Comerciantes e moradores relatam abusos no Barigui e São Francisco

por Assessoria Comunicação publicado 10/03/2016 19h55, última modificação 06/10/2021 07h10
Moradores, comerciantes e frequentadores dos entorno da praça da Espanha, parque Barigui e Alto São Francisco participaram de audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública, na tarde desta quinta-feira (10). Realizada por orientação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que analisa denúncias de perturbação de sossego e venda ilegal de bebidas alcoólicas, principalmente nos finais de semana,  a atividade trará encaminhamentos da Câmara de Curitiba à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA); à Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), para mais blitze; à Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU), quanto à emissão de alvarás para o comércio; e à Guarda Municipal, sobre o patrulhamento nessas regiões.

A audiência pública foi conduzida por Carla Pimentel (PSC), presidente do colegiado, e também contou com a participação dos vereadores Chico do Uberaba (PMN) e Mauro Ignácio (PSB). “Por que o Ministério Público não enviou nenhum representante?”, questionou Uberaba. “Da mesma forma não vemos representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil e mesmo de secretarias municipais.”  Ignácio lembrou que ao longo da gestão foi autor de 22 requerimentos à prefeitura sobre as questões do Parque Barigui. “Acreditamos que o videomonitoramento ainda seja a melhor solução para os problemas aqui trazidos”, avaliou.

Augusto Juliano Martins, morador do entorno do parque Barigui, relatou que durante os fins de semana o consumo de drogas e bebidas alcoólicas é desenfreado. “Tomei a liberdade de fotografar algumas cenas, inclusive de falta de pudor”, reclamou. Ele acrescentou que os espaços de estacionamento do parque ficam repletos: “Chegam a armar barracas e depois ligam seus sons em volume alto”. Jossel Maestrelli, comerciante no Barigui, declarou ser testemunha de cenas chocantes: “Até crianças de colo são trazidas para estes encontros regados a álcool e drogas”.

Ângela Cristina Macedônio, moradora da região do Barigui, acredita que paga muito em termos de imposto se forem levadas em consideração as características atuais da região. Ela perguntou qual problema impede o cercamento do parque, assim como em outros espaços públicos. A situação do Alto São Francisco foi questionada por Cristian Carlos Govi, da associação de moradores do bairro. De acordo com ele, em certos dias o descontrole é total. “Como se pode falar em gastronomia num lugar em que as pessoas urinam publicamente?”, apontou. Rodrigo Oliveira alertou à desvalorização dos imóveis da região.

Posição da Guarda Municipal
O inspetor Cláudio Augusto de Oliveira, da Guarda Municipal de Curitiba, ponderou que há problemas devido à competência de cada órgão de segurança. De acordo com ele, “muitas vezes, a ação é obstruída pelas prerrogativas de outro órgão e isso acaba dificultando, como é o caso do trecho da rodovia ao lado do Parque Barigui, que é competência da Polícia Rodoviária Federal”.

“Independente disso”, lembrou Cláudio Augusto, “temos a Ciclopatrulha, que nos possibilitou mais mobilidade e alcance, em combinação com o videomonitoramento”. Ele também apontou a instalação de um totem de segurança na praça da Espanha. Na opinião do inspetor, a realização de blitze, com o envolvimento de vários órgãos, ainda é o recurso mais adequado para a manutenção da ordem nesses espaços públicos. “Foi o que aconteceu no Bacacheri e no próprio Barigui.”