Cidade pode ter banco de sangue de cordão umbilical

por Assessoria Comunicação publicado 02/10/2008 17h20, última modificação 22/06/2021 07h56
A Câmara de Curitiba analisa a criação do Banco Municipal de Sangue de Cordão Umbilical de Neonatos para oferecer suporte às atividades de assistência e pesquisa em terapia celular, principalmente na manipulação e armazenamento de células destinadas a transplantes em pacientes com doenças onco-hematológicas. O projeto prevê a centralização do recebimento do material coletado pelos hospitais da rede pública.
O documento em apreciação dos vereadores é ilustrado com vasto material de pesquisa: “Há mais de 20 anos a ciência descobriu que o sangue do cordão umbilical contém um tipo de célula com capacidade de regeneração, ou seja, pode produzir células idênticas às de diversos tecidos do corpo humano. Por essa razão, foram denominadas inicialmente células-mães e, mais tarde, passaram a ser chamadas de células-tronco.”
O uso dessas células no preparo de tecidos lesados e no tratamento de doenças incuráveis como câncer, diabetes, epilepsia e artrite reumatóide não é mais especulação do passado. É a porta de entrada para a chamada “medicina regenerativa”, que, segundo especialistas, tem potencial revolucionário.
Coleta
Existem duas formas de se coletar as células-tronco: a primeira é a retirada do cordão umbilical e a segunda, usar embriões. A bioética, que defende as causas morais envolvidas na manipulação da vida pela medicina, é contra a obtenção de células-tronco por meio de embriões, que poderiam ser criados em laboratório especificamente para essa função. Por esse motivo, o recolhimento de sangue do cordão umbilical é uma alternativa ao impasse ético na comunidade científica.
Segundo especialistas, com o sangue do cordão umbilical congelado, as células-tronco ficam disponíveis para necessidades futuras, como no caso de surgimento de doenças durante pelo menos 15 anos após a coleta. Além dessa vantagem, não há risco de rejeição quando implantadas no paciente, porque foram retiradas dele mesmo.
Por enquanto, no Brasil, o único banco público que recolhe esse material é o Inca, no Rio de Janeiro.