CMC apoia representantes de Curitiba nos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Vereadores desejaram boa sorte a paratletas curitibanos e técnico que participam dos Jogos de Tóquio. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
O incentivo ao paradesporto e o impacto da pandemia nas competições internacionais e treinamentos foram tema de reunião virtual da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na manhã desta sexta-feira (7). Por iniciativa da Mesa Diretora, os vereadores conversam com os paratletas Anderson Santos, Daniel Silva e Vitor Tavares, além do treinador Rodrigo Ferla. Eles representarão a capital nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão, evento que será realizado entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro.
Também participou da reunião a curitibana Beatriz Akemi, comissária de ciclismo que há dois anos trabalha no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio. “Era para ser um encontro na Câmara Municipal, para que pudéssemos receber nossos atletas, nosso técnico também. Dar um abraço, desejar boa sorte, mas infelizmente, em razão da pandemia, a gente buscou fazer uma reunião online. Dar uma abraço virtual nos nossos atletas”, afirmou o presidente da Casa, Tico Kuzma (Pros).
O curitibano Vitor Tavares, campeão parapan-americano de parabadminton, garantiu a vaga nos Jogos Paralímpicos de Tóquio mesmo sem participar – e pontuar – em competição na Espanha, em função da restrição à entrada de brasileiros. O paratleta é o primeiro dos rankings brasileiro e americano, e o sexto do ranking mundial.
Anderson Santos e Daniel Silva são campeões parapan-americanos de volêi sentado. O último jogo oficial da equipe, relatou Santos, foi um amistoso em março de 2020, contra a Ucrânia. Questionado por Tico Kuzma, ele contou que os atletas têm treinado individualmente e se reunido uma vez por mês no Centro Paralímpico, em São Paulo, reaberto em fevereiro passado. A próxima fase de treinamentos começa dia 17 de maio. “Manter o alto rendimento não é fácil, devido à pandemia”, ressaltou.
“É um orgulho carregar o nome da cidade de Curitiba pelo Brasil e mundo. Sou curitibano e amo minha cidade”, disse Daniel Silva. “A gente vai dar nosso melhor e algo a mais, por toda a situação. Com certeza, se eu ganhar uma medalha, vai ser dedicada a meu pai, que faleceu dia 14 de abril, vítima da Covid.” Segundo ele, a lista oficial da seleção será divulgada em junho.
Treinador da seleção brasileira de parataekwondo, o londrinense Rodrigo Ferla mora em Curitiba. Ele destacou que a capital é uma das poucas cidades brasileiras cuja lei de incentivo ao esporte também contempla os técnicos. “Muitos programas pensam no atleta, mas esquecem do técnico, que é o responsável para o atleta chegar o resultado”, comentou.
Sobre o impacto da pandemia na preparação para os Jogos, tema também levantado pelo presidente da CMC, Ferla afirmou que no parataekwondo foi mais fácil adaptar os treinos e realizá-los em casa. A seleção fica em Curitiba até o final de maio, quando viaja para as últimas competições internacionais antes de Tóquio. “Faz 1 ano e 6 meses que nós não competimos. Uma coisa é estar treinando, outra coisa é estar com ritmo de competição, são coisas diferentes”, falou. No entanto, o técnico acredita que o nível de sua modalidade, como os treinos foram adaptados, continuará alto.
“Nós vamos ser vacinados [contra a Covid-19] provavelmente a partir da semana que vem”, acrescentou Ferla, em resposta a Mauro Bobato (Pode). “Acredito que sou o único técnico curitibano que estará nos Jogos”, disse o treinador da seleção brasileira de parataekwondo. “Vamos fazer a estreia [em Paralimpíadas] nos Jogos de Tóquio. Estamos indo lá não só para participar, mas para buscar a medalha. Temos chances reais de ganhar a medalha de ouro.”
“A parte de quem organiza geralmente nunca está muito visível”, pontuou Beatriz, que trabalha com o ciclismo desde 2002. “Acredito que tanto o Rio 2016 quanto a Copa do Mundo [de 2014] formaram muita gente boa para a área de eventos [esportivos]”, completou Beatriz, em resposta a Kuzma sobre a participação de brasileiros no comitê.
“Estamos prontos [para os Jogos] desde o ano passado, quando tivemos que adiar [devido à pandemia]”, explicou a curitibana. “Estamos bastante ansiosos, com desafios imensos pela frente por conta da situação mundial, mas também planejando tudo com muito cuidado, para que os atletas venham e possam desenvolver e performar da melhor maneira possível, com a maior segurança que a gente pode oferecer a todos eles.”
No bate-papo com os convidados, os vereadores desejaram boa sorte, falaram sobre o incentivo ao paradesporto e fizeram perguntas. “Eu acredito que o esporte é transformador. Na vida de crianças, de jovens”, saudou o primeiro vice-presidente do Legislativo, Alexandre Leprevost (Solidariedade). “Vocês já são vitoriosos. A Câmara sempre estará aberta a vocês”, declarou Flávia Francishini (PSL), primeira-secetária da CMC. “O Brasil tem uma tradição muito grande nos Jogos Paralímpicos. Vocês já são campeões de conquistarem essa vaga e terem a honra de representar o país nesse evento tão grandioso”, destacou Professor Euler (PSD), terceiro-secretário.
“Reconhecemos muito o trabalho do paradesporto, do esporte como um todo”, disse o presidente da Comissão de Acessibilidade e Direitos da Pessoa com Deficiência da CMC, Pier Petruzziello (PTB). Vice-presidente do colegiado de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte, Marcelo Fachinello (PSC) defendeu o debate sobre o aumento das verbas para o incentivo ao esporte, uma de suas bandeiras. “No final de tudo, o resultado certamente vem. Com certeza a gente vai encabeçar isso e já convoco os demais vereadores para que a gente discuta na nossa Câmara Municipal.”
“Eu entendo a importância do esporte na vida dos jovens. Deixo meu carinho, meu incentivo, meu abraço a vocês. Nos orgulhem. Ganhando medalhas ou não, tenho certeza que vocês vão nos representar com muito carinho, com muita determinação”, declarou a presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo da CMC, Amália Tortato (Novo). “Gostaria de colocar nosso gabinete à disposição. Temos um bom relacionamento com o consulado-geral do Japão em Curitiba. Caso precisem de algo, podemos fazer essa ponte”, comentou Nori Seto (PP), presidente da Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba.
“A gente sabe o quanto é difícil o apoio financeiro, patrocínios. Que vocês venham carregados de medalhas. Representem o Brasil, nossa cidade”, comentou Sidnei Toaldo (Patriota). Mauro Bobato lembrou de debates realizados na legislatura passada sobre a lei municipal de incentivo ao esporte e sugeriu a participação dos paratletas em conversas com estudantes da periferia da cidade.
“Boa sorte a vocês. Para chegar onde vocês chegaram foi importante sonhar, sonhar alto”, acrescentou Indiara Barbosa (Novo). Jornalista Márcio Barros (PSD) também saudou os convidados: “Sorte é aproveitar a oportunidade quando se está preparado para isso. Tenho certeza que preparados vocês estão”. “A delegação brasileira sempre faz bonito nas Paralimpíadas. Que não faltem recursos e não falte saúde a todos”, apontou Herivelto Oliveira (Cidadania).
“Em nome do vice-prefeito Eduardo Pimentel, quero manifestar o orgulho que nós temos de ter vocês competindo nas Paralimpíadas de Tóquio”, disse o ex-vereador Bruno Pessuti, chefe de gabinete de Pimentel. “Vocês já são ouro para nós. O que mais importa é que vocês estão levando o nome de Curitiba.” Também participaram da reunião o vereador Toninho da Farmácia (DEM) e o assessor especial de projetos da CMC, Thiago Soares Pinto.
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