Comissões da CMC e da Assembleia discutem crise dos hospitais

por José Lázaro Jr. | Revisão: Alex Gruba — publicado 28/10/2022 10h25, última modificação 31/10/2022 08h03
Vereadores buscam articulação com Comissão de Saúde Pública da Alep para evitar fechamento de leitos e demissões.
Comissões da CMC e da Assembleia discutem crise dos hospitais

Reunião das comissões de Saúde está marcada para 14h30 na sala da Presidência da Alep. (Foto: Josette Leprevost/Alep)

Atualização: a reunião entre as comissões de Saúde da CMC e da Alep foi desmarcada neste sábado (29) e uma nova data ainda não foi combinada.

Nesta segunda-feira (31), às 14h30, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) tem uma reunião com deputados na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Combinada entre a presidente do colegiado, Noemia Rocha (MDB), e o presidente da Comissão de Saúde Pública da Alep, Dr. Batista (União), a atividade busca soluções para evitar fechamento de leitos e demissões em hospitais que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) na Região Metropolitana de Curitiba.


No dia 4 de outubro, a CMC mediou uma reunião entre dirigentes dos hospitais Cajuru, Evangélico Mackenzie e Pequeno Príncipe com os secretários municipais de Governo, Luiz Fernando Jamur, e da Saúde, Beatriz Battistella Nadas. Na ocasião, eles expuseram que as instituições operam com um déficit mensal de R$ 23,6 milhões, decorrente do subfinanciamento crônico do SUS, que se não for equalizado vai obrigar os hospitais a reduzirem os atendimentos para reduzir o endividamento.

“O endividamento dos hospitais já chega a R$ 500 milhões! Estamos tentando sensibilizar os órgãos públicos que a nossa situação é emergencial. A gente precisa de algum tipo de subsídio agora pra gente sobreviver até o final do ano. Como temos esse endividamento e uma margem negativa, o déficit só cai se a gente reduzir leitos e atendimentos. O impacto é gigantesco e a gente não quer isso”, disse Álvaro Quintas, do Hospital Cajuru, no papel de porta-voz do grupo, naquela reunião (leia mais).

Pelo levantamento dos cinco hospitais, a ausência de um auxílio emergencial pode resultar no fechamento de 416 leitos e 1.794 demissões. O quadro pode ser mais grave, dizem as instituições de saúde, se o piso nacional da enfermagem for implantado sem correções orçamentárias, pois daí o déficit operacional mensal de R$ 23,6 milhões sobe para R$ 32,8 milhões. “Sem uma resposta da Prefeitura da Curitiba, agora vamos ao Governo do Paraná”, avisou Noemia Rocha. Com ela, fazem parte da comissão Marcelo Fachinello (PSC), João da 5 Irmãos (União), Oscalino do Povo (PP) e Pastor Marciano Alves (Solidariedade).

A Comissão de Saúde Pública da Alep, presidida pelo Dr. Batista, é composta também por Michele Caputo (PSDB), Arilson Chiorato (PT), Cristina Silvestri (PSDB), Evandro Araújo (PSD), Márcio Pacheco (Republicanos) e Ricardo Arruda (PL). A articulação multinível, entre município e estado, foi uma das sugestões surgidas na reunião da CMC com a prefeitura e hospitais, da qual também participou o presidente do Legislativo da capital, Tico Kuzma (Pros). A reunião acontecerá na presidência da Alep.