Câmara vai homenagear irmã Dorothy Mae Stang

por Assessoria Comunicação publicado 25/05/2005 17h45, última modificação 24/05/2021 17h31
Projeto de lei de autoria do 1º vice-presidente da Câmara de Curitiba, vereador Jair Cézar (PTB), que denomina de Irmã Dorothy Mae Stang, um logradouro público, foi aprovado, por unanimidade, nesta quarta-feira (25).
Segundo o parlamentar, a missionária tinha uma vida de hábitos rígidos na Congregação Nossa Senhora de Namur e vivia com uma renda mensal de R$ 500,00, proveniente de uma aposentadoria do INSS, numa pequena vila cercada no Oeste do Pará, no município de Anapu. Era uma ativista desconhecida para o resto do País, mas famosa em sua região por se envolver em conflitos, muitas vezes violentos, em defesa dos mais humildes lavradores.
Agente da Comissão da Pastoral da Terra, a irmã nunca exerceu cargo de relevância na organização burocrática da entidade. Gostava de estar nos assentamentos com disputas fundiárias, sempre na defesa dos menos favorecidos.
“Era uma pessoa sábia, humilde, que vivia como pobre, no meio dos pobres”, afirma Jair Cézar, acrescentando que a missionária precisou morrer para que o governo olhasse para aquela região onde impera a força dos poderosos grileiros, que, a mando dos fazendeiros, se julgam acima da lei.  
Para o vereador Paulo Frote (PSDB), Dorothy Stang foi uma desbravadora que trabalhava em prol dos necessitados. “Mais uma vez, o poder público deixou a desejar, pois a religiosa já havia comentado sobre as ameaças recebidas”, acrescentou. Já o líder do PT, vereador André Passos, comentou que ela é a simbologia da luta por uma sociedade diferente e que a causa de sua morte foi o latifúndio grileiro. Também o líder do PMDB, vereador Paulo Salamuni, lembrou ser importante registrar que pessoas como Dorothy querem acabar com o precipício social existente no País.
“Devemos homenagear a missionária, lembrando o trabalho desenvolvido junto às comunidades indígenas como exemplo de luta contra a ambição humana”, concluiu Cézar.