Câmara rejeita projeto contra discriminação

por Assessoria Comunicação publicado 14/06/2005 17h40, última modificação 25/05/2021 10h48
Foi rejeitado o projeto de lei do vereador Jorge Bernardi (PDT) que  proibia a discriminação e o constrangimento pelo uso de roupas,  calçados e adereços. Em sessão plenária, a Câmara de Curitiba  decidiu, por maioria de votos, engavetar a proposta de Bernardi que previa, entre outras  determinações,  multa aos infratores de  até R$ 5 mil.    
Mesmo apresentando substitutivo, o parlamentar não logrou êxito. Bernardi pretendia garantir  entrada em locais de comércio, serviço ou de lazer,  sem constrangimento, daqueles que fazem opção diferenciada pela vestimenta, uso de adereços, tatuagens ou piercings. Porém, a maior parte dos vereadores presentes à sessão  considerou inviável a aplicação da nova lei, diante da infinidade de situações  que envolvem a matéria.
Foram 16 votos contrários ao projeto original e 18 contra o substitutivo. Para o líder do prefeito, Mario Celso Cunha (PSB), “o Código Penal já legisla sobre o assunto, impedindo excessos e garantindo a cidadania”. O vereador exemplificou lembrando que “já foi grande o número  de pessoas  de  torcidas organizadas que insistiam na  entrada  em  locais diferenciados dos campos de futebol”. Hoje, segundo Cunha, o problema foi resolvido “e para poucos casos prevalece o bom-senso e a utilização do Código Penal”.
O líder da oposição,  advogado André Passos (PT),  embora favorável ao projeto, também citou a existência de legislação federal para garantir  a cidadania e  conter abusos.
O autor, Jorge Bernardi afirmou que “o Brasil é um País de várias etnias, cada qual com seus costumes diferenciados e que isto cria situações em que as pessoas usam vestimentas  também diferenciadas. Há, ainda, a opção jovem pelo uso de tatuagens e piercings que em muitos lugares não são aceitos”.
A argumentação, entretanto, não foi acatada. Para o presidente da Comissão de Segurança Pública e Defesa da  Cidadania, vereador Valdenir Dias (PTB), “ficaria difícil estabelecer o limite entre liberdade e libertinagem”. Dias  afirmou que “a própria sociedade se encarrega de  determinar o que é indecente  do tolerável”.