Câmara pede retratação ao presidente da Alep

por Assessoria Comunicação publicado 06/03/2013 15h45, última modificação 13/09/2021 09h45

O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Paulo Salamuni (PV), pediu desagravo da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) pela declaração do presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), em seu perfil no microblog Twitter. O deputado sugeriu, após aprovação de moção de apoio à manutenção de subsídio do governo estadual ao transporte integrado, que os vereadores façam “faxina nas mordomias” em busca da solução do problema.

“Vereadores de Curitiba querem subsídio do estado para o transporte coletivo, tenho uma sugestão, faxina nas mordomias e devolvam os recursos”, tuitou Rossoni. Após a declaração do vereador, na tribuna da Câmara, o presidente da Alep escreveu: “Não ofendi ninguém. Apenas expus a realidade”. Em outro trecho, disse que “economia faz bem”.

Salamuni convidou o presidente da Alep e os demais deputados estaduais para o debate sobre o subsídio ao sistema de transporte. “Queremos que estendam as mãos à Casa, que façam pacto com o governo e a prefeitura pela cidade de Curitiba”, declarou. Também citou diversas ações adotadas desde as denúncias apresentadas em 2011, sobre os contratos de publicidade da Câmara, como a instalação de CPI, procedimento no Conselho de Ética e a renúncia do ex-presidente do Legislativo, João Cláudio Derosso (sem partido).

Dentre outras mudanças implantadas, Salamuni ainda destacou o Portal da Transparência e o corte de 246 cargos em comissão – os gabinetes, por exemplo, que antes podiam contratar até 11 assessores, tiveram o número limite fixado em sete. “Não há mordomia. Não há excessos”, disse. “Nós estamos na mão da história. Os outros estão na contramão.”

As declarações do presidente do Legislativo municipal receberam apoio dos vereadores, que compartilham a visão que a manutenção do subsídio, criado em 2012, é voltada à população de Curitiba e da região metropolitana. “Em momento algum pedimos a desintegração do sistema. A questão é importantíssima e pode inviabilizar o transporte coletivo”, alertou Salamuni.

Moção de apoio

O Legislativo da capital aprovou, na sessão desta quarta, moção para a manutenção e ampliação do subsídio do governo do estado à rede integrada de transporte. O líder do prefeito, Pedro Paulo (PT), pediu o apoio dos colegas ao requerimento. “A tarifa precisa ser um atrativo para o uso do transporte público. Aqui nós temos o transporte integrado com a região metropolitana, e o governo estadual precisa contribuir”, apontou. Ele também esclareceu que ainda não há definição sobre o valor da tarifa e que, além do subsídio, pesa a negociação com os trabalhadores. “É preciso discutir, também, o lucro dos empresários do setor”, complementou.

Para a líder da oposição, Noemia Rocha (PMDB), impera no país a falta de união. “O valor da tarifa faz diferença no orçamento do trabalhador. A questão independe de partido, e a situação pode ser revertida até maio”, declarou. A vereadora ainda fez registro sobre pedido do senador Roberto Requião (PMDB) ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) para a manutenção do subsídio. Diversos vereadores participaram do debate, tendo sido sugerida a formação de comissão especial, na Casa, para aprofundar o tema. A Câmara de Curitiba recebeu, na véspera, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Roberto Gregório da Silva Junior, e o reajuste da tarifa foi mote do debate.

Região metropolitana
    
O prefeito de Pinhais, Luizão Goulart, pediu apoio dos vereadores da capital ao transporte coletivo. Ele usou a tribuna para apresentar preocupação dos municípios da região metropolitana quanto ao fim do subsídio. “Os cidadãos dessas localidades, muitas vezes menos favorecidos, serão os mais afetados. Nós queremos buscar a melhor solução”, disse, em nome dos demais Executivos da Grande Curitiba.

Ele também alertou para a necessidade de discussão do modelo do transporte coletivo, e não só da tarifa. Goulart preside a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec). Criada em 1981, a entidade representa os 29 municípios que integram a região metropolitana da capital.

Subsídio federal

Na tarde desta quarta-feira, requerimento assinado por diversos vereadores foi protocolado e encaminhado à presidente Dilma Rousseff solicitando subsídio da União para diminuir o preço da tarifa.  “Acreditamos que é justo por parte do Governo Federal firmar um convênio com a cidade de Curitiba para subsidiar parte dos custos  da Rede Integrada de Transporte de Curitiba ou então para que o Governo Federal isente os tributos federais que incidem sobre a passagem e que podem chegar a mais de  25% do valor final da tarifa”, justificou o documento.