CMC media encontro entre pais de alunos do CIC e Guarda Municipal
Pais e mães de alunos de escolas e CMEIs da CIC pediram mais ações para a segurança da região. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Um grupo de pais e mães de alunos das escolas e CMEIs da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) foi recebido pelos vereadores e vereadoras da capital nesta quarta-feira (12). Preocupados com o crescimento da violência no entorno das instituições de ensino e com a possibilidade de ataques como os que ocorreram em Blumenau e em São Paulo neste ano, eles pediram apoio da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) para reforçar a segurança dos estudantes, professores e dos próprios familiares. Em reunião mediada por Zezinho do Sabará (União), as demandas foram apresentadas à liderança do governo e à Superintendência da Guarda Municipal.
A mediação aconteceu durante a sessão plenária, um dia após a vinda dos secretários municipais de Educação, Maria Silvia Bacila, e de Defesa Social, Péricles de Matos, ao Legislativo, que apresentaram aos parlamentares um plano de prevenção a ataques a escolas. O grupo que representa a comunidade escolar da CIC pediu o aumento das rondas ostensivas da GM no entorno das escolas e CMEIS e que a Prefeitura de Curitiba desloque guardas municipais para atuarem dentro das instituições.
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O maior foco de preocupação do grupo é com o crescimento da violência na região do CAIC Cândido Portinari. Fora da escola, disseram pais e mães, é comum brigas entre alunos, que seriam marcadas pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. A violência acaba atingindo familiares que tentam apartar as brigas, conforme relataram Cleverson Luiz Fagundes e Maria Adaligia Suarez Cerruto, que têm, respectivamente, filhos e neta estudando nessa escola.
As reclamações foram reforçadas por Sandro Rogério Ananias e Ulisses dos Reis, pais de crianças que também estudam no CAIC. Eles pediram que o módulo fixo da Guarda Municipal do Parque dos Tropeiros seja realocado para a escola municipal. Sandro, na sequência, complementou que a região onde fica a instituição tem outros equipamentos públicos, os quais também precisam de reforço na segurança.
“O trabalho da segurança pública cabe a nós [pais e mães] fiscalizar. O parque precisa de segurança, mas a segurança das escolas é prioridade. Não adianta mandar 20, 30 viaturas [para uma escola] depois que aconteceu [uma ocorrência]. Temos que fechar a porteira antes de deixar a boiada passar”, complementou Cleverson Fagundes. Na opinião dele, e dos demais representantes da comunidade escolar, ter um profissional dentro da escola ajudaria a inibir não só possíveis ataques como também a organização das brigas entre os estudantes.
Plano de prevenção
Superintendente da GM, o inspetor Carlos Celso dos Santos Júnior respondeu que a corporação está comprometida com as demandas da comunidade escolar do CIC e de outras regiões da cidade. Assim como os gestores da Defesa Social e da Educação fizeram ontem aos vereadores, pediu tranquilidade aos pais e mães ali presentes. Ele, que já atuou na Regional CIC, afirmou que conhece a realidade da região, que tem 27 escolas municipais.
O inspetor da GM detalhou ao grupo o plano para prevenção de tragédias como as ocorridas em Santa Catarina e São Paulo: a realização de simulação de eventos críticos em todas unidades educacionais, a inclusão das escolas municipais no programa Muralha Digital, com câmeras de monitoramento ao vivo e botão de pânico, além de alocação de dez equipes da Guarda Municipal para o atendimento exclusivo das escolas da capital.
“A GM tem feito um trabalho através de tecnologia e apoio operacional. Dentro das escolas municipais, não temos violência. Nós podemos ter violência no entorno. O que aconteceu em Blumenau é uma coisa inusitada, o imponderável aconteceu. Aqui em Curitiba, por determinação do prefeito, as escolas [da CIC e das demais regionais] têm câmeras de monitoramento, botão do pânico. Intensificamos a ronda e temos um serviço de patrulha e proteção escolar, onde nosso guarda, juntamente com as equipes, conversam com as diretoras e os pais”, explicou o inspetor Celso Júnior.
Sobre o pedido para colocar guardas municipais dentro das escolas, o superintendente disse que já existem instituições que contam com esse atendimento, mas de forma pontual. “Existem escolas que têm guardas municipais fixos no local. Podemos trabalhar com mais escolas, conversando juntamente com a comunidade, a Secretaria de Educação e a Secretaria de Defesa Social e Trânsito”, completou.
“Recebemos as demandas da comunidade. A realidade é que essas brigas [do lado de fora das escolas] também acontecem em outras partes da cidade. O pós-pandemia modificou o comportamento dos nossos alunos. O Celso vai pedir um reforço em toda aquela região. Vamos ficar atentos, não só ali, mas em toda a cidade”, disse Tico Kuzma (PSD), líder do prefeito na CMC.
“A questão dos ataques nas escolas, infelizmente, é nacional. [Orientamos que] os pais conversem mais com seus filhos dentro de casa, eles devem estar atentos aos atos dos seus filhos. É importante destacar que Curitiba está na frente de várias cidades, em relação ao Muralha Digital. As nossas escolas têm câmera de segurança, têm botão do pânico. A Guarda Municipal está em contato direto com as diretoras”, finalizou o vereador.
A reunião também foi acompanhada por Marcos Vieira (PDT), presidente da Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, por Indiara Barbosa (Novo), e pela assessoria da vereadora Giorgia Prates - Mandata Preta (PT), que preside a Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias.
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