Comissão vistoria mais três viadutos; relatório parcial será enviado à Prefeitura

por Assessoria Comunicação publicado 13/12/2019 10h05, última modificação 12/11/2021 07h52
Na tarde desta quinta-feira (12), o viaduto do Orleans e os que fazem a ligação entre os contornos sul e norte foram vistoriados pela Comissão Especial de Avaliação de Pontes e Viadutos da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O objetivo do colegiado é fazer um trabalho preventivo e evitar a ocorrência de tragédias, bem como sugerir possíveis melhorias no sistema viário. Além de vereadores que compõem a comissão, técnicos do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), acompanharam os trabalhos.

No final de novembro os parlamentares verificaram as condições de segurança da ponte de madeira do Parque Tingui e do Viaduto do Colorado. Os relatórios com as recomendações do que deve ser feito nestes locais, produzidos pelo ITTI e o IEP, já foram entregues ao colegiado, que também teve uma reunião junto ao Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER-PR) e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) para debater sobre a duplicação do Viaduto do Orleans. Segundo o relator, Bruno Pessuti (PSD), um relatório parcial das vistorias será  encaminhado à Prefeitura.

Confira aqui mais fotos da visita técnica.

Orleans
De acordo com o presidente da comissão, vereador Mauro Ignácio (PSB), no viaduto do Orleans, que passa por cima da BR 277 e liga os bairros São Braz, CIC e Campo Comprido, foram encontradas algumas rachaduras na superfície e um pouco de corrosão na parte de baixo, “nada grave, mas que ainda assim inspira cuidado”.

“A cidade cresceu muito nos últimos anos, assim como o fluxo de veículos nesta região, e uma alternativa para o trânsito seria a duplicação [do viaduto]. Há seis anos trabalhamos nesse sentido e enquanto comissão estivemos no DER discutindo o assunto. Há um estudo do Ippuc concluído, mas falta a validação da [empresa] concessionária [da BR 277] para que possamos, num prazo de um ou dois anos, ter essa obra em andamento”.

Na opinião do engenheiro Mauro Lacerda, coordenador do ITTI, o que foi possível avaliar é uma maior necessidade de manutenção e conservação, principalmente nos chamados elementos secundários, não no viadutos em si. “Por exemplo, veja as áreas de acesso, que já estão sendo solapadas pelo tráfego, o que significa que, aos poucos, você vai ter o risco do próprio talude, antes do viaduto, sofrer algum tipo de colapso. Além disso, não existem elementos de drenagem suficientes, há tendência de empossamento [da água] e perda da direção dos veículos”.   

Lacerda alertou ainda que os guarda corpos estão em condições precárias. “Claro que isso não vai causar a queda do viaduto, mas eles podem cair na pista de baixo e causar um acidente grave”. Com a constatação de que pessoas em situação de rua estão morando na parte interna do viaduto, o engenheiro sugeriu que a “abertura de inspeção” seja fechada com uma grade ou tampa, para evitar a entrada de qualquer pessoa não autorizada no local.

Outros viadutos
As boas condições dos viadutos que ligam os contornos sul e norte foram atestadas pelo engenheiro Rui Medeiros, do IEP. “A segurança está íntegra. Há um processo de envelhecimento nas juntas de dilatação, algumas infiltrações, que acarretam a proliferação de fungos. Não precisa de uma intervenção de segurança, mas de manutenção preventiva. De 0 a 5, eu daria nota 4”, resumiu.

Técnicos de uma empresa de manutenção contratada pelo DNIT estiveram no local e adiantaram que um novo contrato deve ser firmado no primeiro semestre do ano que vem e que as intervenções indicadas na visita técnica serão contempladas.

Uma das sugestões trazidas pelos especialistas e acatada por Bruno Pessuti (PSD), relator da comissão, é que áreas embaixo de alguns viadutos possam ser urbanizadas e utilizadas pela população como área de convivência. “É um espaço que pode ser muito bem aproveitado e hoje está abandonado, permitindo que as pessoas venham morar aqui e acender fogueiras, o que pode danificar as estruturas”, alertou.
O relatou adiantou que, na próxima segunda-feira (16), um relatório parcial das duas primeiras vistorias será apresentado em plenário e depois encaminhado à Prefeitura, “para que pequenas manutenções e correções emergenciais sejam feitas”.

Além das equipes do IEP e do ITTI, a visita contou com apoio da Defesa Civil, Guarda Municipal, Secretaria de Defesa Social e Trânsito, servidores da Câmara Municipal e Polícia Rodoviária Federal.

Denúncias e sugestões
O site da Câmara de Vereadores disponibiliza um canal para o envio de denúncias e sugestões à Comissão Especial. O banner está disponível na capa do site do Legislativo. Além das redes sociais, postando uma foto da ponte ou viaduto mais a hashtag #ponteseviadutoscuritiba, a população pode participar pelo e-mail comissao.ponteseviadutos@cmc.pr.gov.br.

A comissão
Formada por nove vereadores, a comissão pretende prevenir acidentes e tragédias, como os registrados em outras cidades brasileiras, geralmente por falta de manutenção. O colegiado foi instalado por 30 dias para vistoriar e avaliar a segurança das pontes e viadutos, estabelecer um catálogo oficial e apresentar à Prefeitura de Curitiba e demais órgãos competentes um relatório com o resultado das inspeções e demais atividades.

Presidido por Mauro Ignácio, o colegiado tem Professor Silberto (MDB) na vice-presidência e Bruno Pessuti na relatoria. Também participam, conforme a proporcionalidade dos partidos representados na Casa, os vereadores Cacá Pereira (DC), Dr. Wolmir Aguiar (PSC), Marcos Vieira (PDT), Maria Manfron (PP), Oscalino do Povo (Pode) e Serginho do Posto (PSDB). Os parlamentares já estudam a prorrogação dos trabalhos para 2020.