Câmara de Curitiba pede inclusão de farmacêuticos e bancários na vacinação
Duas categorias profissionais tiveram aprovadas, nesta quarta-feira (19), indicações dos vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) requisitando ao Executivo a inclusão delas na lista de prioridades do Plano de Imunização. As sugestões aprovadas pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) não são impositivas, mas sinalizam ao Executivo quais são as demandas da sociedade que têm apoio de parlamentares da cidade.
O pedido para vacinação prioritária dos farmacêuticos (203.00258.2021) foi protocolada pelo vereador Marcos Vieira (PDT) e se soma às demais sugestões nesse sentido encaminhadas pela CMC para a Prefeitura de Curitiba. “Muitos funcionários de farmácias, que também estão na linha de frente, já ficaram doentes e acabaram falecendo. Eles estão muito expostos, diariamente, constituindo um grupo de risco”, justificou o parlamentar.
Assinada pela bancada do PT – Carol Dartora, Professora Josete e Renato Freitas, a outra sugestão destaca o risco a que estão expostos os trabalhadores das instituições financeiras, dos bancários aos funcionários da segurança e da limpeza (203.00260.2021). “Trata-se de dar tratamento adequado aos profissionais que há mais de um ano realizam uma atividade relevante”, justificam os vereadores. No início da semana, o Legislativo pediu a mesma atenção às lactantes, radiologistas e agentes de trânsito, por exemplo (leia mais).
“Vacinação lenta”
O debate sobre o andamento da vacinação no Brasil, classificada como “lenta”, na véspera (leia mais), continuou hoje no plenário da CMC. À frente da Frente Parlamentar de Acompanhamento do Plano de Vacinação, Marcos Vieira disse que após reunião com a secretária da Saúde, Márcia Huçulak, em março, na qual ela ponderou que os dados estavam todos no painel colocado pelo Executivo na internet, os vereadores focaram em eventos com especialistas sobre a importância da vacinação. “É só a vacina que vai trazer segurança e dar início à retomada da economia”, disse.
Vieira reclamou do baixo incentivo dado pelo presidente Jair Bolsonaro à imunização da população. Antes dele, Toninho da Farmácia (DEM) havia reclamado do fato do Brasil não ter aceitado as primeiras ofertas de vacinas ao país pelos laboratórios internacionais. “A burocracia deixou o governador e o prefeito em uma situação difícil. Eu vi ontem o avanço da vacinação nos EUA e queria que a gente estivesse assim aqui, com as crianças já sendo vacinadas”, lamentou. “Só vamos vencer a pandemia se a população colaborar”.
Maria Leticia (PV) questionou a pressa do Executivo em aprovar, na Câmara de Curitiba, projetos autorizando a prefeitura a comprar doses de imunizantes com recursos próprios (leia mais). “Quais laboratórios foram contatados e com quais resultados? Qual valor a prefeitura reservou para essa aquisição? Está na hora de ampliarmos esses questionamentos”, defendeu a parlamentar.
Visitas hospitalares
Em votação simbólica, a CMC aprovou sugestão do vereador Oscalino do Povo (PP), pedindo que sejam ampliadas as visitas hospitalares nesse período, garantindo esse direito aos que comprovem estar imunizados e desde que usem máscara, higienizem as mãos e respeitem as regras de cada instituição de saúde (203.00259.2021). O autor não discutiu a matéria, que sofreu uma objeção, da Professora Josete (PT).
“Estudos indicam que pessoas vacinadas ainda podem transmitir o vírus”, alertou Josete. Ela disse que “em respeito ao parlamentar” não votaria contrariamente à sugestão, mas que provavelmente a Secretaria Municipal de Saúde “não a colocará em prática”. Fazendo um adendo, Maria Leticia reforçou que mesmo a vacinação não garante que, pontualmente, um caso grave evolua para óbito. “Não podemos abrir mão dos cuidados”, defendeu.
Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los e submetidas ao plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.
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