A Comissão de Acessibilidade da Câmara de Curitiba fez um diagnóstico nos prédios do Legislativo para identificar pontos que precisam de adequações para facilitar a entrada de pessoas com deficiência e idosos. A vistoria foi nesta quinta-feira (29), e ocorreu também no entorno das edificações. Os vereadores do colegiado foram acompanhados por servidores da Câmara, dois deles cadeirantes, e especialistas em acessibilidade.

O presidente da Câmara, Paulo Salamuni (PV), disse que esse diagnóstico é o primeiro passo para que a Comissão Executiva possa adaptar os prédios às exigências. “A Câmara é composta por prédios que foram se anexando, construções de épocas distintas, regidas por normatizações distintas. Desde que assumimos a gestão da Câmara temos buscado agir no sentido de facilitar a acessibilidade: liberamos para uso público elevadores que eram de uso exclusivo de autoridades, instalamos corrimões novos nas escadas internas do prédio e, na retomada do Palácio Rio Branco, instalamos rampas de acesso para a Mesa Diretora e a Tribuna”, relatou.

De acordo com Zé Maria (SDD), presidente da comissão, o poder público deve ser exemplar ao obedecer as normas de acessibilidade. “Quando formos fazer uma vistoria em algum local, temos que dar como exemplo as instalações da Câmara Municipal”, disse. Segundo ele, para garantir que as adequações necessárias sejam feitas, o colegiado vai solicitar à Comissão Executiva a contratação de um projeto arquitetônico.

Acompanhados de Lilian Biglia, professora de Orientação e Mobilidade do Instituto Paranaense de Cegos, Irajá de Brito, ex-secretário municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e Jacqueline Darin, chefe do Centro de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Hospitalar de Reabilitação do Paraná, os vereadores  constataram a necessidade de melhorias em rampas de acesso, corrimões, calçadas e banheiros.

Também foram constatados problemas de buracos e desníveis nas calçadas da Avenida Visconde de Guarapuava. Rogério Campos (PSC) e Julieta Reis (DEM) comentaram sobre a necessidade de instalar uma faixa de pavimento sobre o tradicional piso petit-pavet, assim como tem sido feito em outros locais da cidade.

De acordo com Lilian Biglia, do Instituto Paranaense de Cegos, deve-se evitar o uso de pisos de uma única cor, pois dificultam a visualização por pessoas de baixa visão. “Quando falamos em problemas de visão, temos que pensar além dos cegos, pois há muitas pessoas com baixa visão”, advertiu. Biglia levantou a necessidade de utilizar cores em contraste, como branco e preto, e comprometeu-se a enviar à comissão um relatório que indique as melhorias necessárias para pessoas com deficiência que desembarcam nos tubos dos ônibus da Avenida Sete de Setembro e vêm à Câmara.

A vistoria também foi acompanhada pelos vereadores Beto Moraes (PSDB) e Valdemir Soares (PRB), que integram a Comissão de Acessibilidade da Câmara de Curitiba.