Com cirurgias "sobrando", burocracia emperra atendimentos

por Assessoria Comunicação publicado 21/08/2015 14h10, última modificação 01/10/2021 11h58
“Quando o Poder Público não agiliza a utilização dos leitos e cirurgias já disponíveis no sistema municipal de Saúde, quem sofre é a população. Vamos intervir na questão, requisitando mais eficiência da Prefeitura de Curitiba nos procedimentos”, afirmou, nesta sexta-feira (21), a vereadora Noemia Rocha (PMDB), presidente da Comissão de Saúde. Ela, Valdemir Soares (PRB) e Chicarelli (PSDC) visitaram hoje o Hospital Santa Madalena Sofia, no Bairro Alto, que tem profissionais e estrutura para ampliar o atendimento do SUS, “mas esbarra na burocracia”.

O Hospital possui atualmente 54 leitos - 36 clínicos e 18 para cirurgias - e realiza mais de 5 mil atendimentos ambulatoriais por mês. “Praticamente todo o nosso trabalho é com pacientes do SUS. Pelo Sistema Único de Saúde, fazemos 500 cirurgias por mês em otorrinolaringologia (nariz e garganta), ortopedia (joelho), vascular e geral”, enumerou Reginaldo de Souza, gerente de projetos da instituição de saúde.

“Nós temos médicos para ampliar os atendimentos, e já comunicamos isso aos órgãos públicos, mas essa vagas estão demorando para aparecer no sistema. Da nossa parte, já podíamos receber a população, só que as internações no hospital só ocorrem via SUS, pela central de leitos ou pela central de consultas”, reforça Alessandra Campelo Diniz Picolo, diretora-geral do Hospital Santa Madalena Sofia. Ela também reclamou da burocracia para liberar equipamentos e repasses da União mediados pela administração municipal.

Para o vereador Valdemir Soares, as queixas ouvidas durante a visita não são exclusividade do hospital do Bairro Alto. “Falta relacionamento institucional da Secretaria Municipal de Saúde com os hospitais de Curitiba. Tem que desburocratizar os procedimentos e atender mais a população. Já tínhamos notado isso na questão dos repasses do SUS e no desembolso das emendas parlamentares”, alertou. Chicarelli apoiou a decisão de a Comissão de Saúde seguir ouvindo os hospitais da cidade. “Faremos pedidos de informação”, atestou.

Para exemplificar o potencial do hospital nos atendimentos de baixa complexidade, Alessandra Campelo relatou aos vereadores uma parceria firmada com o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) há alguns anos. “O HC tinha uma fila de espera de três anos para otorrino e, por sugestão da Prefeitura de Curitiba, nós compartilhamos os atendimentos. Em cinco meses não tinha essa espera toda”, explicou.

“Até temos planos para ampliar as instalações e obter uma Unidade de Terapia Intensiva, com 10 leitos, com o objetivo de fazer também os procedimentos de alta complexidade. Só que há nove meses estamos fazendo empréstimos para bancar a folha de pagamento. A demora nos repasses diminuiu, mas ainda existe. Há recursos que deveríamos receber pelo hospital ser parte da retaguarda da rede de urgência que estão pendentes desde 2012”, informou Alessandra. Os vereadores pediram cópia de documentos, para discutir a situação com a prefeitura.