Comissão apoiará documentário que denuncia infanticídio indígena
A Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública, presidida pelo vereador Chico do Uberaba (PMN), pretende formular uma moção de apoio para liberação do documentário “Quebrando o Silêncio”, que teve a divulgação proibida por uma liminar da Justiça Federal. A obra trata de uma prática que, segundo o filme, ainda existe em algumas tribos indígenas brasileiras: o infanticídio de bebês gêmeos ou que apresentam deficiências.
A diretora do documentário, Sandra Terena, jornalista curitibana de ascendência indígena, esteve na Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (24) para falar sobre a proibição e pedir o apoio dos vereadores. Para ela, é necessário que o problema seja divulgado de forma ampla. “O documentário poderia promover essa discussão”, disse. (Confira a apresentação dela em plenário em nosso canal no YouTube)
“Há questionamentos quanto à veracidade dos fatos, o que levou à proibição do documentário, mas ele foi resultado de três anos de pesquisa em diversas tribos”, defendeu a jornalista. Durante as entrevistas, foi verificado que muitos índios são contrários à prática. Ainda segundo ela, alguns antropólogos entendem que a conduta não deve ser coibida, pois pertence à tradição destas tribos.
O documentário “Quebrando o Silêncio” usa parte da pesquisa de outro filme: “Hakani”, dirigido pelo cineasta hollywoodiano David Cunninghan e lançado em 2008. David é filho de Loren Cunninghan, fundador da instituição Jovens Com Uma Missão (Jocum), que também apoia a liberação do documentário “Quebrando o Silêncio”.
Sandra Terena é presidente de honra da organização não-governamental (ONG) Aldeia Brasil, e seu documentário proibido pela Justiça foi vencedor dos prêmios "Voluntariado Transformador" (na categoria "Reduzir a mortalidade infantil"), promovido pelo Centro de Ação Voluntária de Curitiba; e "Prêmio Internacional Jovem da Paz" (na categoria "Comunicação"), realizado por diversas instituições, entre elas a Aliança Empreendedora e o Projeto Não-Violência.
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