Comissão convoca Galdino novamente; acatada outra denúncia contra ele

por Assessoria Comunicação publicado 01/12/2016 16h10, última modificação 13/10/2021 09h24

A Comissão Processante da Câmara Municipal de Curitiba que investiga a denúncia de Carla Pimentel (PSC) contra o Professor Galdino (PSDB) se reunirá nesta sexta-feira (2), às 9h, na sala anexa ao Palácio Rio Branco. Os vereadores querem ouvi-lo sobre a suposta agressão ocorrida na sessão de 14 de setembro. Na última vez em que ele foi chamado para depor, dia 11 de novembro, sua advogada de defesa apresentou um atestado médico que o afastava das atividades laborais por 14 dias (leia mais).

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O vereador também protocolou um requerimento no Sistema de Proposições Legislativas (SPL) para justificar a ausência às sessões plenárias de 16, 21, 22 e 23 de novembro (056.00101.2016), por motivo de doença (nos dias 14 e 15, devido ao feriado da Proclamação da República, não houve plenário). Nesta semana ele não compareceu às sessões, mas até o fechamento desta reportagem não havia justificado as ausências.

“Ele realmente não está em condições, o vereador não consegue conversar. Ele não está conseguindo falar sobre o assunto, está tendo diversas dificuldades, está realmente doente. Não é o objetivo dele se furtar do procedimento”, argumentou, na reunião da Comissão Processante de 11 de novembro, Miriam Bispo Cardoso Carvalho, a advogada de defesa do acusado.

Já Maria Francisca Aciolli, uma das advogadas de Carla Pimentel, afirmou que “é uma lástima o vereador estar fazendo este tipo de imbróglio”, diante da proximidade do final do mandato de Galdino. “Com certeza, nós vemos isso como um ato protelatório. Ele já vem apresentando atestados desde o início do procedimento, quando não compareceu a diversas sessões para não ser notificado. É um deboche com a vereadora e a sociedade em si.”

Presidida por Tico Kuzma (Pros), a Comissão Processante tem Mestre Pop (PSC) como relator. Também faz parte do grupo o vereador Felipe Braga Côrtes (PSD). Os nomes foram sorteados em plenário (leia mais).

Conselho de Ética
Formada por Bruno Pessuti (PSD), Cacá Pereira (PSDC) e Professora Josete (PT), a junta de instrução do Conselho de Ética, constituída para apurar a queixa de assédio moral feita por servidores da Casa contra Galdino, reuniu-se na tarde desta quinta-feira (1º). O parecer da relatora foi pelo recebimento da denúncia, “havendo indícios de infração ético-disciplinar e verificada a autoria e a materialidade do caso”.

A denúncia contra o vereador foi motivada por pronunciamento dele na sessão plenária de 29 de agosto, na qual o parlamentar chamou servidoras da Diretoria de Comunicação do Legislativo de “cabaço”. Galdino insinuou que uma jornalista teria espalhado a “falsa notícia” que ele estaria inelegível. “Espero que essa fulana se retrate da cagada que fez senão vai continuar cabaça”, continuou (leia mais).
 
A defesa de Galdino à junta de instrução, apresentada pela advogada Miriam Bispo Cardoso Carvalho, pediu o arquivamento da denúncia. O documento afirma que “a profissional foi incauta ou ingênua ao agir como uma iniciante [ao fazer o questionamento durante o evento da Escola do Legislativo], que se deixou levar por uma reportagem "furada" e equivocada, daí se justificar a expressão do vereador”.

Já o parecer da relatora da junta de instrução afirma que “não se vê como impróprio o questionamento trazido pela servidora, tendo em vista que o tema [inelegibilidade de Galdino] foi alvo de ação de impugnação de registro de candidatura apresentada pelo Ministério Público, em relação ao candidato irmão, que ao final teve seu nome alterado para Edu Galdino”. “O Código de Ética determina que são deveres dos vereadores tratar com respeito, urbanidade e independência os colegas, as autoridades, os servidores da Casa e os cidadãos com os quais mantenha contato no exercício da atividade parlamentar”, acrescenta.

O texto da defesa de Galdino ainda contesta a afirmação da Corregedoria “de que no caso em tela a imunidade deve ser vista em ressalva”. Quanto à acusação, alega que “não assistiu razão” à Diretoria de Comunicação “quando, através da suavização dos fatos que antecederam o discurso do vereador, pretendem assim dizer que este agiu de forma gratuita, "absurda", "infundada" e "ofensiva", pois assim não foi”.