Comissão de Educação acata eleição de diretores e cotas sociais para concursos públicos

por Sophia Gama*, especial para a CMC — publicado 19/08/2021 14h47, última modificação 19/08/2021 14h47
Dos 15 projetos analisados, a maioria seguiu com a tramitação, exceto um que retornou à CCJ e outro foi devolvido ao autor.
Comissão de Educação acata eleição de diretores e cotas sociais para concursos públicos

A reunião online e contou com a presença de Amália Tortato, Carol Dartora, Eder Borges e Nori Seto. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Em reunião remota na última segunda-feira (16), a Comissão de Educação, Cultura e Turismo, da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), discutiu 15 proposições. Entre elas, está o projeto de lei da vereadora Carol Dartora (PT), que prevê cotas raciais, para a população negra e indígena, em concursos públicos (005.00033.2021). Entretanto, a comissão acatou o parecer da relatora Amália Tortato (Novo), presidente do colegiado, que apresentou substitutivo geral prevendo cotas sociais, abrangendo a população menos favorecida de forma geral, independente de raça ou etnia (031.00059.2021). 

“A população negra está sobre representada entre os marginalizados, na situação de pobreza; nesses espaços ela está super representada. Nos serviços públicos municipais ela está nos mais baixos cargos, representada pelos mais baixos salários. O intuito de uma ação afirmativa é justamente promover essa reparação para essa população, que já se encontra tão marginalizada. E por isso, a questão não é só social. Por isso que a gente precisa afirmar que o problema não é só social, ele é racial”, defendeu a vereadora Carol Dartora. 

A reunião contou com a participação de Rita Oliveira, defensora pública federal e coordenadora do Grupo de Trabalho de Políticas Etnico-raciais da Defensoria Pública da União, que defendeu o projeto original. “É de fato uma política [de cotas raciais] que tem tido um controle social muito contundente no sentido de evitar as fraudes. Mas quando a gente transfere isso para o critério econômico, a gente está abrindo um espaço, talvez, para muitas fraudes. E isso, muito provavelmente, não vai atingir o objetivo, que é fazer com que pessoas negras sejam representadas em outros níveis da carreira pública”, defendeu. 

“Os dados indicam que, entre os 10% mais pobres da população brasileira, 75% são negros. Então existe uma relação social por trás dessa falta de representatividade nos altos cargos da administração pública municipal. Por isso, estou propondo que esta comissão adote um critério diferente do proposto pela vereadora Carol, que é o critério social. Dessa maneira, estaríamos contemplando a população negra, já que é majoritariamente formada por pessoas menos favorecidas, mas estaríamos incluindo pessoas que também não tiveram acesso a uma boa educação, que não são necessariamente negras ou indígenas. E estaríamos deixando de fora pessoas que, independentemente de sua raça, tiveram acesso a boas oportunidades, a uma educação de qualidade”, justificou Amália Tortato, sobre seu relatorio.

Eleição de diretores
O projeto que altera o artigo 4º da lei municipal nº 14.528, também foi votado na reunião. A proposta, do vereador Tico Kuzma (Pros), presidente da CMC, e do líder do governo, Pier Petruzziello (PTB), permite a “dobradinha” nas diretorias de escolas municipais, ou seja, reeleição da mesma dupla de diretor e vice-diretor, contanto que em cargos diferentes do que os ocupados anteriormente (005.00014.2021). O relatório contrário, de Carol Dartora, não foi aprovado, e o projeto segue para tramitação, segundo voto separado de Amália Tortato. 

Também foram discutidos dois projetos de lei de iniciativa da vereadora Maria Leticia (PV), ambos com relatoria de Eder Borges (PSD). O primeiro, que institui a Campanha de Equidade de Gênero e Combate ao Machismo na Escolas Públicas de Curitiba, foi para reanálise da CCJ (005.00100.2020). O segundo implanta o Programa Municipal de Merenda Vegetariana e Vegana na capital, e seguiu a tramitação normal (005.00116.2020). Após ser acatado pelas comissões de Economia, Finanças e Fiscalização e pela de Educação, Cultura e Turismo, o projeto aguarda análise em 1º turno. 

Também foram acatadas as proposições que tornam Milton Neves Filho, Eduardo Pião Ortiz Abraão, Beno Fraga Brandão e Isaias Soares Pereira cidadãos honorários de Curitiba e que torna Clóvis Arns da Cunha vulto Emérito de Curitiba. Foram aprovados, para logradouros públicos de Curitiba os nomes de Comandante Emérito Inspetor Odgar Nunes Cardoso, Diolicia de Souza Silva e Pastor Glicerio Gonçalves da Silva. E tramitam as indicações de Rosinei Campos e Guilherme Khury para o Prêmio Mérito Esportivo e de Maria de Fátima Ribeiro da Silva para o Prêmio Mulheres Empreendedoras de Curitiba. 

A presidente da comissão, Amalia Tortato, ainda apresentou um balanço da comissão no primeiro semestre, em relação a números de projetos discutidos e aprovados. Para conferir a reunião na íntegra acesse o canal da CMC no Youtube.