Câmara Municipal analisa fim do voto secreto

por Assessoria Comunicação publicado 06/09/2013 18h25, última modificação 17/09/2021 10h50

Os vereadores de Curitiba votam, na próxima segunda-feira (9), proposta que visa abolir as deliberações por meio de votação secreta na Câmara Municipal. A mudança, sugerida por Pedro Paulo (PT), integra um projeto de resolução, apresentado por diversos vereadores, que altera 31 artigos do Regimento Interno da Casa.
    
Pelas regras atuais, admite-se este tipo de votação apenas para deliberar sobre vetos, destituição de membros da Mesa Diretora, perda de mandato de vereador ou julgamento do prefeito por infração político-administrativa.
    
Em reunião realizada no dia 30 de agosto, os líderes partidários chegaram a um consenso sobre a extinção do voto secreto. No entanto, para concretizar a medida, também tramita no Legislativo projeto que visa alterar a Lei Orgânica do Município, suprimindo os artigos que preveem este tipo de deliberação.
    
Para analisar as alterações na LOM, está sendo formada uma comissão especial -  conforme determina o Regimento - com nove vereadores. Ainda na segunda, serão lidos em plenário requerimentos dos líderes partidários que indicam os parlamentares que vão participar do colegiado. A iniciativa para adequar a LOM foi de Professor Galdino (PSDB), apoiado por diversos vereadores.

Mudanças

Dentro das várias mudanças sugeridas estão a formalização da Liderança de Oposição, suprindo omissão do Regimento Interno, bem como a criação do Colégio de Líderes, a ser formado por representantes dos blocos parlamentares e partidos representados na Câmara Municipal.
    
Nas comissões permanentes, onde já havia um prazo de dez dias para que o relator nomeado pelo presidente do colegiado apresentasse seu parecer, foi incluído um mecanismo de punição para quem atrasa esse trabalho. Se o relator descumprir o prazo, o presidente pode dar um dia extra e depois, se não apresentado o parecer, penalizar o parlamentar suspendendo-o de analisar novos projetos.
    
Os quinze minutos de “tolerância” também são oficializados no pacote de mudanças do Regimento Interno, formalizando a prática de aguardar brevemente para o início das sessões plenárias. Atualmente elas começam às 9h, desde que haja a presença de treze ou mais vereadores (um terço dos parlamentares). O uso do grande expediente passa a ser regulado por um rodízio entre os parlamentares, dando prioridade ao uso da palavra por aqueles vereadores que não utilizaram o espaço nas duas sessões anteriores.
    
Outras mudanças que serão analisadas propõem a criação de uma Comissão Unificada,  para analisar projetos de lei que tramitam em regime de urgência, tanto de iniciativa do Legislativo, como do Executivo; a possibilidade de encerramento da sessão por acordo de lideranças, sem a necessidade de deliberação plenária; realização da chamada após o encerramento da ordem do dia, e não mais após o grande expediente; procedimentos para otimizar o processo de votação, considerando a votação como um conjunto de atos, sendo a votação um elemento desse conjunto; mudança no prazo para que um projeto instruído pelas comissões seja incluído na ordem do dia; extinção, ou não, das sugestões ao Executivo, limitando a indicação ao Executivo de um projeto de lei que seja de sua iniciativa exclusiva.

Financiamentos

A Câmara Municipal analisa em primeiro turno, na segunda-feira (9), a autorização para que a prefeitura contrate operações de crédito junto à Caixa Econômica Federal, até o limite de R$ 103,6 milhões. O Executivo solicita os recursos para obras do PAC da Copa e projetos habitacionais, dentre outros itens.
    
A mensagem referente às obras de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014 dispõe sobre a contratação de financiamento até o limite de R$ 76,3 milhões (005.00263.2013). O empréstimo complementaria investimentos já previstos no PAC da Copa (Corredor Aeroporto-Rodoferroviária, requalificação da Rodoferroviária, Linha Verde Sul, Corredor Marechal Floriano e ampliação do Terminal do Santa Cândida).
    
A outra proposta (005.00264.2013) trata de operação de crédito, de até R$ 27,3 milhões, para investimentos em habitação popular e urbanização de favelas (nas bacias dos rios Belém, Bacia do Ribeirão dos Padilha, Vila Formosa, Iguaçu e nas vilas Terra Santa, Autódromo, Parolin, Torres e Pantanal, dentre outras localidades). Também deve contemplar obras de drenagem e a implantação do Centro das Artes e dos Esportes Unificado (CEU, antiga praça dos Esportes e da Cultura).

Tribuna Livre

O combate à pichação é mote da Tribuna Livre da próxima semana. Por proposição do vereador Helio Wirbiski (PPS), a Câmara de Curitiba recebe, na sessão desta quarta-feira (11), o vice-presidente e coordenador do Conselho das Câmaras Setoriais da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina.
    
O convidado vai tratar das ações de despichação da cidade, que integram a campanha “Pichação é crime. Denuncie”. Promovida pela ACP e a prefeitura, a iniciativa conta com o apoio de diversas instituições. Também serão discutidas, dentre outros temas, a lei que criminaliza a pichação e a que proíbe a venda de tinta spray para menores de 18 anos.
    
“O tema traz em seu bojo a discussão para conscientizar comerciantes e toda a população para que exerça sua cidadania e denunciar os infratores”, completa Wirbiski.