A Câmara Municipal de Curitiba será sede, na próxima semana, da 3ª Audiência Pública da Comissão Estadual da Verdade. O convite foi feito aos vereadores na sessão plenária desta quarta-feira (02) pelos membros da comissão, que tem a finalidade de examinar e esclarecer as violações de direitos humanos praticados no Paraná entre 18 de setembro de 1946 e 05 de outubro de 1988.
    
O órgão foi criado por meio da Lei Estadual 17.362/2012 e está vinculada à Secretaria de Estado de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU). Conforme Edson Fachin, membro da Comissão da Verdade, jurista e professor de Direito da UFPR (Universidade Federal do Paraná), outras duas audiências públicas já foram promovidas no interior do estado, Foz do Iguaçu e Apucarana, com o objetivo de ouvir vítimas e testemunhas da ditadura militar.
    
“A terceira audiência não poderia deixar de ser feita em Curitiba. Na sessão de abertura vamos homenagear a vereadora Maria Olympia Mochel. A jornalista Tereza Urban, muito conhecida por esta Casa, também será homenageada pela Comissão da Verdade. Muitos deram suas vidas, deram suas almas em prol de um país que merece ser chamado de justo e igualitário”, destacou Fachin.
    
“A audiência pública tem o apoio irrestrito da Câmara de Curitiba”, completou o presidente do Legislativo, Paulo Salamuni (PV). Outras instituições parceiras da Comissão da Estadual da Verdade são OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná), Comissão da Verdade da UFPR e Grupo de Trabalho pela Verdade do Sindijor-PR (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná).     
    
O evento acontece entre os dias 07 e 09 de outubro, no plenário do Anexo II do Legislativo (Rua Barão do Rio Branco, 720, Centro). A abertura solene será na segunda-feira (07), às 14 horas. Segundo o professor, estão programadas duas sessões por dia: de 14 às 18h e de 18 às 21h.
    
Comissão Estadual da Verdade
    
A comissão paranaense também tem a função de contribuir com a Comissão Nacional da Verdade. Também são membros do órgão Ivete Maria Caribé, integrante do Comitê de Refugiados do Paraná; Márcio Mauri Kieller, vice-presidente da CUT no Paraná; Neide de Azevedo Lima, ex-presidente do Movimento Feminino pela Anistia;  Olympio Sotto Maior Neto, ex-procurador geral de Justiça do MPPR (Ministério Público do Paraná); Pedro Bodê, professor da UFPR e especialista em violência; e Vera Karan De Chueiri, vice-diretora do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR.