Câmara de Curitiba recebe sindicatos pela segunda vez nesta semana
Com a manifestação de servidores públicos nesta quarta-feira (31), a Comissão Executiva e a Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) se dispuseram a marcar uma reunião entre a Prefeitura e os sindicatos na semana que vem para discutir projetos de lei do Executivo que tramitam no Legislativo. Entre eles estão o reajuste de 3% para os funcionários públicos, alterações na data-base, contratação de temporários, previdência e gratificação. Foi a segunda reunião nesta semana (leia mais).
Participaram da conversa o presidente Serginho do Posto (PSDB), o primeiro-secretário Bruno Pessuti (PSD), o segundo-secretário Mauro Ignácio (PSB), o corregedor Dr. Wolmir Aguiar (PSC), o presidente da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, Thiago Ferro (PSDB), os vereadores Noemia Rocha (PMDB), Professora Josete (PT), Goura (PDT), Mestre Pop (PSC) e os representantes dos sindicatos Sismuc (geral), Sismmac (professores) e Sigmuc (guardas municipais). A reunião ocorreu antes da audiência pública para apresentação do resultado da consulta sobre o orçamento da cidade para 2019.
“Não precisamos de enfrentamento. Precisamos inaugurar uma nova fase [após o Plano de Recuperação]”, disse o presidente da CMC aos sindicalistas. “Não tratamos nenhuma pessoa, nenhum sindicalista dessa forma [desrespeitosa]”, disse Serginho, referindo-se às palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, da antessala do Palácio Rio Branco na entrada do plenário. Durante o pequeno expediente ocorreram sucessivas interrupções da sessão.
Em resposta, Wagner Argenton, do Sismmac, disse que “foi o Executivo quem criou essa situação”. Ele acusou a prefeitura de “falta de diálogo”. “Como pedir para eles [os manifestantes] ficarem tranquilos sem dois anos de plano de carreira? O reajuste foi anunciado pelo Facebook. Não nos tratam como representantes [dos servidores]. Vamos criar de novo aquele clima [do Plano de Recuperração, quando a CMC foi invadida e as sessões transferidas para a Ópera de Arame]?”, perguntou o sindicalista.
“A gente não quer confronto”, rebateu Serginho, ao mesmo tempo que cobrava mais urbanidade e liderança das entidades, “para que a conversa possa evoluir”. O representante do Sismmac emendou dizendo que os gritos começaram em decorrência de os manifestantes se sentirem provocados por pronunciamentos de vereadores na tribuna. Argentou finalizou: “eu respondo civil e criminalmente por mim mesmo. Eu não controlo essa galera”. Os sindicalistas apontaram que, há 31 meses sem reposição inflacionária, o reajuste deveria ser de 9,48% em vez de 3% como sugere o Executivo.
Após a reunião, os ânimos se arrefeceram e a audiência pública foi realizada sem incidentes. Um acordo entre os vereadores da base garantiu que oito sindicalistas fizessem perguntas à superintendente da secretaria municipal de Finanças, Daniele Regina dos Santos. Em resumo, ela disse que há um “espaço orçamentário” nas contas públicas de 2019 para gasto com o funcionalismo. “Pode ser usado para as demandas da secretaria de Recursos Humanos, mas a decisão tem que ficar dentro do espaço”, afirmou.
Os sindicalistas ficaram dentro do plenário, enquanto 28 pessoas puderam usar as galerias do Palácio Rio Branco, interditadas desde junho de 2017, quando a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) da Defesa Civil de Curitiba e o Corpo de Bombeiros acenaram com a possibilidade de dano à estrutura após a invasão do prédio por manifestantes. Isso ocorreu durante a votação dos projetos do Plano de Recuperação.
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