Câmara promove seminário para debater violência contra a mulher
No Brasil, a cada dois segundos uma mulher é vítima de algum tipo de violência. Foi com esse dado que a assessora do Departamento de Enfrentamento à Violência da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Érica Paes, deu início ao Seminário de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, na manhã desta sexta-feira (21), no auditório da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O evento foi promovido pelo vereador Oscalino do Povo (Pode).
A especialista em defesa pessoal para mulheres usou o caso da advogada Tatiane Spitzner, que segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi asfixiada e morta pelo marido, para exemplificar a metodologia que os homens usam contra suas companheiras, mais conhecido como violência doméstica. “A primeira violência física é o puxão de cabelo, porque dói, machuca e não deixa marcas”, ressaltou. Para ela, o que mais assusta é a reação da sociedade diante do feminicídio e para que isso não seja sucessivo, é preciso praticar a sonoridade se colocando no lugar de cada uma das vítimas antes de julgar.
A cada 24 horas são registrados 606 casos de violência doméstica no Brasil. No entanto, somente 10% das mulheres que sofrem algum tipo de abuso vão até a delegacia realizar o boletim de ocorrência. Segundo a palestrante, é possível reconhecer o potencial agressivo do companheiro desde o início do relacionamento, através da forma como ele se comporta diante dos pais e obrigando a mulher a se afastar de amigos e familiares, por exemplo. “A intenção do agressor não é matar, mas sim humilhar e machucar”, completou.
Durante o evento, a também campeã mundial de jiu-jitsu ensinou aos convidados algumas estratégias de defesa pessoal para se desvincilhar de agressões dentro do carro, do transporte coletivo, quando assediada na rua e dentro de casa, por exemplo. “Esse trabalho é contra a violência e não contra os homens”, completou.
Em 2007, Érica Paes ficou conhecida nacionalmente por ser a responsável pelos treinamentos da atriz Paola Oliveira ao interpretar o papel da lutadora e policial Geisa na novela global “A Força do Querer”, que também foi inspirada em sua história de vida. Além disso, é ex-lutadora de MMA e a única a vencer, em 2005, a paranaense Cris Cyborg, que não perde desde então, acumulando títulos e cinturões do UFC e do StrikeForce.
“A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida e a liberdade do ser humano”, disse Oscalino do Povo (Pode), citando frase do papa João Paulo II. Também participou do evento a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Sandra Prado; a coordenadora de Políticas para Mulheres do Estado do Paraná, Terezinha Beraldo Pereira Ramos; a representante da Defensoria Pública do Paraná, Eliana Lopes; a representante da Comissão de Estudos sobre a violência de gênero da OAB-PR, Sílvia Turra; a guarda municipal e representante da Secretaria de Defesa Social, Gislaine Seneiko; vereador Mauro Botato (Pode); e servidores da Câmara Municipal de Curitiba.
Restrições eleitorais
Em respeito à legislação eleitoral, a divulgação institucional da CMC será controlada editorialmente até o dia 7 de outubro. Não serão divulgadas informações que possam caracterizar uso promocional de candidato, fotografias individuais dos parlamentares e declarações relacionadas aos partidos políticos. As referências nominais aos vereadores serão reduzidas ao mínimo razoável, de forma a evitar somente a descaracterização do debate legislativo – e ainda que nestas eleições só metade dos parlamentares sejam candidatos, as restrições serão aplicadas linearmente a todos os mandatos (leia mais).
*Matéria redigida pela estudante de Jornalismo Alana Thaís Staidel, especial para a CMC. Revisão do texto e supervisão do estágio do Diretor de Comunicação, Filipi Oliveira.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba