CMC aprova novas sugestões sobre segurança nas escolas
Professor Euler foi um dos vereadores com sugestões de mais seguranças às escolas aprovadas hoje. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Criação de planos de evasão para as unidades da Secretaria da Educação (SME), ações de conscientização dos pais sobre as redes sociais dos estudantes e a criação de uma força voluntária de guardas municipais aposentados foram sugestões ao Executivo aprovadas pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) nesta segunda-feira (24). Elas se somam às outras sugestões das semanas anteriores, no sentido de reunir ideias para aperfeiçoar a segurança das creches e escolas públicas da cidade, prevenindo tragédias como a ocorrida em Blumenau (SC), no dia 5 de abril.
“Encontrei o coronel Péricles [de Matos, secretário municipal da Defesa Social] e ele me disse que está estudando a questão da segurança nas unidades escolares, pois é o tema que agora requer todo o nosso cuidado”, disse Professor Euler (MDB), após informar que indicou ao secretário uma inteligência artificial norteamericana que é treinada para elaborar planos de evasão. Hoje, o plenário da CMC aprovou indicação ao Executivo do parlamentar, no qual ele pede a presença da Guarda Municipal nas escolas e a elaboração desses documentos orientativos (205.00135.2023).
Na liderança do governo, Tico Kuzma (PSD) indicou a Euler que parte da sugestão já está contemplada no programa Conhecer Para Prevenir (CPP), que desde 2005 realiza uma série de treinamentos nas unidades da SME sobre como a comunidade escolar deve ser comportar em situações de risco ou emergências. “O prefeito anunciou na quinta-feira que as escolas terão verba extra, no fundo rotativo, para comprar itens de segurança. E que, igual às escolas, agora os CMEIs [Centros Municipais de Educação Infantil] terão colares antipânico, conectados à Muralha Digital”, repassou Kuzma.
Monitoramento da internet
A outra indicação aprovada sobre esse tema partiu do vereador Alexandre Leprevost (Solidariedade) e sugere ações para conscientizar os pais sobre o monitoramento das redes sociais dos estudantes (205.00169.2023). “No Paraná, 44 jovens, com 12 anos de idade, em média, foram detidos suspeitos de planejarem ações violentas. Nesse mundo em que a inclusão digital se dá cada vez mais cedo, os alunos têm contato com redes sociais e aplicativos que podem ser usados de forma perigosa”, alertou o parlamentar, acrescentando que “a conversa com os filhos é de fundamental importância”.
O assunto foi reverberado em plenário por Rodrigo Reis (União) e Sargento Tânia Guerreiro (União), que frisaram a importância de os pais se envolverem na prevenção de ataques. “É dever dos pais examinar as mochilas antes de irem para a escola, analisar o que ele está assistindo, e não transferir toda responsabilidade para as escolas”, disse o vereador. “A família tem que estar junto, tem que estar presente”, cobrou Tânia Guerreiro, afirmando ser bíblica a hierarquia dos pais sobre os filhos, que devem obedecê-los.
Guardas voluntários
O plenário da CMC também endossou o envio, à Prefeitura de Curitiba, de sugestão do vereador Eder Borges (PP), para a criação de uma força voluntária, formada por guardas municipais e agentes de trânsito aposentados, para reforçar os atendimentos da Central 156 e dar mais agilidade às respostas ao sistema de botões do antipânico (205.00178.2023). Ele aproveitou a fala em plenário para sugerir que, nos próximos concursos para a GM, seja dada preferência a militares da reserva, pois “parte do treinamento seria dispensada, já que eles já têm experiência”.
Mais três indicações relacionadas à SME foram aprovadas hoje, mas sem discussão por parte dos autores. Euler recomendou a instalação de dispositivos de redução de velocidade no entorno de todas as escolas municipais (205.00171.2023), enquanto Noemia Rocha (MDB) pediu a reforma do Colégio João Bettega, no Novo Mundo (205.00159.2023), e a implantação de policiamento fixo da Guarda Municipal na Escola Paranavaí, no CIC (205.00177.2023).
Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população e são submetidos ao plenário, que tem poder para recusá-las ou endossá-las. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou a medida – a não ser os registros verbais durante o debate, que ficam disponíveis à população no canal do YouTube ou nas notas taquigráficas.
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