Câmara promove debate entre Secretaria de Educação e conselhos tutelares

por Assessoria Comunicação publicado 10/04/2013 19h05, última modificação 15/09/2021 08h11

A rede municipal de ensino de Curitiba possui 43 mil alunos somente na educação infantil, mas existem cerca de 10 mil crianças à espera de vagas. A informação foi repassada pela secretária municipal de Educação, Roberlayne Roballo, à Comissão de Educação, Cultura e Turismo, durante reunião extraordinária desta quarta-feira (10). A falta de estrutura dos centros de educação infantil (CMEIs) para atender essa demanda já havia sido apontada como prioridade para a nova gestão pelos conselheiros tutelares, quando estiveram reunidos com o colegiado no início de março.

Hoje, uma solução para o problema foi novamente cobrada pelos representantes dos conselhos tutelares dos bairros Novo Mundo, Boqueirão, Santa Felicidade, Pinheirinho, Boa Vista e Matriz, que participaram da explanação. Um diagnóstico feito pelos conselhos sobre a situação dos CMEIs foi entregue à secretária. Segundo eles, uma das principais reclamações dos pais é a demora para se conseguir vagas nas creches, que muitas vezes são destinadas a pessoas que estão a pouco tempo na fila de espera.

De acordo com Roberlayne Roballo, as vagas são preenchidas de acordo com alguns requisitos, como crianças que vivem em situação de risco. “Acredito na vaga como direito e enquanto não conseguimos atender o direito de todos, temos que focar nas prioridades. Se tiver alguma demanda avessa, a secretaria quer ser informada, através das regionais da Educação”, orientou.

Curitiba conta com 195 creches e 112 escolas de educação infantil e o Executivo planeja construir 20 novas unidades: nove delas estão em fase de orçamento e 11 em fase de elaboração de projetos no IPPUC. No entanto, a principal dificuldade enfrentada é com relação à aquisição de terrenos para as obras futuras. “Desde o início da gestão, já visitamos mais de 40 imóveis, mas apenas dez estavam aptos para a construção de CMEIs”.

Mas a secretária ressaltou que o atendimento à atual demanda vai além, passando pela qualidade do ensino. “A prefeitura irá contratar 160 novos educadores, revisar o plano de cargos e salários da categoria e desenvolver uma articulação próxima com o ensino fundamental para garantir a continuidade do aprendizado das crianças”.

As melhorias também passam pela reforma das unidades de ensino, que estão em condições precárias. Em resposta ao presidente da comissão, Mauro Ignacio (PSB), que cobrou maior atenção da prefeitura quanto à infraestrutura das escolas e centros de educação infantil, Roberlayne Roballo informou que existe projeto em andamento, que irá atender as demandas iniciais e urgentes a curto, médio e longo prazos. “O telhado de uma creche precisou ser trocado. Outro exemplo é a falta de água em um CMEI, porque todas as torneiras não funcionavam. Hoje temos um coordenador de obras, que trabalha juntamente com uma equipe de engenheiros, que já foi coordenador pedagógico e conhece a realidade das escolas”, explicou.

Expansão e Revitalização da Rede

De acordo com Roberlayne, o sistema municipal de ensino também possui 140 escolas de tempo regular, 36 centros de educação integral e 46 unidades de educação integral. No total, 141 mil  estudantes são atendidos por 15,5 mil profissionais. Ainda conforme a secretária, o plano de expansão e revitalização da rede prevê a contratação de 75 novos pedagogos, 38 coordenadores pedagógicos e mais de 300 professores de docências I e II.

“A prioridade é resgatar a função social, histórica e cultural das instituições educativas, por meio de ações que vistem incrementar a qualidade social da educação”, frisou. A pasta vai atuar em eixos com foco na formação continuada dos profissionais e ampliação gradativa da hora-atividade.

Membro da comissão, o vereador Zé Maria (PPS) fez considerações a respeito da educação especial que, ao seu ver, precisa ser contemplada pelo plano de expansão. “Temos mais de 500 jovens com deficiência fora da sala de aula. Quando se consegue vaga, não há transporte adaptado. Estou há 28 anos na educação especial e falta investimento. Temos necessidade de ter uma escola especial na região Sul”, observou.

Roberlayne Roballo explicou que as mudanças também passam pela educação especial, que hoje atende pessoas de 0 a 30 anos, sendo 250 alunos na educação infantil e 824 no ensino fundamental. “Já trocamos a equipe. As demandas estão sendo diagnosticadas e não são poucas. Uma das principais é a modificação da estrutura pedagógica”.

O programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é uma das metas da Secretaria, com o aumento do número de turmas e acompanhamento técnico para identificar os locais com maior índice de analfabetos. Curitiba também aderiu ao Plano de Ações Articuladas (PAR), do Governo Federal, com a realização de um diagnóstico da realidade educacional local.

Também participaram do debate os vereadores Bruno Pessuti (PSC) e Professor Galdino (PSDB), que compõem o colegiado, além dos líderes Professora Josete (PT) e Helio Wirbiski (PPS).

Confira matéria já publicada sobre o assunto:

Conselho Tutelar apresenta demandas à Comissão de Educação