Comissão analisará situação da Santa Casa
A Comissão de Saúde da Câmara de Curitiba vai analisar as questões que envolvem a parceria firmada entre a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, a Aliança Saúde. Visita à instituição hospitalar será agendada.
A decisão tomada pelo Legislativo foi comunicada em plenário pelo líder do prefeito, Mario Celso Cunha (PSB), na sessão desta quarta-feira (14), durante horário reservado à tribuna livre, que seria ocupado pela Aliança para seus esclarecimentos. O parlamentar transferiu toda a documentação gerada na Casa, com presença do anestesiologista Ney Regattieri Nascimento e representantes do hospital na tribuna livre da última semana, para o presidente da Comissão de Saúde, vereador Angelo Batista (PP). Entre os documentos, ofício intitulado “A verdade sobre a Santa Casa”, assinado pelo diretor-geral da Aliança Saúde PUC-Santa Casa, Alvaro Luis Lopes Quintas, encaminhado à Câmara e transcrito na íntegra abaixo.
“A verdade sobre a Santa Casa de Curitiba
O acordo firmado entre a Associação Paranaense de Cultura e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba em 1999 teve como objetivo principal garantir a sobrevivência da Irmandade da Santa Casa, que naquela ocasião se encontrava com sérios problemas econômico-financeiros e na eminência de encerrar suas atividades. A Santa Casa vinha de um quadro de dificuldades similar ou pior ao das outras 800 instituições filantrópicas de saúde no País que já fecharam ou correm o risco de fechar suas portas se não forem socorridas.
A parceria atendeu a um pedido da comunidade, sob a liderança do arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Pedro Fedalto. Sob este novo modelo de gestão, a vocação de atendimento de saúde prioritário aos mais necessitados foi ampliada. Ao contrário do que o autodenominado grupo de “resistentes” tem levianamente afirmado, a ISCMC aumentou o seu nível de atividade direcionado ao SUS em 120%, crescimento atestado pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, gestora local do SUS.
Através da Aliança Saúde, a Santa Casa ampliou o número de internações de pacientes do SUS. Foi quase o dobro o crescimento que passou de 6.061 em 99 para 9.967 em 2006. No mesmo período, os atendimentos de emergência passaram de 1.469 para 6.142 e os atendimentos ambulatoriais mais que dobraram, saindo de 46.601 para 100.625. Esses números são exclusivos de pacientes do SUS. Em 1999, os pacientes do SUS representaram 76.05% dos atendimentos. No final do ano passado, o percentual foi de 86.13%.
São dados que confirmam um quadro de eficiência administrativa. A Santa Casa de Curitiba é uma casa de exceção no cenário de atendimento à saúde pública no País. Enquanto inúmeras instituições convivem com dificuldades e diminuição da sua capacidade de atendimento, ao contrário, a Santa Casa ampliou a assistência ao SUS, resolvendo uma equação difícil: crescer no atendimento ao SUS, beneficiando aqueles que mais dificuldade têm no acesso à saúde e melhorar o desempenho econômico-financeiro.
Além de ampliar os números e a capacidade de atendimento, a Aliança Saúde ampliou também a qualidade dos serviços prestados. Paralelo a esse processo de busca para oferecer a melhor solução em saúde para os pobres e desprotegidos, a Aliança Saúde reorganizou as contas da Santa Casa e melhorou a eficiência da gestão administrativa. Durante este período, a APC aportou relevantes recursos financeiros à ISCMC e se prontificou a ser fiadora de todos os empréstimos realizados pela ISCMC. Para tal, não solicitou nenhuma garantia real. A Santa Casa saiu de uma situação catastrófica de quase insolvência para uma situação de regularidade. Ajustaram-se os pagamentos com fornecedores e os credores tiveram suas contas equacionadas. E o melhor, os serviços de atendimento médico não foram interrompidos em nenhum momento.
A pergunta que se faz é, então, o porquê essas falsas denúncias que utilizam de forma leviana os veículos de comunicação e esta Câmara? É preciso destacar que a Santa Casa vinha de um histórico de má gestão e que acumulava problemas em todas as áreas. A parceria tem em uma de suas bases viabilizar a continuidade das operações e isto foi feito com mudanças. Mudanças nem sempre agradam. O que está por trás, como pano de fundo dessas falsas denúncias, é a retomada de “poder” que esse grupo perdeu. Não se recupera uma instituição pré-falimentar com a mesma fórmula e as mesmas pessoas que a levaram à ingerência.
A gestão hoje é profissional. A organização vislumbra atualmente um cenário positivo e de consolidação que lhe dá condições de concentrar o seu foco para a sua atividade fim que é o atendimento de saúde. O equilíbrio financeiro foi notável. A permanecer o quadro existente e os números encontrados em 1999, teríamos uma situação de caos com a inviabilização absoluta do atendimento à saúde da população e a corrosão de todo o patrimônio, que, graças a esta parceria, se mantém íntegro e valorizado.
Foram agregadas construções, aperfeiçoamentos, novas estruturas, enfim, ampliou-se o que se estava perdendo.
Esta busca sequiosa pelo poder, de um grupo que não admite a modernidade, a evolução da gestão, o fim de um modelo perverso e danoso que incluía terceirizações desnecessárias traz um prejuízo quase irreparável não à Aliança Saúde, mas à história construída pela Santa Casa ao longo de 127 anos.
Colocamos novas perguntas: quem está disposto a ajudar? Quem está desviando as funções? Aqueles que prejudicam o atendimento da saúde da população ou quem luta para melhorar e ampliar esse atendimento?
A direção da Irmandade da Santa Casa não vai se render àqueles que, por não conseguir se sobressair por méritos próprios ou escondidos na incompetência, alimentam supostos deméritos alheios e constróem suas teses em falsidades, calúnias e difamações que serão reparadas, na forma da lei, através da Justiça.
Afirmações como a de desvio de dinheiro para outros fins não se sustentam e representam uma absoluta inverdade. Sua reparação e a responsabilização serão feitas por meio legal.
As críticas quanto à gestão já foram transformadas em pó no confronto dos relatórios e balanços da Irmandade da Santa Casa. Vale destacar que existe uma comissão de representantes da Administração do Hospital, do Gestor Municipal, dos usuários e da comunidade acadêmica que acompanha o contrato de prestação de serviços ao SUS, abrangendo aspectos de assistência, gestão, humanização e ensino.
Malgrado estes esforços de detratores gratuitos, continuaremos com o mesmo vigor e a mesma responsabilidade a atender à comunidade que nos demanda, pois esta é a nossa missão.”
A decisão tomada pelo Legislativo foi comunicada em plenário pelo líder do prefeito, Mario Celso Cunha (PSB), na sessão desta quarta-feira (14), durante horário reservado à tribuna livre, que seria ocupado pela Aliança para seus esclarecimentos. O parlamentar transferiu toda a documentação gerada na Casa, com presença do anestesiologista Ney Regattieri Nascimento e representantes do hospital na tribuna livre da última semana, para o presidente da Comissão de Saúde, vereador Angelo Batista (PP). Entre os documentos, ofício intitulado “A verdade sobre a Santa Casa”, assinado pelo diretor-geral da Aliança Saúde PUC-Santa Casa, Alvaro Luis Lopes Quintas, encaminhado à Câmara e transcrito na íntegra abaixo.
“A verdade sobre a Santa Casa de Curitiba
O acordo firmado entre a Associação Paranaense de Cultura e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba em 1999 teve como objetivo principal garantir a sobrevivência da Irmandade da Santa Casa, que naquela ocasião se encontrava com sérios problemas econômico-financeiros e na eminência de encerrar suas atividades. A Santa Casa vinha de um quadro de dificuldades similar ou pior ao das outras 800 instituições filantrópicas de saúde no País que já fecharam ou correm o risco de fechar suas portas se não forem socorridas.
A parceria atendeu a um pedido da comunidade, sob a liderança do arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Pedro Fedalto. Sob este novo modelo de gestão, a vocação de atendimento de saúde prioritário aos mais necessitados foi ampliada. Ao contrário do que o autodenominado grupo de “resistentes” tem levianamente afirmado, a ISCMC aumentou o seu nível de atividade direcionado ao SUS em 120%, crescimento atestado pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, gestora local do SUS.
Através da Aliança Saúde, a Santa Casa ampliou o número de internações de pacientes do SUS. Foi quase o dobro o crescimento que passou de 6.061 em 99 para 9.967 em 2006. No mesmo período, os atendimentos de emergência passaram de 1.469 para 6.142 e os atendimentos ambulatoriais mais que dobraram, saindo de 46.601 para 100.625. Esses números são exclusivos de pacientes do SUS. Em 1999, os pacientes do SUS representaram 76.05% dos atendimentos. No final do ano passado, o percentual foi de 86.13%.
São dados que confirmam um quadro de eficiência administrativa. A Santa Casa de Curitiba é uma casa de exceção no cenário de atendimento à saúde pública no País. Enquanto inúmeras instituições convivem com dificuldades e diminuição da sua capacidade de atendimento, ao contrário, a Santa Casa ampliou a assistência ao SUS, resolvendo uma equação difícil: crescer no atendimento ao SUS, beneficiando aqueles que mais dificuldade têm no acesso à saúde e melhorar o desempenho econômico-financeiro.
Além de ampliar os números e a capacidade de atendimento, a Aliança Saúde ampliou também a qualidade dos serviços prestados. Paralelo a esse processo de busca para oferecer a melhor solução em saúde para os pobres e desprotegidos, a Aliança Saúde reorganizou as contas da Santa Casa e melhorou a eficiência da gestão administrativa. Durante este período, a APC aportou relevantes recursos financeiros à ISCMC e se prontificou a ser fiadora de todos os empréstimos realizados pela ISCMC. Para tal, não solicitou nenhuma garantia real. A Santa Casa saiu de uma situação catastrófica de quase insolvência para uma situação de regularidade. Ajustaram-se os pagamentos com fornecedores e os credores tiveram suas contas equacionadas. E o melhor, os serviços de atendimento médico não foram interrompidos em nenhum momento.
A pergunta que se faz é, então, o porquê essas falsas denúncias que utilizam de forma leviana os veículos de comunicação e esta Câmara? É preciso destacar que a Santa Casa vinha de um histórico de má gestão e que acumulava problemas em todas as áreas. A parceria tem em uma de suas bases viabilizar a continuidade das operações e isto foi feito com mudanças. Mudanças nem sempre agradam. O que está por trás, como pano de fundo dessas falsas denúncias, é a retomada de “poder” que esse grupo perdeu. Não se recupera uma instituição pré-falimentar com a mesma fórmula e as mesmas pessoas que a levaram à ingerência.
A gestão hoje é profissional. A organização vislumbra atualmente um cenário positivo e de consolidação que lhe dá condições de concentrar o seu foco para a sua atividade fim que é o atendimento de saúde. O equilíbrio financeiro foi notável. A permanecer o quadro existente e os números encontrados em 1999, teríamos uma situação de caos com a inviabilização absoluta do atendimento à saúde da população e a corrosão de todo o patrimônio, que, graças a esta parceria, se mantém íntegro e valorizado.
Foram agregadas construções, aperfeiçoamentos, novas estruturas, enfim, ampliou-se o que se estava perdendo.
Esta busca sequiosa pelo poder, de um grupo que não admite a modernidade, a evolução da gestão, o fim de um modelo perverso e danoso que incluía terceirizações desnecessárias traz um prejuízo quase irreparável não à Aliança Saúde, mas à história construída pela Santa Casa ao longo de 127 anos.
Colocamos novas perguntas: quem está disposto a ajudar? Quem está desviando as funções? Aqueles que prejudicam o atendimento da saúde da população ou quem luta para melhorar e ampliar esse atendimento?
A direção da Irmandade da Santa Casa não vai se render àqueles que, por não conseguir se sobressair por méritos próprios ou escondidos na incompetência, alimentam supostos deméritos alheios e constróem suas teses em falsidades, calúnias e difamações que serão reparadas, na forma da lei, através da Justiça.
Afirmações como a de desvio de dinheiro para outros fins não se sustentam e representam uma absoluta inverdade. Sua reparação e a responsabilização serão feitas por meio legal.
As críticas quanto à gestão já foram transformadas em pó no confronto dos relatórios e balanços da Irmandade da Santa Casa. Vale destacar que existe uma comissão de representantes da Administração do Hospital, do Gestor Municipal, dos usuários e da comunidade acadêmica que acompanha o contrato de prestação de serviços ao SUS, abrangendo aspectos de assistência, gestão, humanização e ensino.
Malgrado estes esforços de detratores gratuitos, continuaremos com o mesmo vigor e a mesma responsabilidade a atender à comunidade que nos demanda, pois esta é a nossa missão.”
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba