Com greve suspensa, plenário é desocupado por manifestantes
Depois de seis horas e meia, o plenário da Câmara Municipal foi desocupado pelos servidores municipais por volta das 16h50 desta terça-feira (20). Os manifestantes permaneciam lá desde as 10h20 quando, ao passar pelo isolamento policial na escadaria do Palácio Rio Branco, invadiram o local onde ocorreria o debate de quatro projetos do chamado Plano de Recuperação, enviado pela Prefeitura de Curitiba ao Legislativo no final de março.
A saída ocorreu após os servidores, ao lado de fora, deliberarem pela suspensão da greve até a próxima segunda-feira (26), quando a sessão deverá ser retomada. A conversa com os sindicatos, antes da desocupação, foi mediada pelos vereadores Cacá Pereira (PSDC), Professor Euler (PSD), Goura (PDT), Professora Josete (PT), Noemia Rocha e Silberto, ambos do PMDB. Da Mesa Diretora, estavam presentes o presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB), e o primeiro-secretário, Bruno Pessuti (PSD).
O acordo final ainda foi acompanhado pelo procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto e pela promotora Mariana Bazzo, do Ministério Público do Paraná, e por Rodrigo Kanayama, conselheiro seccional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). “A liberação se dá nesta expectativa de reabrir o diálogo”, afirmou, após a desocupação, o procurador. “Eu acho que quanto mais o Executivo intervém, mais nos aproximamos do consenso.”
Os manifestantes saíram pela porta da frente do Palácio Rio Branco, entre os policiais militares que seguiam no isolamento do prédio histórico. Depois disso, representantes dos sindicatos e o diretor-geral da Câmara, Nilton Cordoni, vistoriaram o prédio para identificar os danos ao patrimônio e estipular como ocorrerá o ressarcimento desse prejuízo aos cofres públicos.
O Sindicato dos Auditores Fiscais de Tributos Municipais de Curitiba (Sinfisco), o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e o Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba (Sigmuc) assinaram o Termo de Vistoria e Constatação. De acordo com o documento, foram identificados danos em um suporte de flash de máquina fotográfica da Diretoria de Comunicação, em dois vidros da porta de madeira da entrada de entrada principal do Palácio Rio Branco, em um vidro da janela lateral da porta de madeira da entrada principal, em um suporte esquerdo da trava da porta de madeira lateral da entrada, em um vidro da janela da galeria, em um suporte de sustentação de uma cortina da galeria e em uma haste de microfone de bancada de vereador.
A vistoria dos sistemas de som e de votação eletrônica será realizada nesta quarta-feira (21). Segundo Wagner Argenton, dirigente do Sismmac, havia de 50 a 60 pessoas na ocupação. A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) disse que se manifestaria em nota sobre o efetivo utilizado, mas o material divulgado não informa quantos policiais participaram da operação, iniciada no final da madrugada desta terça.
Na nota, a PM-PR afirma que "um guarda municipal à paisana foi detido e encaminhado ao 1º Distrito Policial, onde assinou um termo circunstanciado. Ainda durante a confusão, outro guarda municipal e mais três manifestantes ficaram feridos e foram atendidos pelos bombeiros militares". O texto ainda diz que "vários policiais militares, na tentativa de conter a invasão, foram agredidos de diversas formas".
Notificação
A oficial de justiça Renata Setti Nogueira notificou o Sinfisco, o Sismmac, o Sismuc e o Sigmuc sobre a decisão da juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonese, que majorou a multa inicialmente prevista no interdito proibitório, por “esbulho, turbação e ameaça”, de R$ 50 mil para R$ 100 mil. Em seguida, ela se reuniu na presidência com Serginho do Posto e Bruno Pessuti, e pediu que o encontro fosse fechado à imprensa. Representantes dos sindicatos foram convidados, mas se recusaram a participar da conversa.
Mais fotos desta terça-feira no Flickr da Câmara de Curitiba, aqui e aqui.
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