Câmara teve o átrio ocupado; manifestantes não entraram no prédio

por Assessoria Comunicação publicado 28/08/2017 14h30, última modificação 21/10/2021 07h05

O protesto de servidores da Educação contra o projeto que amplia a participação das Organizações Sociais em Curitiba chegou a ocupar o átrio do Palácio Rio Branco, nesta segunda-feira (28), às 11 horas, mas a Guarda Municipal e a vigilância patrimonial contiveram o avanço dos manifestantes. Eles impediram o acesso ao hall do prédio, que separa o plenário da área externa, num empurra-empurra que durou 15 minutos. A sessão plenária foi rapidamente suspensa, mas com a votação retomada o projeto da prefeitura foi aprovado por 23 a 8 votos (leia mais).

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Desde 8h30 da manhã servidores concentravam-se em frente ao Palácio Rio Branco, onde estava um carro de som utilizado pelo Sismmac (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba) e pelo Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba). O grupo, com aproximadamente 70 manifestantes, acompanhava a sessão pelo carro de som e gritava palavras de ordem (“Sangue, suor e precarização, é isso que compõem a terceirização” e “Não tem arrego, você tira meu direito e eu tiro o seu sossego”).

Viviane Bastos e Wagner Argenton, ambos diretores do Sismmac, foram as pessoas que mais utilizaram o carro de som para se opor aos argumentos pró-Organizações Sociais em plenário. Eles questionaram o empenho dos parlamentares na discussão sobre a Saúde e a Educação em Curitiba, acusaram os vereadores de ignorarem as investigações sobre má gestão em OSs pelo Brasil e, quando se disse em plenário que o protesto era “bagunça” e “algazarra”, reclamaram. “Era para a gente ficar quietinho, para usar mordaça? Ato organizado por sindicato é um direito, não é baderna”, respondeu Viviane no microfone.

Eram 10 horas quando os servidores agruparam-se no alto da escadaria, onde um portãozinho impede o acesso ao átrio. Foi quando começaram os gritos de “deixa o povo entrar”. A vigilância patrimonial da Câmara fazia o controle de acesso ali, liberando a passagem da imprensa e o revezamento dos servidores, pois cinco tiveram o acesso autorizado ao interior do Palácio Rio Branco. Desde junho as galerias do prédio estão interditadas. É uma determinação da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis da Defesa Civil de Curitiba e do Corpo de Bombeiros, tomada após a quarta invasão consecutiva do prédio no primeiro semestre (relembre o caso).

Por volta das 11 horas, quando o projeto ia ser votado, após quase duas horas de discussão em plenário, os manifestantes passaram pelo portão e, avançando pelo átrio na direção da porta principal, foram impedidos pela vigilância da Câmara e pela Guarda Municipal. Dentro do plenário, Noemia Rocha (PMDB) e Professora Josete (PT) argumentavam pela suspensão da sessão, enquanto o líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB) solicitava o prosseguimento da votação. O presidente do Legislativo, Serginho do Posto (PSDB), chegou a interromper brevemente a análise do projeto nesse ínterim. “Nunca vi uma votação tão rápida. Menos de um minuto [para registrar os votos]”, apontou Noemia. “O prefeito Rafael Greca não debate mais nada”, reclamou Josete.

Durante a situação, os manifestantes, que chegaram a abrir as janelas laterais à porta principal, optaram por não entrar no prédio por elas. Ainda que tenha havido o empurra-empurra, e o Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal tenha aparecido para reforçar o cordão de isolamento na entrada, não houve registros de feridos. A Polícia Militar não participou da ação, acompanhando o caso da praça Eufrásio Correia. Depois da votação, Argenton, do Sismmac, no carro de som, pediu que os servidores não se desanimem e levem o debate para a comunidade. “Sem partidarização, mas será que os alunos sabem o que é terceirização? Será que conhecem essas condições de trabalho?”, pontuou.

O projeto de lei (005.00309.2017) volta à pauta nesta terça-feira (29), para votação em segundo turno.