CMC retoma debate sobre pessoas em situação de rua
População em situação de rua é o principal foco do Programa Mesa Solidária. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Pela segunda sessão plenária consecutiva, a pauta de debates da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) tratou da população em situação de rua na capital. Na terça-feira (20), Professor Euler (MDB) e Maria Leticia (PV) haviam relatado queixa da ONG Mãos Invisíveis sobre a atuação da Fundação de Ação Social (FAS) e da Guarda Municipal. Nesta quarta (21), Eder Borges (PP) retomou o debate.
“A nossa Guarda Municipal foi injustamente atacada ontem aqui na Câmara Municipal”, defendeu Borges, ainda durante fala no pequeno expediente. O parlamentar se referiu às denúncias de supostas ações com “truculência”, relatadas nessa terça por Euler e Maria Leticia. “Temos que conversar, esses pertences [dos moradores de rua] têm ficado abandonados, com dejetos e sujeira na porta dos comércios”, alegou. De volta à tribuna no grande expediente da sessão plenária, ele relatou ter se reunido com moradores do bairro Jardim Botânico.
A população, conforme Borges, seria contrária à construção de uma trincheira na região. “Aquilo pode concentrar e aumentar a marginalidade. [Ser] mais um ponto de consumo de drogas e não resolverá o problema de trânsito”, declarou. Defendo a internação compulsória, o vereador falou que 95% da população em situação de rua é formada “por viciados em drogas, por pessoas que vivem à margem da lei”.
“Isto é culpa do Ministério Público do Estado do Paraná”, disse Rodrigo Reis (União) sobre a política de assistência à população em situação de rua. “O morador hoje só pode sair por vontade própria”, complementou. Alexandre Leprevost (Solidariedade) também se somou ao debate. “Nós não podemos tapar o sol com a peneira com o que está acontecendo no Centro da cidade de Curitiba. O Centro da cidade de Curitiba está um verdadeiro abandono”, opinou. “Nós precisamos agir, porque as pessoas de bem, que frequentam o Centro de Curitiba, estão desesperadas.”
Leprevost sugeriu ainda que o Executivo realize estudos para “um acolhimento mais completo” e implante “um megacentro de acolhimento” da pessoa em situação de rua, com a oferta de atendimentos multidisciplinares, nas áreas da saúde e da qualificação profissional, por exemplo.
Na última segunda (19), a Comissão de Saúde e Bem-Estar Social, presidida por Leprevost, recebeu a Associação Casas do Servo Sofredor (CSS), que acolhe e oferta atividades multidisciplinares para dependentes químicos em processo de recuperação. O coordenador-geral da instituição, Geraldino do Espírito Santo, falou da história da instituição, fundada há 29 anos, e dos serviços ofertados.
Já nesta quinta (22), a Comissão de Saúde acompanhará a entrega de refeições do Programa Mesa Solidária, voltada principalmente às pessoas em situação de rua. Às 12 horas, a visita será no equipamento público da praça Tiradentes. A partir das 18 horas, no viaduto do Capanema.
*Estudante de Jornalismo Mauricio Geronasso*, especial para a CMC
Supervisão do estágio: José Lázaro Jr.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba