Com redução de casos de covid-19, vereadores pedem menos medidas restritivas
Com a pandemia, as sessões da CMC são realizadas de forma híbrida, presencial e por videoconferência. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Com o avanço da vacinação em Curitiba, e a estimativa de menos de 6 mil casos ativos de coronavírus na capital do Paraná, os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram, nesta quarta-feira (4), cinco sugestões ao Executivo pedindo a retomada de atividades na cidade. Otimistas, os parlamentares apoiaram, por exemplo, em votação simbólica, o aumento da capacidade de templos e a reabertura do Zoológico e dos centros de convivência de idosos (confira aqui).
É do vereador Ezequias Barros (PMB) o pedido para que seja autorizada a lotação de até 50% das igrejas e templos (203.00362.2021). “Desde o início da pandemia, [elas] têm respeitado todas as regras e evitado aglomerações desnecessárias. Curitiba já está na bandeira amarela e a evidente diminuição dos casos, justifica o aumento progressivo da capacidade para as igrejas”, justifica o parlamentar. Hoje, por norma estadual (Resolução Sesa 440/2021), a lotação está limitada a 35% da lotação.
O percentual de 50% da lotação é o mesmo sugerido por Marciano Alves (Republicanos) para o Zoológico de Curitiba (203.00365.2021). O vereador propõe que a visitação a pé seja retomada, de terça a domingo, desde que limitada a metade do público máximo. “Seria o suficiente para o comércio da região se estabilizar financeiramente”, argumenta o parlamentar. A iniciativa teve o apoio de Alexandre Leprevost (SD), que antes já havia alertado para o impacto negativo do fechamento sobre os vendedores ambulantes da área. “Estão desde o começo da pandemia sem trabalhar”, reforçou.
Nori Seto (PP) apresentou indicação de ato administrativo sugerindo à Prefeitura de Curitiba que a cidade volte a promover serviços de convivência para pessoas idosas (203.00374.2021). “Antes das pandemia atividades em grupo eram oferecidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para a Pessoa Idosa. A participação nos eventos era importante, pois os idosos se socializavam, faziam atividades físicas moderadas, reforçavam laços de convivência e fortaleciam vínculos com a família e com a comunidade”, justifica o vereador.
Outra medida, apresentada por Márcio Barros (PSD), foi a sugestão de flexibilizar o uso das vias públicas para estacionamento nas proximidades das feiras livres (203.00363.2021). “Durante a pandemia, aumentou-se o espaçamento entre as barracas, que acabam tomando o espaço de vagas de estacionamento antes livres. Feirantes e clientes têm estacionado cada vez mais longe, ou utilizado vagas de faixa amarela, sendo duramente multados”, protestou o vereador.
Sidnei Toaldo (Patriota), antevendo que parcela expressiva da população pode ficar sem vacinação em razão dela ocorrer em horário comercial, na maior parte das vezes em dias úteis, propôs que haja postos de imunização no período noturno e de madrugada (203.00366.2021). “Precisamos eliminar todas as dificuldades para a vacinação e a adoção de horários alternativos ajudaria”, propôs o parlamentar.
Ciclomobilidade
Presumindo que a pandemia interrompeu as reuniões mensais entre ciclistas, Secretaria Municipal de Trânsito e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Professor Euler (PSD) sugeriu que o Executivo retomasse os encontros (203.00375.2021). “Certamente os usuários de bicicletas têm muito a contribuir com sugestões a respeito da ciclomobilidade, mostrando pontos de vista que, às vezes, não são identificados ou percebidos pela administração pública”, defende.
A indicação gerou discussão entre Maria Leticia (PV) e Pier Petruzziello (PTB), pois a parlamentar apresentou resposta oficial do Executivo a questionamentos feitos após audiência pública sobre o tema (leia mais). No documento, a prefeitura diz que o canal para interação dos ciclistas com o Executivo é o Disque 156 e as câmaras do Conselho da Cidade de Curitiba (Concitiba). “Tenho visto pouco esforço do Município em favor da ciclomobilidade”, disse Leticia.
“Curitiba tem 50 quilômetros de ciclovias em implantação”, rebateu Petruzziello, dizendo-se defensor do modal e rechaçando resistência do Executivo em relação ao tema. Marcelo Fachinello (PSC) complementou a informação do vereador, acrescentando que estariam em fase de contrataão mais 26 quilômetros de ciclovias. Hoje, a malha cicloviária é de 208,5 quilômetros, contando ciclovias (31,1 km), ciclofaixa sobre calçada (25,1 km), ciclofaixa (18,7 km), via compartilhada (19,6 km), passeio compartilhado (100,8 km), ciclorrota (11,7 km) e via descaracterizada (1,5 km).
Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los e submetidas ao plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.
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