Câmara de Curitiba registra Dia Municipal Contra a Homofobia

por Assessoria Comunicação publicado 14/05/2014 16h05, última modificação 23/09/2021 09h45

A Câmara de Curitiba registrou, nesta quarta-feira (14), o Dia Municipal Contra a Homofobia, comemorado em 17 de maio por meio da lei nº 12.217/2007, de iniciativa da vereadora Julieta Reis (DEM). A convite da Professora Josete (PT), a Casa recebeu, durante a sessão, representantes de entidades dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT).

“Precisamos de políticas públicas para garantir o atendimento de grupos em vulnerabilidade social”, afirmou Josete. Ela defendeu o debate, na Câmara de Curitiba, de temas como o atendimento da comunidade LGBT na saúde pública e escolas municipais, além da manifestação dos vereadores sobre projetos de lei em tramitação no Congresso Federal. (Com sonora)

Diretor-executivo do Grupo Dignidade, Toni Reis disse que o Brasil registrou, em 2012,  9,9 mil violações de direitos contra a comunidade LGBT. “Ninguém precisa aceitar nenhum comportamento e não fazemos apologia a nada. Nós queremos é pedir respeito, dialogar e discutir a cidadania”, manifestou. Ele também reforçou que o 17 de maio remete à data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou, em 1990, a homossexualidade da lista de doenças mentais.

A segunda oradora foi a ativista Marise Felix da Silva, do Mães pela Igualdade. Criado há três anos, o movimento reúne pais de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. “Ser mãe de uma lésbica não me causa constrangimento algum. Ficaria constrangida se ela espelhasse o ódio ou ferisse alguém. Faço parte de um grupo que luta contra a disseminação desse ódio, e temos mães que perderam seus filhos para a homofobia”, declarou. (Com sonora)

Na tribuna da Casa, Marise alertou ao bullying homofóbico, que “retira jovens da escola”, e ao preconceito no mercado de trabalho. Também defendeu o projeto em tramitação no Congresso Nacional que prevê o reconhecimento da identidade de gênero (chamada de Lei João Nery, primeiro transexual masculino a fazer a cirurgia no Brasil) e normas que tratem do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e da criminalização da homofobia. “A homofobia exclui e mata”, justificou.

Rafaelly Wiest representou o Transgrupo Marcela Prado. A presidente da entidade disse que o transexual enfrenta dificuldades no mercado de trabalho. “Resolveram limpar as ruas para a Copa do Mundo. A prostituição não é crime no Brasil, e sim a exploração sexual. Alguém já se perguntou por que a pessoa está na rua? Por que  abandonou os estudos? Por que está longe da família?”, questionou.

“Vejo diariamente transexuais procurando emprego, mas quando chegam e apresentam um documento masculino escutam, na hora, que a vaga já foi preenchida”, relatou. “Precisamos discutir a prostituição, a permanência na escola e o atendimento nas unidades de saúde. Sou curitibana e quero ser tratada como qualquer outro cidadão, sem privilégios”, finalizou Rafaelly.

Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública da Câmara de Curitiba, Carla Pimentel (PSC) disse que o colegiado está aberto para o diálogo com a comunidade LGBT. Também participaram do debate o presidente da Casa, Paulo Salamuni (PV), e os vereadores Chico do Uberaba (PMN) e Noemia Rocha (PMDB).