Comissão recebe grupo de moradores da Caximba

por Assessoria Comunicação publicado 11/12/2008 19h20, última modificação 22/06/2021 10h00
A Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Câmara de Curitiba recebeu, na tarde desta quinta-feira (11), uma comissão formada por moradores do bairro da Caximba, que lutam pela desativação do atual aterro e para que o novo seja implantado fora do perímetro do município. A reunião extraordinária aconteceu na sala das comissões e contou com a presença do promotor Saint-Clair Honorato Santos, do Ministério Público do Paraná. Segundo o vereador Roberto Hinça (PDT), que vem estudando junto à população alternativas para a destinação do lixo, as denúncias apresentadas em relação à  má gestão do aterro e efeitos negativos à saúde dos moradores serão analisadas e levadas ao conhecimento de todos os parlamentares, para que juntos continuem acompanhando todas as etapas do processo até encontrar as devidas soluções  para o problema.
Atendendo reivindicação dos moradores, o vereador Pedro Paulo (PT), presidente da comissão de segurança, se comprometeu a encaminhar ao Executivo pedido de informações, questionando sobre os efeitos negativos gerados pelo aterro, implantado há cerca de 20 anos.
Compostagem
Para o promotor, a solução seria adotar o sistema de compostagem, que transforma a matéria orgânica em material semelhante ao solo, podendo ser utilizado, entre outros fins, como adubo em hortas. A conscientização da população, por meio de campanhas publicitárias e políticas públicas, também foi sugerida pelo promotor, que afirmou que reciclar apenas não basta. “De nada adianta separar o lixo se ele não tem a destinação adequada.” Saint-Clair Honorato é da opinião que a reciclagem deveria ser obrigatória, sugerindo que  garrafas de vidro, que são reutilizadas, poderiam substituir as pet.
Com relação às grandes empresas, o promotor lamentou a falta de triagem na entrada do aterro, que acaba recebendo lixo tóxico misturado com os resíduos. A alternativa para resolver o problema, segundo ele, está em uma melhor fiscalização e criação de uma lei que somente conceda o alvará mediante estudo e comprometimento com a destinação correta do lixo.
Denúncias  
Os moradores ressaltaram que, se a área escolhida para implantação do Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar) for na Caximba, terão duas preocupações. A primeira, inevitável, com o tratamento do aterro desativado. A outra, com o novo, “sem falar nas pessoas que seriam relocadas devido à necessidade de desapropriação da área.”
Entre os problemas apontados pelo grupo, o padre José Antônio da Cunha, da Paróquia Santana,  destacou a contaminação do Rio Iguaçu, lembrando que diversas cidades, como União da Vitória (PR) e Porto União (SC), são diretamente prejudicadas. Ao falar do estudo realizado pelo Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, que apontou três possíveis áreas para receber o lixo da cidade e mais 16 municípios da região metropolitana, o religioso criticou a justificativa da escolha das áreas. “Eles se preocuparam com a flora e a fauna, mas não levaram em conta as inúmeras famílias que moram na região”, afirmou.
Além dos vereadores Pedro Paulo e Roberto Hinça, participaram da reunião Julieta Reis (DEM), Elias Vidal (PP), Professora Josete (PT), Paulo Salamuni (PV), Geraldo Bobato (DEM) e Manassés Oliveira (sem partido).