CMC Podcasts chega a 100 episódios no ar - Curitiba merecia esse espaço de debate

por Alex Gruba | Revisão: Brunno Abati* — publicado 28/06/2024 07h05, última modificação 28/06/2024 10h56
Novo canal de comunicação da Câmara Municipal de Curitiba, o CMC Podcasts chega a uma centena de programas, falando de tudo sobre Curitiba, curitibanos e curitibanices.
CMC Podcasts chega a 100 episódios no ar - Curitiba merecia esse espaço de debate

Equipe da Diretoria de Comunicação Social da CMC comemora os 100 episódios de podcasts publicados em 221 dias. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Povo de Curitiba! Quem de vocês aí já reparou que o comércio ambulante noturno de Curitiba conta somente com barraquinhas de cachorro-quente? Esse foi o tema de estreia do primeiro episódio do CMC Podcasts, em 20 de novembro de 2023. Neste dia de 28 de junho de 2024, passados exatos 221 dias, a equipe da Diretoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) comemora a publicação do programa de número 100. Claro que os temas abordados no CMC Podcasts foram além dos saborosos hot-dogs noturnos das ruas de Curitiba.

Os 100 episódios foram publicados em 14 programas, sendo 10 temáticos, 2 de entrevistas com vereadores e convidados, 1 sobre a organização interna da Câmara de Curitiba e 1 de entretenimento e notícias gerais. Para contar um pouco da aventura e do desafio de lançar no ar um episódio novo a cada 2,21 dias, a diretora de Comunicação Social, Patricia Tressoldi, recebeu integrantes da equipe que suou a camisa para realizar essa primeira centena de episódios. “Quem disse que a política precisa ser algo complicado?”, provocou Patricia, na abertura do programa centenário.

Coordenador do CMC Podcasts, o redator e jornalista Alex Gruba contou como cada gravação foi utilizada para aprimorar a seguinte. “Quem assistir aos 100 episódios vai perceber como melhorou o áudio, a iluminação. Todo episódio foi uma aula”, disse Gruba. O jornalista José Lázaro Jr. complementou dizendo que os VTs produzidos para os podcasts tiveram muita qualidade de gravação e edição, graças a presença no setor de dois fotógrafos que também são cinegrafistas, com experiência de anos de trabalho na Rede Globo: Carlos Costa e Rodrigo Fonseca.

Descomplicando os temas tratados pela política

Jornalista decano da Câmara Municipal de Curitiba, José Lázaro Jr. comandou os primeiros episódios que foram ao ar no YouTube e no Spotify. Em Terra de vina, a primeira temporada do programa Pode ou não pode?, o tema foi o cachorro-quente. Além de expor curiosidades e de ouvir donos de barraquinhas de hot-dog, o desafio foi mostrar como os integrantes da Comissão de Constituição e Justiça tratam a legislação municipal, explicando tanto o que os vereadores podem quanto não podem fazer. “Um dos meus momentos favoritos foi saber como cada vereador prepara a vina para fazer um cachorro-quente”, confessou o jornalista.

José Lázaro Jr. falou também dos bastidores de outros dois programas em que foi o apresentador. Um deles teve seus episódios colocados no ar no começo do ano letivo devido à importância do período. Foi o programa Entre quadras e bibliotecas, cujos episódios da temporada Segurança nas Escolas trataram de uma temática que dominou o âmbito escolar em 2023, ano em que o Brasil registrou o triste recorde de ataques fatais em escolas. Os vereadores da Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer puderam falar das medidas para acalmar a população e também das ações que realizaram na frente parlamentar para garantir mais segurança nas instituições de ensino.

Curitiba sobre rodas foi a temporada de estreia do programa Mãos à obra. Em três episódios, José Lázaro Jr. conversou com antigos e com atuais gestores do sistema de transporte público na capital. Houve também espaço para a visão poética de quem usa o ônibus como meio de transporte, com as crônicas da jornalista Aline Peres. Para Zé, foi um momento importante acompanhar a confissão inesperada de alguns parlamentares, como membros da oposição elogiando a administração atual e outros confessando terem pulado catraca. “Esse também foi um dos momentos que mais gostei dos podcasts em que apresentei”, disse José Lázaro Jr, que confessou ser um nerd que gosta de acompanhar a política local.

Ainda na primeira parte do centenário podcast, o jornalista e redator Alex Gruba falou dos programas que apresentou. A primeira temporada do programa Cabe no bolso? foi batizada de Meu patrão é o aplicativo. Com a proliferação de serviços de carona e de entrega, o CMC Podcasts ofereceu microfones para os vereadores da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização falarem da importância de garantir segurança para o trabalhador curitibano e da dificuldade em fiscalizar serviços como Uber e iFood. Motoristas e entregadores também participaram, expondo suas demandas. “A sociedade está sempre se reinventando, e o poder público precisa mostrar como faz para acompanhar as mudanças. Os podcasts ajudam a acompanhar essas mudanças”, disse Gruba.

Outro programa que Alex Gruba comandou foram os episódios de Calçadas: amigas ou obstáculos?, temporada que marca o início do programa Inclusão já!. Com base na Comissão de Acessibilidade e Direitos da Pessoa com Deficiência, o programa relembrou a construção do calçadão da XV, que foi uma referência para o Brasil na década de 1970. Os vereadores puderam responder a um dos temas mais pedidos pelos cidadãos ao poder público: obras em calçadas. Além dos parlamentares, a temporada contou também com o esclarecimento técnico de dois arquitetos e urbanistas e com a perspectiva de duas pessoas cegas e de uma professora de orientação e mobilidade. “O cão-guia utilizado por uma convidada parou o setor. Todos queriam interagir com ele”, lembrou José Lázaro Jr.

 

Debates mais democráticos

Na sequência, Patrícia Tressoldi recebeu as jornalistas Michelle Stival e Pedritta Marihá Garcia. Elas salientaram o sonho realizado com o estúdio de podcast, uma demanda antiga do setor. “O espaço do estúdio estava meio sem função”, lembrou Patricia. Michelle lembrou que houve uma tentativa em realizar podcast, de forma improvisada. “Tínhamos colocado caixas de ovo para isolar o som e chegamos a contar algumas histórias da cidade em alguns programas”, contou Michelle. Pedritta, por sua vez, ressaltou tentativas anteriores com vídeos postados no YouTube e no Facebook, além de reportagens no Instragram. “Agora, temos um espaço apropriado para trazer a população para falar. Isso é um canal que traz o debate de forma mais democrática, sem a burocracia do plenário”, disse Pedritta.

Michelle resumiu bastidores dos programas temáticos que apresentou. Em Verde que combina com a gente, a temporada inicial foi Rios de Curitiba. A jornalista começa indagando por que os rios de Curitiba cheiram mal. Para fomentar esse debate, o estúdio recebeu os vereadores que integram a Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos no episódio final. Nos dois primeiros, Michelle ressaltou que foi importante unir especialistas que se dedicam a cuidar do meio ambiente, em especial, das nossas bacias hidrográficas. “O primeiro episódio promoveu um encontro em que os convidados adoraram se encontrar e conversar sobre nossos rios”, disse Michelle. Teve até espaço para dois “notáveis” pescadores apresentarem a falta de habilidade com iscas e com anzóis.

Outro programa capitaneado por Michelle Stival foi o Curitibacraft, baseado na Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI. A primeira temporada foi intitulada Centro Vivo, para entender a triste realidade de muitos imóveis com portas fechadas em ruas centrais de Curitiba. Além de contar um pouco da história de vias como a rua São Francisco e a rua Barão do Rio Branco e de imóveis icônicos, o programa apresentou iniciativas como o retrofit, técnica para recuperar e modernizar prédios antigos. Em uma das gravações, fui com o Carlos [Costa], nosso cinegrafista, e entramos em um casarão abandonado. Fiquei com medo, foi uma sensação ruim ver as escadas destruídas, muito pó, teias de aranha. O local tinha uma energia ruim”, confessou Michelle. No programa final, vereadores da comissão debateram soluções para fazer o coração da cidade voltar a ser mais “pulsante”.

Por ter apresentado a temporada BBB Cidadão, no programa Respeito!, Pedritta Marihá Garcia disse que se assustou ao assistir o VT gravado para o primeiro episódio: “deu um arrepio na hora em que vi o vídeo da nossa estagiária saindo da sala e indo até o shopping, tendo seus passos todos registrados por câmeras de segurança. Para aprofundar o debate dessas novas tecnologias de monitoramento, o programa contou com a presença de especialistas como um advogado especialista na Lei Geral de Proteção de Dados, um técnico da Muralha Digital, um delegado da Polícia Civil, um influencer e, claro, vereadores da Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias.

Neste programa, um dos episódios exigiu um grande trabalho de edição, porque um convidado chegou atrasado e a abertura do podcast precisou ser gravada no final. “Pouco mais da metade do episódio foi gravada apenas com dois convidados”, disse Pedritta. Patricia Tressoldi lançou um desafio para saber se a edição ficou realmente boa: assistir aos episódios do Respeito! e saber qual episódio foi gravado com apenas dois convidados na maior parte do tempo. “E saber qual foi o convidado que chegou depois”, complementou Pedritta.

Pedritta também apresentou a primeira temporada do programa Do povo, para o povo, pelo povo, Ela confessou que foi o que mais gostou de gravar por se identificar com a participação popular na política. “A Casa do Povo é um espaço em que o povo deve ter voz”, disse Pedritta. Você pediu, agora é lei! foi o título da temporada de estreia. Nos três episódios, foram apresentadas as leis que surgiram por meio de pedidos da população na Câmara de Vereadores, os mecanismos que a Câmara Municipal de Curitiba oferece para o cidadão registrar um pedido de lei e os instrumentos de consulta popular permitidos no país. No episódio final, houve um debate interessante envolvendo vereadores da Comissão de Participação Legislativa e o presidente da CMC.

Patricia Tressoldi fez a apresentação da temporada Mente Sã, Povo São, estreia do programa Remediar e prevenir. Quem explicou a importância do tema de saúde mental e organizou os podcasts foi o estagiário Brunno Abati, que se tornou o produtor do CMC Podcasts. “Saúde mental é um tema sempre pertinente e está, cada vez mais, discutido e sempre se esbarra em temas sensíveis”, disse Abati. Para a produção, ele explicou que trouxe especialistas para falar do passado e do presente da saúde mental. “Percebemos que ainda há muito preconceito envolvendo esse tema”, disse Patricia Tressoldi. Ao final, vereadores da Comissão de Saúde e Bem-Estar Social falaram de políticas públicas efetivas para essa questão.

As grandes estrelas da Casa Legislativa

Os vereadores, considerados as grandes estrelas da Casa Legislativa, foram destaque em dois programas específicos. Nos episódios do Você me representa, os vereadores puderam apresentar um pouco da sua biografia e falar da sua atuação parlamentar: quais bandeiras defendem, como fiscalizam a prefeitura, que projetos de lei têm apresentado. Depois, os vereadores participaram do Tribuna Livre do CMC Podcasts, programa em que podiam trazer até dois convidados para aprofundar um tema importante para Curitiba.

Patricia Tressoldi disse que a percepção sobre o vereador no podcast costuma ser mais completa que a atuação em plenário. José Lázaro corroborou dizendo: “é uma chance única para as pessoas realmente verem quem os vereadores são. Difícil ver isso em uma dinâmica de plenário ou de comissão. A pessoa vota em um vereador, mas no conjunto são [outros] 37. É muito importante ter esse panóptico, esse lugar que a gente pode ver quem os vereadores são, o que eles querem. Isso é importante para a cidade.” Brunno Abati disse que os cerca de 50 convidados do Tribuna Livre representaram praticamente toda a cidade de Curitiba. Os vereadores se prepararam, se estudaram para esse programa”, disse o produtor do CMC Podcasts.

 

A CMC e seus órgãos

Os trabalhos dos órgãos que formam a Câmara Municipal de Curitiba também ganham espaço no CMC Podcasts. O programa Você na CMC foi desenhado para apresentar o trabalho de servidores do legislativo curitibano em suas diversas áreas. Jornalista responsável pelo Serviço de Informação ao Cidadão, Marcio Silva falou da importância de esclarecer esses serviços para a população via podcasts. “A chegada do podcast é modelo de comunicação que é sucesso no mundo e que caiu no gosto brasileiro”, ressaltou Marcio. Para ele, essa revolução abre uma nova porta de interação da CMC com os cidadãos.

Curitiba, curitibanos, curitibanas, e curitibanices

A jornalista Fernanda Foggiato explicou a importância do programa de entretenimento e de informação como o Curitibou?, que aborda temas de Curitiba, de seus moradores e de curiosidades de ambas. Fernanda apresentou, junto com Michelle Stival, um dos episódios mais assistidos e que mais tem likes dentre os 100 podcasts, que foi um episódio que abordou a questão se Curitiba poderia ficar embaixo d’água em um caso de chuvas torrenciais devido a mudanças climáticas, com as chuvas que atingiram cidades gaúchas. Isso demonstrou o faro jornalístico da equipe, ao falar de um tema que dominou as rodas de conversa da capital do Paraná.

Patricia Tressoldi disse que o podcast abre espaço para ampliar as matérias históricas que estão presentes na sessão Nossa Memória, no site da CMC. “O Curitibou tem esse espaço de entretenimento, mas também pode ser utilizado para temas que a população quer e precisa debater”, ressaltou Fernanda. A estagiária Nicole Thessing falou do episódio que gravou sobre o Dia dos Namorados, junto com Alex Gruba, em uma conversa com a psicóloga Maria Rafart. “Falamos bastante sobre a data, a importância de comemorar os relacionamentos e como não cair em ciladas, algo que ela é especialista”, disse Nicole.

Tanto Nicole quanto Fernanda falaram de outros episódios do Curitibou?, como a estreia que abordou as constantes mudanças climáticas de Curitiba, que contou até com a presença do “sol”. Outro episódio foi o que tratou do tema do Carnaval em Curitiba. Para Patricia Tressoldi, ter esses episódios do Curitibou? entre os mais assistidos confirma a aposta da equipe em um programa para atrair a audiência. E, além dos apresentadores e dos convidados, o Curitibou? conta sempre com a presença da mascote do estúdio, a Capivarinha, sempre trazendo boas energias para os debates.

Ao final do programa, Patricia Tressoldi disse que esse resumo dos 100 episódios é motivo de orgulho, por levantar temas importantes para a cidade, trazer convidados especiais e abrir mais um espaço de comunicação dos vereadores. “Nosso objetivo é aproximar a população do Legislativo”, confirmou. Ela complementou dizendo que, agora, com um período de restrições eleitorais, a equipe vai focar em apresentar episódios que orientem a população sobre as eleições municipais.

Inscreva-se no canal da CMC no YouTube

Curitiba vai além dos hot-dogs vendidos à noite nas ruas. Como visto nesse resumão dos 100 primeiros episódios do CMC Podcasts, Curitiba é uma cidade rica de assuntos e todos eles estão (ou estarão algum dia) presentes no CMC Podcasts. Uma cidade melhor se faz com uma população que participa do debate público. Por isso, fica o recado de sempre: acompanhe os episódios do CMC Podcasts no Spotify e no YouTube. Inscreva-se, assista, comente. Ao final dos episódios, pergunte-se se você Curitibou?, e responda com satisfação: Curitibei!