Cine Passeio é aprovado em plenário, mas dividiu vereadores
Com 23 votos favoráveis, foi aprovado nesta terça-feira (2) o crédito orçamentário que destina R$ 6,3 milhões à reforma do edifício que abrigará o Cine Passeio – espaço a ser administrado pela Fundação Cultural de Curitiba, em prédio antes ocupado pelo exército brasileiro na rua Riachuelo. Rogerio Campos (PSC) votou contra a iniciativa do Executivo. Chicarelli (PSDC), Chico do Uberaba (PMN), Mestre Pop (PSC), Noemia Rocha (PMDB) e Tiago Gevert (PSC) se abstiveram (013.00013.2014).
O debate em plenário ficou dividido entre dois grupos de vereadores, com parte dos parlamentares defendendo que os recursos seriam melhor investidos em áreas essenciais, como saúde e educação. E outro grupo afirmando que investimentos na área da cultura são importantes para a cidade e não podem deixar de ser feitos. “Eu sou de origem humilde, de uma casa em que nós comíamos arroz, feijão e ovo, mais uma "mistura" quando dava. A cultura é essa mistura que não pode faltar”, chegou a argumentar Pedro Paulo (PT), líder do prefeito, ao pedir a aprovação da matéria em plenário.
Chicarelli, Rogério Campos e Chico do Uberaba centralizaram as críticas ao volume de investimentos no Cine Passeio, cujo debate começou na sessão de ontem e se estendeu até as 13 horas de hoje. “A prefeitura precisa voltar a investir no básico, pois não adianta ir ao cinema se tiver que pegar ônibus caminhando no barro”, reclamou Campos. “Alguns vereadores não conhecem a realidade do povo”, chegou a afirmar, em defesa de mais investimentos na periferia da cidade.
“Se está faltando captopril (remédio para pressão) na unidade de saúde do meu bairro, para a população, não posso concordar com esses recursos para um cinema”, afirmou Chico do Uberaba. “Se falta recurso para pôr em operação unidade de saúde não é o momento de fazer essa despesa. E ainda estou receoso sobre o funcionamento do espaço. A Fundação Cultural de Curitiba vai terceirizar? Acho que ela não tem pessoal para cuidar da estrutura”, disse Chicarelli, na segunda-feira.
Noemia Rocha, líder da oposição, reclamou de os remanejamentos orçamentários enviados pela Prefeitura de Curitiba misturarem matérias de conteúdo diferente. “Nesse caso o projeto destina recursos para o cinema, mercado municipal e outra unidade de saúde. Daí se votamos contra uma, votamos contra outra. Só que não somos contra a saúde, que é a principal demanda da população neste momento”, reclamou a parlamentar.
Valdemir Soares (PRB) não acompanhou o grupo na votação, mas ao justificar o voto disse entender que esse posicionamento dos parlamentares está relacionado a “desproporcionalidades” cometidas pelo Executivo. “Temos, sim, que fortalecer o potencial cultural da cidade, mas sem abrir mão da saúde e da educação. Eu entendo que esse espaço (Cine Passeio) também será usado para ações sociais, de combate às drogas, mas é urgente que a prefeitura comece a avançar nas outras áreas”, pontuou.
Além de Pedro Paulo, os vereadores Jonny Stica (PT), Aldemir Manfron (PP) e Professora Josete (PT) defenderam a construção do Cine Passeio, no centro da cidade, como opção cultural “mais barata” e “menos comercial” à população. “A cultura não é algo desnecessário”, insistiu Josete, lembrando que a medida é uma ação prevista desde a gestão anterior, que “fechou os cinemas Ritz, na rua XV de Novembro, e o Cine Luz, na praça Santos Andrade”. Manfron elogiou a gestão Fruet por dar sequência a projeto de seu antecessor. “As cidades precisam de um plano diretor que seja cumprido, para que haja planejamento”, afirmou.
Stica disse que a argumentação de quem se opôs à iniciativa misturava erroneamente assuntos como destinação de recursos oriundos de potencial construtivo (origem de parte dos recursos do Cine Passeio) e investimentos em saúde, por exemplo. “Vamos resolver todos os problemas de Curitiba extinguindo a FCC? Lógico que não. Até porque todas as visões mais modernas da educação colocam a cultura como algo imprescindível”, afirmou o parlamentar.
Dirceu Moreira (PSL) pediu investimentos também em equipamentos culturais do CIC e Julieta Reis (DEM) solicitou mais clareza sobre o aporte de recurso federal no Cine Passeio. “Pois está prevista uma escola de cinema no último andar”, disse a vereadora. Serginho do Posto (PSDB) também comentou a matéria, de um ponto de vista mais técnico, pois a obra do Cine Passeio estaria amparada em um decreto do Executivo. “Decretos podem ser alterados de um dia para o outro, logo seria melhor que matérias como essa fossem repensadas, para dar mais segurança ao processo”, ponderou.
Fundo da Saúde
Depois de discutir o envio de recursos para o Cine Passeio, os vereadores aprovaram de forma unânime (27 votos), e sem debate, o crédito orçamentário 013.00014.2014, no valor de R$ 6,941 milhões. A maior parte deste recurso, obtido de remanejamento, atenderá despesas e contratos firmados pelo Fundo Municipal da Saúde (R$ 6,5 milhões).
Os R$ 440 mil restantes bancarão o início da construção dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) Parque Industrial, na Regional do CIC, e Conjunto Prata, na Regional do Bairro Novo. “Estavam previstos 12 CMEIs neste ano e, com esse dinheiro extra, passamos a 14. Dois centros a mais, além do previsto. É importante frisar que esse recurso é do governo federal, via Programa Pró-infância, que já existe há anos, mas não era usado pela gestão anterior”, pontuou Josete.
O debate em plenário ficou dividido entre dois grupos de vereadores, com parte dos parlamentares defendendo que os recursos seriam melhor investidos em áreas essenciais, como saúde e educação. E outro grupo afirmando que investimentos na área da cultura são importantes para a cidade e não podem deixar de ser feitos. “Eu sou de origem humilde, de uma casa em que nós comíamos arroz, feijão e ovo, mais uma "mistura" quando dava. A cultura é essa mistura que não pode faltar”, chegou a argumentar Pedro Paulo (PT), líder do prefeito, ao pedir a aprovação da matéria em plenário.
Chicarelli, Rogério Campos e Chico do Uberaba centralizaram as críticas ao volume de investimentos no Cine Passeio, cujo debate começou na sessão de ontem e se estendeu até as 13 horas de hoje. “A prefeitura precisa voltar a investir no básico, pois não adianta ir ao cinema se tiver que pegar ônibus caminhando no barro”, reclamou Campos. “Alguns vereadores não conhecem a realidade do povo”, chegou a afirmar, em defesa de mais investimentos na periferia da cidade.
“Se está faltando captopril (remédio para pressão) na unidade de saúde do meu bairro, para a população, não posso concordar com esses recursos para um cinema”, afirmou Chico do Uberaba. “Se falta recurso para pôr em operação unidade de saúde não é o momento de fazer essa despesa. E ainda estou receoso sobre o funcionamento do espaço. A Fundação Cultural de Curitiba vai terceirizar? Acho que ela não tem pessoal para cuidar da estrutura”, disse Chicarelli, na segunda-feira.
Noemia Rocha, líder da oposição, reclamou de os remanejamentos orçamentários enviados pela Prefeitura de Curitiba misturarem matérias de conteúdo diferente. “Nesse caso o projeto destina recursos para o cinema, mercado municipal e outra unidade de saúde. Daí se votamos contra uma, votamos contra outra. Só que não somos contra a saúde, que é a principal demanda da população neste momento”, reclamou a parlamentar.
Valdemir Soares (PRB) não acompanhou o grupo na votação, mas ao justificar o voto disse entender que esse posicionamento dos parlamentares está relacionado a “desproporcionalidades” cometidas pelo Executivo. “Temos, sim, que fortalecer o potencial cultural da cidade, mas sem abrir mão da saúde e da educação. Eu entendo que esse espaço (Cine Passeio) também será usado para ações sociais, de combate às drogas, mas é urgente que a prefeitura comece a avançar nas outras áreas”, pontuou.
Além de Pedro Paulo, os vereadores Jonny Stica (PT), Aldemir Manfron (PP) e Professora Josete (PT) defenderam a construção do Cine Passeio, no centro da cidade, como opção cultural “mais barata” e “menos comercial” à população. “A cultura não é algo desnecessário”, insistiu Josete, lembrando que a medida é uma ação prevista desde a gestão anterior, que “fechou os cinemas Ritz, na rua XV de Novembro, e o Cine Luz, na praça Santos Andrade”. Manfron elogiou a gestão Fruet por dar sequência a projeto de seu antecessor. “As cidades precisam de um plano diretor que seja cumprido, para que haja planejamento”, afirmou.
Stica disse que a argumentação de quem se opôs à iniciativa misturava erroneamente assuntos como destinação de recursos oriundos de potencial construtivo (origem de parte dos recursos do Cine Passeio) e investimentos em saúde, por exemplo. “Vamos resolver todos os problemas de Curitiba extinguindo a FCC? Lógico que não. Até porque todas as visões mais modernas da educação colocam a cultura como algo imprescindível”, afirmou o parlamentar.
Dirceu Moreira (PSL) pediu investimentos também em equipamentos culturais do CIC e Julieta Reis (DEM) solicitou mais clareza sobre o aporte de recurso federal no Cine Passeio. “Pois está prevista uma escola de cinema no último andar”, disse a vereadora. Serginho do Posto (PSDB) também comentou a matéria, de um ponto de vista mais técnico, pois a obra do Cine Passeio estaria amparada em um decreto do Executivo. “Decretos podem ser alterados de um dia para o outro, logo seria melhor que matérias como essa fossem repensadas, para dar mais segurança ao processo”, ponderou.
Fundo da Saúde
Depois de discutir o envio de recursos para o Cine Passeio, os vereadores aprovaram de forma unânime (27 votos), e sem debate, o crédito orçamentário 013.00014.2014, no valor de R$ 6,941 milhões. A maior parte deste recurso, obtido de remanejamento, atenderá despesas e contratos firmados pelo Fundo Municipal da Saúde (R$ 6,5 milhões).
Os R$ 440 mil restantes bancarão o início da construção dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) Parque Industrial, na Regional do CIC, e Conjunto Prata, na Regional do Bairro Novo. “Estavam previstos 12 CMEIs neste ano e, com esse dinheiro extra, passamos a 14. Dois centros a mais, além do previsto. É importante frisar que esse recurso é do governo federal, via Programa Pró-infância, que já existe há anos, mas não era usado pela gestão anterior”, pontuou Josete.
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