Comissão Especial de Pontes e Viadutos sugere reparos na Ponte Preta
Relatório final constatou danos na Ponte Preta, vistoriada em agosto. Prefeitura receberá as sugestões. (Foto: Carlos Costa/CMC)
A Comissão Especial de Avaliação de Pontes e Viadutos da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) realizou, na manhã desta sexta-feira (11), sua última reunião. O relatório final dos trabalhos, iniciados em novembro de 2019, sugere à Prefeitura de Curitiba a realização de reparos no viaduto da rua João Negrão, conhecido como Ponte Preta, inspecionado no final de agosto. Também propõe a criação de um departamento ou comissão na Secretaria Municipal de Obras Públicas para o monitoramento periódico desses equipamentos. As considerações do relator, Bruno Pessuti (Pode), serão encaminhadas ao Poder Executivo.
Conforme o laudo técnico da Ponte Preta, realizado gratuitamente pela empresa Amitech por meio da tecnologia da nuvem de pontos (que faz uma varredura em 3D, com um laser scanner), a obra do final do século 18 possui danos devido às constantes colisões de veículos e outras intempéries. Também foram constatados problemas de conservação por vandalismo e o desalinhamento estrutural. Pessuti destacou que o viaduto é tombado pelo patrimônio público e que os reparos poderão evitar eventuais acidentes.
“A gente conseguiu fazer um bom relatório. Ele mostra que a cidade de Curitiba está numa situação ainda confortável em relação a suas pontes e viadutos”, disse o vereador. “A gente tinha por objetivo inicial, ao fazer essa comissão, evitar que uma tragédia acontecesse, assim como tinham ocorrido em outras cidades do Brasil”, lembrou Pessuti, que deve apresentar o documento em plenário, na próxima semana.
O relator completou que a coleta de dados obtida junto ao Executivo “também serve para que a Câmara possa fiscalizar”. De acordo com ofício do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a cidade possui 60 viadutos, 46 trincheiras, 318 pontes, 68 passarelas, 217 acessos e 204 pinguelas (ponte rústica de madeira, sem proteção lateral).
Pessuti lembrou que a pior situação foi identificada na ponte de madeira localizada na rua Dário Garcia, no Parque Tingui, inspecionada no final de 2019. Mesmo com a realização de obras emergenciais pela prefeitura, a comissão promoveu, no primeiro semestre, o concurso Talento Urbanístico Jovem, com a sugestão de projetos definitivos para o local. A competição foi vencida pela equipe Ekobé, formada por acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo o presidente da Comissão Especial de Pontes e Viadutos, Mauro Ignácio (DEM), a ponte do Parque Tingui constou no cardápio de emendas ao orçamento de 2021, projeto aprovado pela CMC nesta semana. “Ou seja, está no radar a execução de uma nova ponte, definitiva”, avaliou. “Na questão do Viaduto do Orleans [vistoriado e mote de reunião no Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná] também houve avanço. A expectativa é de começarem as obras em 2022.”
“Foi uma comissão que fez a diferença, porque ela saiu da Câmara Municipal e foi in loco fazer as visitas. Os resultados obtidos, apesar da pandemia [que limitou as inspeções], foram considerados satisfatórios, o que nos motiva a dar continuidade aos trabalhos na próxima legislatura, como colegiado especial ou comissão permanente, a depender da avaliação dos vereadores”, adiantou Ignácio. Ele também destacou a contribuição dos engenheiros do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da UFPR.
Maria Manfron (PP), que não concorreu à reeleição, incentivou que os trabalhos sejam mantidos na próxima legislatura. “Teve muitos avanços, muitas coisas que podem ser realizadas pela melhoria da nossa Curitiba”, apontou. Para Oscalino do Povo (PP), é importante avançar na prevenção de acidentes, “no que pode melhorar”.
Na avaliação de Serginho do Posto (DEM), a comissão foi “muito pró-ativa para a cidade de Curitiba e este Legislativo”. Ele destacou que “a matéria é muito técnica” e precisou do apoio de engenheiros e outros especialistas. “A gente pode acompanhar tantas situações que aconteceram pelo Brasil e que poderiam ter sido evitadas”, acrescentou Marcos Vieira (PDT), também favorável à continuidade dos trabalhos na próxima legislatura.
O colegiado especial da CMC também contou com a participação de Professor Silberto (MDB), vice-presidente, Cacá Pereira (Patriota) e Dr. Wolmir Aguiar (Republicanos).
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