Comissão de Educação é favorável à divulgação da fila das creches em Curitiba
Colegiado de Educação debateu trâmite de proposições em reunião virtual, em função da pandemia. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Na segunda-feira (24), a Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) avalizou o projeto de lei que obriga o Executivo a divulgar a lista de espera por vagas de 0 a 3 anos na rede municipal de ensino da capital. Presidente do colegiado, Amália Tortato (Novo) foi a relatora da proposição e concordou com a autora, Professora Josete (PT), sobre a importância de aumentar o controle social sobre as creches públicas. A proposta (005.00039.2021) foi protocolada em fevereiro e agora segue para análise da Comissão de Serviço Público, antes de estar apta à votação em plenário.
A iniciativa estipula que a solicitação de uma vaga nos centros municipais de educação infantil (CMEIs) deverá ser realizada pelos pais ou responsáveis legais via cadastramento na Secretaria Municipal de Educação (SME). O cadastro resultará em um número de protocolo, com o qual o requerente pela vaga poderá acompanhar a data de inscrição e sua colocação na fila de espera. Pelo projeto, a inscrição para uma vaga em um determinado CMEI não implica na negação de matrícula em outra unidade onde houver vaga.
Na mesma reunião, o colegiado deu parecer favorável ao detalhamento da noção de “data comemorativa”, prevista na lei municipal 12.670/2008, conforme proposto por Marcelo Fachinello (PSC), com o objetivo de desambiguar o termo (005.00057.2021). Prevaleceu o parecer de Éder Borges (PSD), favorável à tramitação, sobre o voto em separado de Carol Dartora (PT), contrária à proposta. Também aprovou a homenagem a Nilson Pereira, indicado por Zezinho Sabará (DEM) para receber a Cidadania Honorária de Curitiba (006.00014.2020).
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Apesar dos argumentos apresentados por Carol Dartora para não retardar a tramitação do projeto de lei que cria cota de 20% para negros e indígenas nos concursos públicos de Curitiba (005.00033.2021), os vereadores da Comissão de Educação decidiram pedir mais informações ao Executivo sobre o assunto. A relatora, Amália Tortato, argumentou ser melhor afastar “dúvidas sobre o texto” antes dele ir a plenário.
Anteriormente, a Prefeitura de Curitiba já havia se manifestado sobre o assunto, respondendo que a administração possui 17,16% de negros em seu quadro funcional. A informação fez com que Amália Tortato discutisse se o percentual de 20% é o mais adequado, inclusive por haver lei estadual fixando esse limite em 10%. Carol Dartora contra-argumentou que cerca de 30% da população do Paraná é negra, logo a lei estadual estaria defasada.
O novo pedido de informações ao Executivo, que tem 30 dias para se manifestar, também questiona sobre a forma como seria feita a autodeclaração de raça e o funcionamento dos comitês de verificação disso. Também quer a opinião da prefeitura sobre a necessidade de limitar temporalmente as políticas de cotas. A autora chegou a argumentar que não haveria motivo para “atrasar mais ainda o que já está atrasado na nossa cidade”, mas não obteve maioria na Comissão de Educação. Três proposições foram devolvidas aos autores para ajustes (confira aqui).
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba