Câmara discute greve nas universidades federais

por Assessoria Comunicação publicado 15/08/2012 17h10, última modificação 03/09/2021 07h41
A Câmara de Curitiba abriu espaço, na sessão desta quarta-feira (15), ao comando de greve da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para discutir, expor os motivos e buscar soluções para a greve geral das universidades federais, que hoje completa 90 dias. Para o debate foi utilizado o espaço da Tribuna Livre, ocupada por Luis Allan Kunzle, presidente da Associação dos Professores da UFPR.
Em sua fala, o presidente explicou que, apesar de se tratar de reivindicações ao governo federal, a paralisação traz prejuízos à comunidade local, razão pela qual torna pertinente abordar o assunto no Legislativo municipal. Ele destacou, ainda, a relevância das instituições de ensino superior públicas, responsáveis por 92% da pesquisa científica do Brasil, atividade que alavanca o crescimento econômico. Sobre a greve, que reúne professores e técnicos administrativos, Kunzle detalhou que se deve, principalmente, à falta de interesse do Executivo federal em negociar. “Temos duas pautas principais, a reestruturação das carreiras e melhores condições de trabalho, mas as propostas que nos ofereceram são inaceitáveis”, afirmou.
Também integrante do comando de greve, o professor Lafaiete Neves disse que é preciso acabar com o mito de que a educação é prioridade. Para ele, só haverá mudanças quando a política econômica da nação for outra, e houver maior destinação de recursos ao setor. “Os professores ganham muito mal, bem abaixo de outras categorias. O salário desses profissionais deveria servir de referência ao funcionalismo, como é feito em alguns países desenvolvidos”, defendeu.
Os vereadores manifestaram solidariedade às reivindicações dos grevistas e se comprometeram a aprovar uma moção de apoio, intercedendo junto ao governo federal, bem como acionar os deputados federais e senadores do estado, para que sejam reabertas as negociações.