Câmara vota nome de Zilda Arns para Hospital do Idoso

por Assessoria Comunicação publicado 23/04/2010 19h45, última modificação 29/06/2021 09h27
A Câmara de Curitiba vota diversos projetos nesta segunda-feira (26). Entre os que merecem destaque, com votação em primeiro turno, está o de iniciativa de diversos vereadores, de denominação do Hospital do Idoso. A indicação é de seja chamado de Zilda Arns, em referência à médica pediatra e sanitarista que comandava a Pastoral da Criança e do Idoso, falecida em janeiro no terremoto do Haiti, interrompendo valioso trabalho de orientação médica e nutricional junto às comunidades carentes.

De acordo com o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur, Zilda Arns tinha viajado àquele país para apresentar os trabalhos da pastoral.
Homenagem
A iniciativa dos vereadores de sugerir o nome da sanitarista à instituição hospitalar surgiu logo após sua morte. Deve representar, segundo os parlamentares, a união de esforços para oferecer melhores condições de vida e saúde à população da terceira idade.
Pelo seu trabalho, a médica recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais, a exemplo do Prêmio Internacional em Administração Sanitária, outorgado pela Organização Panamericana de Saúde; Comenda da Ordem Nacional do Mérito Educativo, Prêmio USP de Direitos Humanos, entregue pela Universidade de São Paulo, além da indicação ao Prêmio Nobel.
Em 2004, Zilda recebeu a missão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para fundar a Pastoral da Pessoa Idosa. Hoje, a entidade está presente em quase todos os Estados brasileiros e atende cerca de 100 mil idosos.
Pastoral
Desde a fundação, em 1983, no interior do Paraná, a Pastoral da Criança cresceu para se tornar uma das entidades mais atuantes no Brasil, presente em 4.066 municípios e 42.314 comunidades. O objetivo central, de atendimento às crianças subnutridas, ultrapassou metas e fronteiras.
Em Curitiba, o destaque profissional da médica ficou marcado no Hospital de Crianças César Pernetta, hoje Pequeno Príncipe. Zilda, que se formou em medicina pela Universidade Federal do Paraná em 1959, trabalhou no hospital entre 1955 e 1964. A dedicação às crianças continuaria norteando sua carreira quando foi diretora de Saúde Materno-Infantil da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e, em 1980, quando coordenou uma campanha de vacinação contra epidemia de poliomielite que começou em União da Vitória.
Trabalho
Em 2007, segundo os dados da própria pastoral, eram atendidos em todo o País 1,8 milhão de crianças e 95 mil gestantes. Cerca de 260 mil voluntários fazem parte dos trabalhos da instituição. A eficiência do trabalho da pastoral fica evidente ao se analisar os índices de mortalidade infantil no Brasil. Em 2008, considerando-se as famílias atendidas pela entidade, a mortalidade era de 13 crianças menores de 1 ano por mil nascidos vivos. No mesmo ano, segundo o IBGE, o Brasil tinha uma taxa de 23,3 mortes por mil nascidos vivos. O sucesso do trabalho da pastoral é ressaltado pelo fato de a entidade atuar em áreas pobres, com índices de mortalidade ainda maiores que a média nacional.