Câmara debate atuação da enfermagem no SUS

por Assessoria Comunicação publicado 08/08/2012 16h25, última modificação 03/09/2021 07h32
A importância do trabalho dos profissionais de enfermagem no Sistema Único de Saúde (SUS) e as principais demandas da categoria foram apresentadas na sessão desta quarta-feira (8), na Câmara de Curitiba. Para a discussão, foi convidada a enfermeira Simone Peruzzo, secretária- geral da Associação Brasileira de Enfermagem, que utilizou o espaço da Tribuna Livre. Em sua fala, Peruzzo explicou que três carreiras diferentes compõem a enfermagem: os auxiliares, os técnicos e os enfermeiros, sendo que a categoria soma 58% dos profissionais do SUS, sistema do qual dependem, exclusivamente, 150 milhões de brasileiros. “O nosso sistema de saúde tem que funcionar como um efetivo mecanismo de inclusão social, e os seus usuários têm que ser os protagonistas desta ação”, ressaltou.
A especialista informou ainda que existe um déficit de 390 mil profissionais de enfermagem no sistema, e manifestou o desejo de que os governos reconheçam esses trabalhadores como essenciais. Ela relatou que as principais dificuldades estão no ambiente de trabalho. “As nossas condições de exercer o ofício são insuficientes e inadequadas. As maiores causas de ausência ao serviço são os acidentes de trabalho, lesões por esforço repetitivo e problemas psicológicos. Todos causados por carga excessiva de atividades”, lamenta. Para solucionar estes problemas, as entidades da classe solicitam a regulamentação da jornada profissional, criação de pisos salariais, requalificação dos auxiliares de enfermagem, além de um plano nacional de carreiras.
Diversos vereadores questionaram sobre a saúde no município e comentaram os dados e as informações apresentadas pela especialista. Foram respondidas perguntas sobre a qualidade do ensino e da formação desses trabalhadores, além das regras que estabelecem o número mínimo de profissionais para atender a população.
Vereadores da oposição indagaram quais as razões para as pesquisas de opinião mostrarem alto grau de insatisfação com os serviços de saúde, se por falta de recursos ou má gestão. Afirmaram ainda que a jornada de 30 horas semanais não dá conta de resolver os problemas, visto que muitos acabam por enfrentar dupla ou tripla jornada. Já os parlamentares da situação destacaram os avanços conquistados nos últimos anos, visto que Curitiba foi a primeira cidade do país a adotar redução na jornada e ser a capital com menor índice de mortalidade infantil, além de assinalar a carência de mais recursos federais para a área.
A palestrante finalizou afirmando ser necessária uma mudança na formação dos profissionais de saúde, que muitas vezes não estão preparados para atender na metodologia de saúde da família, adotada no SUS. “Estamos avançando. Temos uma extensa rede com mais de 100 unidades básicas de saúde, triplicamos o número de enfermeiros nos últimos 10 anos e conquistamos a redução da jornada para 30 horas”, resumiu.