Painel Políticos Digitais. Já no segundo dia, realizado nesta terça-feira, os painéis trataram de assuntos como redes sociais e tráfego pago, campanhas digitais e inteligência artificial.

No Paraná, além da edição inédita de Curitiba, também será realizada uma em Londrina, em 22 de maio. Outras localidades do país, como Maceió (TO), Brasília (DF) e Palmas (TO), também receberão os eventos regionais antes da edição nacional, o Summit Cidades, que será em junho, em Florianópolis (SC). O evento é destinado a jornalistas que cobrem política, assessores de imprensa de agentes políticos, jornalistas, profissionais do marketing político e comunicadores em geral, além de políticos e aspirantes à vida pública.