Câmara de Curitiba concede Cidadania Honorária ao técnico Geninho
Nesta segunda-feira (9), a Câmara Municipal de Curitiba concedeu a Cidadania Honorária ao treinador Geninho. A homenagem teve a iniciativa dos vereadores João da 5 Irmãos e Bruno Pessuti. (Fotos: Claudio Sehnem/CMC)
Nesta segunda-feira (9), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC), concedeu a Cidadania Honorária a Eugênio Machado Souto, o Geninho. A homenagem (Decreto Legislativo nº 4, de 3 de dezembro de 2024) teve a iniciativa dos vereadores João da 5 Irmãos (MDB) e Bruno Pessuti (Pode), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A solenidade foi presidida por Bruno Pessuti.
A mesa foi composta por: Bruno Pessuti e João da 5 Irmãos, vereadores e proponentes da homenagem; Eugênio Machado Souto, o homenageado; Marcus Coelho, ex-presidente do Clube Athletico Paranaense (CAP); Orlando Pessuti, ex-governador do Paraná; Marcelo Ortiz, jornalista, narrador esportivo e diretor da rádio Banda B; Luiz Fernando Cordeiro, ex-coordenador e ex-diretor do departamento de futebol profissional do CAP.
Também estiveram presentes: vereadores Herivelto Oliveira (Cidadania) e Mauro Bobato (PP); e Hamilton Júnior, presidente da Associação dos Servidores da Câmara Municipal de Curitiba (ASCMC).
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Um dos nomes mais representativos do futebol brasileiro
O vereador João da 5 Irmãos saudou os presentes e disse estar feliz por, em companhia do vereador Bruno Pessuti, conceder a Cidadania Honorária a Geninho. “Trata-se da mais importante homenagem da Câmara Municipal de Curitiba destinada a pessoas que não nasceram na cidade”, lembrou o vereador.
Para João da 5 Irmãos, Geninho se tornou uma figura emblemática e um dos nomes mais representativos do futebol brasileiro. Geninho nasceu na cidade de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, em 15 de maio de 1948. “O homenageado construiu uma carreira admirável, tanto como goleiro quanto como treinador, tendo deixado um importante legado pelo trabalho e dedicação ao esporte”, frisou João da 5 Irmãos.
Conforme o vereador, Geninho iniciou nas divisões de base do Botafogo de Ribeirão Preto, em 1963. “Aos 17 anos, já atuava como titular do time profissional. Defendeu outros times, como Francana, São Bento, Paulista de Jundiaí, Caxias, Vitória e Novo Hamburgo, encerrando sua atuação como goleiro em 1974”, disse João da 5 Irmãos.
Geninho estreou como treinador no Novo Hamburgo (RS), sendo que sua habilidade em liderar equipes chamou a atenção. “Em 1989, Geninho ganhou seu primeiro título internacional: a Supercopa de Portugal, com a equipe do Vitória de Guimarães. Destaque também para sua atuação na Arábia Saudita, onde venceu a Copa do Príncipe e a Copa do Rei”, informou João da 5 Irmãos.
Fama de treinador versátil e confiável
De acordo com João da 5 Irmãos, Geninho esteve à frente do Paraná Clube em 2000, durante a conquista do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão e, em 2001, liderou a vitória do Clube Athletico Paranaense na Primeira Divisão. Também atuou junto aos times do Sport Recife, Avaí e Goiás.
“Sua habilidade em reerguer times lhe rendeu a fama de treinador versátil e confiável”, disse João da 5 Irmãos, que também enfatizou o fato de que, fora dos campos, Geninho sempre valorizou sua família, encontrando nela a a base para sua bem sucedida carreira.
“Essa homenagem”, afirmou João da 5 Irmãos, “tem o objetivo de gerar incentivo e inspiração aos que atuam na área, principalmente os que estão começando. O esporte pode ser um instrumento de inclusão social e de transformação e é nos campos de várzea e nas periferias que surgem os gênios que podem resgatar a essência do futebol brasileiro”, encerrou o parlamentar.
Único técnico que, no futebol paranaense, ganhou dois títulos nacionais
Para Marcelo Ortiz, a história do homenageado é de alguém que abraça todas as pessoas. “Eu conheci seu trabalho ainda junto ao Paraná Clube em 2000. “Conversando com Barcímio Sicupira, ele me disse: se prepare pra conhecer um dos maiores nomes do futebol, uma pessoa gentil e um grande profissional. Os senhores estão homenageando o único treinador que, no futebol paranaense, conquistou dois títulos nacionais”.
Ortiz salientou as dificuldades do futebol local, a começar pelo fato de que nenhum time Curitiba estará na Primeira Divisão em 2025. Geninho, pelo seu currículo, representa o lado campeão do futebol paranaense. “Geninho está colhendo o que plantou. O título de Cidadão Honorário veio em momento correto, pois ele é um treinador com capacidade, qualidade e empatia. Conseguiu extrair o melhor daqueles jogadores. Um verdadeiro comandante e um exemplo para todos nós”, disse Ortiz.
Curitiba sabe agradecer aos que fazem por ela
Marcos Coelho, então presidente do CAP na conquista do Campeonato Brasileiro em 2001, afirmou que Geninho é um vitorioso. “Dizem que treinador não ganha jogo, mas isso é mentira. Certa vez, em Campinas, após uma vitória contra a Ponte Preta, Geninho disse: ‘Vamos chegar ao campeonato e, se o adversário for o São Caetano, eu sei como lidar’. Ele disse que o Athletico ganharia com um gol de pênalti e um gol convencional, e foi o que aconteceu”, disse Coelho.
Outro episódio mencionado por Coelho se deu na final do Brasileiro, quando, um pouco antes da final, uma notícia ruim gerou um clima de desconforto na concentração. Geninho decidiu isolar os jogadores e, graças a essa atitude, o clube atingiu a vitória. “Tenho o grato prazer de estar aqui saudando um amigo querido e que me tem sido leal com sua amizade há 23 anos. Curitiba sabe agradecer aos que fazem por ela. A homenagem é merecida”, declarou Coelho.
Marcas do que se foi, sonhos que vamos ter
O ex-governador Orlando Pessuti destacou duas músicas. A primeira, de título “Marcas”, foi gravada originalmente pelo grupo Os Incríveis em 1975 e regravada por músicos como Roupa Nova, Zezé Di Camargo & Luciano e Padre Marcelo Rossi. “Marcas do que se foi, como no Campeonato Nacional de 2001. Sonhos que vamos ter, com o retorno do Atlhetico à Primeira Divisão entre 2025 e 2026”, disse.
A outra música destacada por Orlando Pessuti foi “Tocando em frente”, do músico matogrossense Almir Sater. O ex-governador do Paraná deu a Geninho o prêmio pela participação decisiva nos 100 anos do Clube Athlético Paranaense.
Geninho: “Receber o título de Cidadão Honorário é uma realização”
Geninho iniciou sua fala de agradecimento declarando que a homenagem foi uma das maiores alegrias da sua vida. “Quem me conhece sabe o carinho que tenho por Curitiba. Eu me encantei com a cidade. A família da minha esposa tinha morado aqui por um tempo, então já havia laços. Quando vim para cá, ela me acompanhou”, disse.
O homenageado revelou que, quando vem à Curitiba, frequenta a Feira do Largo, a Igreja do Guadalupe, o bar do Alemão e outros pontos da cidade. “Receber o título é uma realização. A cidade que eu gosto, Curitiba, gosta de mim, fiquei muito contente”, comentou Geninho que encerrou sua fala agradecendo à Câmara de Curitiba e exaltando seus amigos.
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