Comissão do Lixo visita municípios vizinhos
A exemplo de Curitiba, Fazenda Rio Grande e Mandirituba também poderão disponibilizar áreas para receber a nova planta de processamento do lixo. Nesta quinta-feira (8), os municípios receberam a visita dos vereadores da Comissão Especial do Lixo da Câmara de Curitiba, sob o comando do vereador Roberto Hinça (PDT). Juliano Borghetti (PP), relator da CE, João do Suco (PSDB), Tico Kuzma (PSB), Noemia Rocha (PMDB) e Pedro Paulo (PT), juntamente com Hinça, foram recebidos nas prefeituras e câmaras municipais das duas cidades, para trocar ideias e debater as dificuldades que o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos está enfrentando para implantar a usina de processamento, em busca de uma solução mais rápida, visando o bem-estar e a saúde da população.
O novo modelo proposto pelo consórcio, o Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar), não é mais aterro nem lixão, mas uma alternativa que países desenvolvidos e outros Estados do Brasil já utilizam, que é uma usina de processamento capaz de reaproveitar praticamente todo o lixo depositado. A Caximba, em Curitiba, já recebe o lixo há 20 anos e está com a capacidade praticamente esgotada.
Como integrantes do consórcio, os chefes dos Executivos buscam uma solução rápida, antes que tenham que recorrer às empresas privadas. Na Fazenda Rio Grande, o prefeito, Chico Santos, acompanhado por vereadores e secretários, recebeu a comissão curitibana. Chico Santos se comprometeu a fazer o melhor, com cautela e baseado em estudos, demonstrando preocupação em viabilizar com urgência uma área para destinação do lixo para os próximos anos. Os vereadores também foram recebidos na Câmara Municipal pela vice-presidente da Casa, Lirani Franco (PT), que apresentou o quadro político dos debates em relação ao processo. Segundo ela, o entendimento é contrário à instalação da usina.
Mandirituba
Em Mandirituba, a CE foi recebida pelo prefeito Antonio Maciel Machado, conhecido como Machadinho, que relatou sobre a lei municipal aprovada no ano passado, que proíbe o depósito de resíduos sólidos no município, inviabilizando que a usina de processamento se instale no local. O prefeito afirmou que, no início de seu mandato, realizou com a equipe amplos estudos sobre a nova planta proposta, aprovando a ideia. De acordo com Machadinho, caso Mandirituba seja escolhida para a instalação do Sipar, a receita anual poderá aumentar em 32%, o que traria benefícios a toda população. O prefeito informou que a revogação da lei que proíbe resíduos sólidos já está na pauta de votações da Câmara, o que deve ocorrer nos próximos dias, por entender ser positivo também ambientalmente. “Lixo é dinheiro e pode ser transformado em melhores condições de vida, trabalho e renda para a população”, disse.
Os vereadores curitibanos estiveram, em seguida, na Câmara de Mandirituba, para um amplo debate com vereadores e lideranças comunitárias e políticas, que durou quase duas horas. Ainda será necessário fazer um trabalho de conscientização da população, já que, segundo os vereadores do município, mais de 80% dos moradores não querem o processamento do lixo no local. A preocupação dos municípios está no recebimento de lixo tóxico e hospitalar, além de que 67% dos resíduos são provenientes de Curitiba. O presidente da CE, Roberto Hinça, colocou a Câmara de Curitiba e a Comissão do Lixo à disposição dos dois municípios para debates com relação ao novo modelo de processamento do consórcio.
Denúncias
Ainda nesta quinta-feira, no início da tarde, a comissão recebeu Leonardo Morelli, secretário-geral da organização não-governamental (ONG) Defensoria Social, entidade ligada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que denunciou irregularidades no processo do lixo. Morelli afirmou, por meio de dossiê entregue à comissão recentemente, a existência de irregularidades na liberação de licenças ambientais de empresas para os municípios de Balsa Nova, Itaperuçu, Ponta Grossa e Fazenda Rio Grande.
Segundo Morelli, o IAP, sob a presidência de Vitor Hugo Burko, liberou licenças para áreas receberem o lixo e serem gerenciadas por empresas privadas, sendo que não estão aptas, por comprometerem o ambiente e, consequentemente, a saúde da população. Entre as empresas denunciadas, a ALL (América Latina Logística) seria uma das envolvidas, além de possíveis candidatos a cargos legislativos estaduais, em busca de financiamento de campanhas.
O secretário-geral da ONG comentou, ainda, que a liberação de licenças ambientais irregulares a empresas que estão visando lucro está associada a uma questão mais ampla, que é o tráfico internacional do lixo, e Curitiba, com a Caximba, poderia ficar vulnerável a isso.
Morelli sugeriu a criação do Conselho Municipal de Saneamento Ambiental, assim como a criação de um Código Ambiental do município.
Na próxima reunião, que deve acontecer na semana que vem, as informações recebidas devem ser discutidas entre os membros da CE.
O novo modelo proposto pelo consórcio, o Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar), não é mais aterro nem lixão, mas uma alternativa que países desenvolvidos e outros Estados do Brasil já utilizam, que é uma usina de processamento capaz de reaproveitar praticamente todo o lixo depositado. A Caximba, em Curitiba, já recebe o lixo há 20 anos e está com a capacidade praticamente esgotada.
Como integrantes do consórcio, os chefes dos Executivos buscam uma solução rápida, antes que tenham que recorrer às empresas privadas. Na Fazenda Rio Grande, o prefeito, Chico Santos, acompanhado por vereadores e secretários, recebeu a comissão curitibana. Chico Santos se comprometeu a fazer o melhor, com cautela e baseado em estudos, demonstrando preocupação em viabilizar com urgência uma área para destinação do lixo para os próximos anos. Os vereadores também foram recebidos na Câmara Municipal pela vice-presidente da Casa, Lirani Franco (PT), que apresentou o quadro político dos debates em relação ao processo. Segundo ela, o entendimento é contrário à instalação da usina.
Mandirituba
Em Mandirituba, a CE foi recebida pelo prefeito Antonio Maciel Machado, conhecido como Machadinho, que relatou sobre a lei municipal aprovada no ano passado, que proíbe o depósito de resíduos sólidos no município, inviabilizando que a usina de processamento se instale no local. O prefeito afirmou que, no início de seu mandato, realizou com a equipe amplos estudos sobre a nova planta proposta, aprovando a ideia. De acordo com Machadinho, caso Mandirituba seja escolhida para a instalação do Sipar, a receita anual poderá aumentar em 32%, o que traria benefícios a toda população. O prefeito informou que a revogação da lei que proíbe resíduos sólidos já está na pauta de votações da Câmara, o que deve ocorrer nos próximos dias, por entender ser positivo também ambientalmente. “Lixo é dinheiro e pode ser transformado em melhores condições de vida, trabalho e renda para a população”, disse.
Os vereadores curitibanos estiveram, em seguida, na Câmara de Mandirituba, para um amplo debate com vereadores e lideranças comunitárias e políticas, que durou quase duas horas. Ainda será necessário fazer um trabalho de conscientização da população, já que, segundo os vereadores do município, mais de 80% dos moradores não querem o processamento do lixo no local. A preocupação dos municípios está no recebimento de lixo tóxico e hospitalar, além de que 67% dos resíduos são provenientes de Curitiba. O presidente da CE, Roberto Hinça, colocou a Câmara de Curitiba e a Comissão do Lixo à disposição dos dois municípios para debates com relação ao novo modelo de processamento do consórcio.
Denúncias
Ainda nesta quinta-feira, no início da tarde, a comissão recebeu Leonardo Morelli, secretário-geral da organização não-governamental (ONG) Defensoria Social, entidade ligada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que denunciou irregularidades no processo do lixo. Morelli afirmou, por meio de dossiê entregue à comissão recentemente, a existência de irregularidades na liberação de licenças ambientais de empresas para os municípios de Balsa Nova, Itaperuçu, Ponta Grossa e Fazenda Rio Grande.
Segundo Morelli, o IAP, sob a presidência de Vitor Hugo Burko, liberou licenças para áreas receberem o lixo e serem gerenciadas por empresas privadas, sendo que não estão aptas, por comprometerem o ambiente e, consequentemente, a saúde da população. Entre as empresas denunciadas, a ALL (América Latina Logística) seria uma das envolvidas, além de possíveis candidatos a cargos legislativos estaduais, em busca de financiamento de campanhas.
O secretário-geral da ONG comentou, ainda, que a liberação de licenças ambientais irregulares a empresas que estão visando lucro está associada a uma questão mais ampla, que é o tráfico internacional do lixo, e Curitiba, com a Caximba, poderia ficar vulnerável a isso.
Morelli sugeriu a criação do Conselho Municipal de Saneamento Ambiental, assim como a criação de um Código Ambiental do município.
Na próxima reunião, que deve acontecer na semana que vem, as informações recebidas devem ser discutidas entre os membros da CE.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba