Ciclo de debates lembra 20 anos de Diretas Já

por Assessoria Comunicação publicado 23/06/2004 00h00, última modificação 12/04/2021 15h49

“Quem não cultiva a memória de seu povo não consegue entender o presente”. A afirmativa é de Ricardo Azevedo, vice-presidente da Fundação Perseu Abramo, ex-preso político, durante o ciclo de debates “20 anos Diretas Já”, na noite desta terça-feira (22), no auditório do Anexo II da Câmara Municipal. O evento, organizado pelas Faculdades do Brasil e Facinter, através dos professores Márcio Kieller (Facinter) e Emerson Cervi (Unibrasil), conta com o apoio do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, do Núcleo de Pesquisa de Sociologia Política Brasileira e da Casa, pelo vereador André Passos (PT).
Na ocasião, também proferiram palestra o professor de Ciências Sociais da UFPR e doutorando pela Unicamp, Sérgio Braga, e o jornalista e advogado Cláudio Ribeiro. Participaram, ainda, os vereadores Nilton Brandão (PT) e Paulo Salamuni (PMDB), que destacou a importância do evento e disse estar agradecido pela oportunidade de poder falar do maior dos bens, a liberdade. Também afirmou que quando se está distante do processo político é que surgem os oportunistas.
O movimento
Em novembro de 1983, começou o movimento pelas Diretas, quando o então senador Franco Montoro elaborou um manifesto pró-diretas, assinado em ato solene pela maioria dos governadores do País, inclusive o do Paraná, José Richa. Nesse mesmo mês, o PMDB, o PT e PDT iniciaram atos públicos em apoio às Diretas Já.
A partir de janeiro de 1984, cresceu a campanha, com comícios em praças públicas que reuniam milhares de pessoas. Nesse período, o deputado pelo PMDB de Mato Grosso, Dante de Oliveira, apresentou a emenda constitucional prevendo as eleições diretas.
Em 12 de janeiro daquele ano, em Curitiba, na Boca Maldita, aconteceu o primeiro grande comício da campanha. Logo em seguida, o comício na Praça da Sé, em São Paulo, reuniu 300 mil pessoas. Com o crescimento cada vez maior do movimento, o governo apresentou sua proposta de eleições diretas para presidente em 1988.
Em abril, após uma sessão que durou 16 horas, a Câmara dos Deputados rejeitou a emenda Dante de Oliveira. Assim, um Colégio eleitoral composto por 686 pessoas escolheu, em 15 de janeiro de 1985 o novo presidente da República, Tancredo de Almeida Neves.