Câmara Municipal aprova Semana do Lixo Zero em Curitiba
A Câmara Municipal aprovou em primeira votação, na sessão plenária desta segunda-feira (30), a inclusão da Semana do Lixo Zero no Calendário Oficial de Curitiba. A proposta, de autoria do vereador Helio Wirbiski (PPS), foi acatada por unanimidade, com 32 votos. A data deve ser celebrada na última semana do mês de outubro, quando ocorrerão atividades de conscientização da população em prol da redução de resíduos (005.00161.2015).
Segundo o autor, a diminuição da produção de lixo contribuiria com a redução dos gastos públicos com a coleta de resíduos. “Cada tonelada de lixo custa R$ 53 para ser depositada em aterros. Os mais de R$ 100 milhões por ano, usados com a coleta de lixo, poderiam ser destinados para diversas outras áreas da cidade”, salientou Wirbiski.
O vereador também falou que é necessário criar na sociedade uma cultura de responsabilidade sobre a produção e destinação dos resíduos. “No meu gabinete, por exemplo, diminuímos para quase zero a utilização de copos descartáveis. Na sessão plenária da Câmara Municipal, poderíamos deixar de imprimir as ordens do dia, para que fossem acessadas apenas pela internet, reduzindo o consumo de papel”, comentou.
A ideia foi apoiada por Bruno Pessuti (PSC), que destacou a centralidade do assunto do tratamento e do manejo do lixo nas grandes cidades. O vereador sugeriu ainda que a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) estude modificar a maneira como a cobrança do estacionamento regulamentado (EstaR) é realizada. “São 15 milhões de cartões Estar utilizados todos os anos em Curitiba. Um material que é bastante tóxico na sua produção e decomposição”, frisou.
O vereador Pedro Paulo (PT) indicou a diminuição da produção de lixo como solução para desacelerar a criação de novos aterros sanitários. “Enterrar os resíduos não é a melhor destinação”, disse. O parlamentar alertou sobre metade do material coletado pelo programa “Lixo que Não é Lixo” não ser reciclada, por problemas na hora da separação. “Conscientizar a população e manter um debate são os deveres do gestor público, que tem a obrigação de incentivar a redução da produção de lixo”, frisou Pedro Paulo.
Durante o debate, o vereador Valdemir Soares (PRB) protestou pela falta de iniciativa da prefeitura em realizar as semanas comemorativas e de conscientização, aprovadas pela Câmara Municipal. “A verdade precisa ser dita. Qual a semana social dessa cidade que está sendo realizada? Qual tem incentivo?”, questionou.
O debate também incluiu os vereadores Carla Pimentel (PSC), Jairo Marcelino (PSD), Julieta Reis (DEM) e Professora Josete (PT). Acompanharam a votação do projeto integrantes do Instituto Lixo Zero.
Qualidade dos rios
Durante o debate, Bruno Pessuti comentou ainda programa lançado pela prefeitura, na última semana, que promove o mapeamento da qualidade dos rios da capital. Um projeto de sua autoria, com o mesmo objetivo, foi aprovado pela Câmara de Vereadores em 2014, mas sofreu veto do prefeito (leia mais). Para o parlamentar, embora não seja possível comparar as ações realizadas no Brasil com os Estados Unidos, Bruno Pessuti sugeriu o uso de redes nos rios, para a coleta de lixo das águas. “As pessoas precisam lembrar que, quando o lixo sai da sua casa, ele passa a ser um problema de toda a sociedade”.
O projeto
Entre os objetivos do projeto estão a promoção de debates entre diversos setores, como instituições, empresas, poder público, escolas e os munícipes; proporcionar experiências lúdicas e técnicas; apoiar e incentivar o cooperativismo; oportunizar o lançamento de novidades tecnológicas locais; favorecer e contribuir para a redução, reutilização, reciclagem e compostagem; incentivar o consumo consciente; e incentivar a promoção de mutirão de limpeza em parques, praças, ruas, pontos turísticos, entre outros locais. Para entrar em vigor, a proposição deve passar por segunda votação nesta terça-feira (1º), antes de ser enviada para a sanção do prefeito Gustavo Fruet.
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