Casa da Mulher Brasileira é uma conquista feminina, defendem vereadoras
“Agora a Casa da Mulher Brasileira (CMB) já pode funcionar”, disse o prefeito Gustavo Fruet à secretária especial da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro, ao entregar nas mãos dela o alvará emitido pela prefeitura para o novo equipamento público da cidade. Com a inauguração da CMB, nesta quarta-feira, a capital do Paraná passa a ser a terceira cidade do Brasil a possuir um espaço integrado para o acolhimento de mulheres vítimas de violência.
A sessão plenária de hoje na Câmara de Vereadores foi encerrada mais cedo para os parlamentares participarem da cerimônia. “A importância da Casa da Mulher Brasileira é indiscutível”, defendeu Ailton Araújo (PSC), presidente do Legislativo. “As mulheres passam a ter uma referência clara sobre a quem procurar em casos de violência”, disse o parlamentar, lamentando a falta de valores cristãos na sociedade. “A Casa da Mulher Brasileira é uma conquista do movimento de mulheres”, defendeu Professora Josete (PT).
“Antes a mulher agredida tinha que procurar vários órgãos públicos, em lugares diferentes da cidade, para ser atendida. Muitas desistiam de levar a queixa em frente pela dificuldade. Agora isso muda”, comentou Josete. A Casa da Mulher Brasileira é um espaço com quase 4 mil m², que reúne a Delegacia da Mulher, a Patrulha Maria da Penha, o Ministério Público do Paraná, a Defensoria Pública, o Juizado de Violência Doméstica e serviços de acolhimento psicossocial prestados pela Prefeitura de Curitiba, por meio de psicólogos, assistentes sociais e educadores sociais.
Julieta Reis (DEM) destacou o esforço de todos os governos – federal, estadual e municipal – para a criação de um espaço articulado de proteção à mulher. “A Casa da Mulher Brasileira é um projeto muito bom e deve ter continuidade”, disse a vereadora. Havia polêmica em torno da inauguração, pois movimentos sociais organizaram ato contra o presidente em exercício Michel Temer, do PMDB, na expectativa de um representante da União comparecer ao evento. Gritaram palavras de ordem em apoio à presidenta afastada, Dilma Rousseff, tida como uma das idealizadoras do projeto, ao lado da extinta Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres.
“Como mulher e jovem no parlamento, entendo que entregar a Casa da Mulher Brasileira é uma grande conquista para a cidade. Hoje demonstramos real comprometimento com a proteção da mulher curitibana”, afirmou Carla Pimentel (PSC). “Apoio, resgaste, dignidade... são muitas coisas que Curitiba ganha. É difícil para os homens imaginarem o sofrimento de uma mulher vítima de violência, que apanha do marido ou dos filhos usuários de drogas”, comentou Noemia Rocha (PMDB). Todas as vereadoras de Curitiba, incluindo Dona Lourdes (PSB), estiveram na atividade. Diversos parlamentares também compareceram ao evento.
“A Casa da Mulher Brasileira é um grande brado na luta pela igualdade de gênero”, afirmou Paulo Salamuni (PV), líder do prefeito na Câmara Municipal. “A luta não pára com a Casa, pois ainda temos que enfrentar a cultura machista que persiste na sociedade”, completou Josete. Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Legislativo, Carla Pimentel, defendeu que a Câmara de Vereadores seja mais um órgão público na defesa das mulheres vítimas de violência. “Estaremos atentos para facilitar o bom funcionamento da CMB e garantir o atendimento às mulheres”, propôs a parlamentar.
Roseli Isidoro destacou os R$ 14 milhões investidos pelo governo federal na obra e disse que a necessidade de um espaço como a Casa Mulher Brasileira, para combater a violência, é motivo para reflexão, “não é para comemorar”. “Não vamos fazer disso um espaço de disputa política”, apontou a secretária da Mulher. “Em 40, 50 dias estaremos a pleno vapor, com capacidade para atender 300 mulheres por mês, que a média apurada com base nos boletins de ocorrência”, confirmou. Ao convidar os vereadores para prestigiarem a inauguração, nesta terça-feira (14), Roseli Isidoro foi homenageada na Câmara (leia mais).
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