Câmara de Curitiba não terá mandatos coletivos em 2025

por Pietra Hara*, especial para a CMC — publicado 17/10/2024 18h30, última modificação 17/10/2024 18h26
Nas eleições de 2024, dois mandatos coletivos se candidataram para a vaga de vereador em Curitiba, conseguindo 1.249 votos ao todo.
Câmara de Curitiba não terá mandatos coletivos em 2025

Candidaturas coletivas caíram de cinco, em 2020, para duas nas Eleições 2024. (Foto: Arquivo/CMC)

Você sabia que duas ou mais pessoas podem se unir para concorrer a um cargo do Poder Legislativo no Brasil? Sim, este é o caso das chamadas candidaturas coletivas. De acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), 280 mandatos coletivos disputaram as Eleições 2024 no país. Em Curitiba, tivemos duas chapas com essa classificação, três a menos do que nas eleições municipais anteriores, a primeira em que houve registro de grupos concorrendo a uma vaga de vereador na cidade.

Dentre os dois mandatos coletivos deste ano, o Coletivo das Culturas, do Partido Comunista Do Brasil (PCdoB), foi o mais bem-sucedido. Com o produtor musical, radialista e vocalista da banda de rock psychobilly Sick Sick Sinners, Vlad Urban, como porta-voz, a candidatura conjunta com Guta Stresser (atriz, diretora e escritora), Rubia Oliveira (produtora e musicista), Camila Ra Tej (artesã e estudante de antropologia) e Mah Ferreira (radialista e ativista cultural) alcançou a marca de 1.161 votos.

A segunda candidatura coletiva foi do Coletivo Juntos Somos Mais, do qual fizeram parte a estudante de pedagogia Jakeline Furlan, porta-voz do grupo, o empresário Luizinho do Bar e o médico da família Ridiney. A chapa concorreu pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e conseguiu 188 votos. Em 2020, foram mais de 9 mil votos destinados às candidaturas coletivas, dentre elas a da Mandata Coletiva das Pretas, do PT, da qual foi representante a atual vereadora reeleita Giorgia Prates, acumulando 3,5 mil votos à época. Neste ano, porém, Giorgia não compôs chapa coletiva.

As candidaturas coletivas de 2024 surgem como um caminho para ampliar a representatividade política no legislativo, mas essa modalidade ainda não é totalmente regulamentada no Brasil. Em 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou uma resolução que autorizou mandatos coletivos a participarem das eleições por todo o país. Entretanto, em 2023, a Câmara dos Deputados aprovou preliminarmente uma emenda para a Lei dos Partidos Políticos, a Lei das Eleições e do Código Eleitoral, que proíbe candidaturas coletivas (PL 4438/2023). Essa emenda foi apresentada por políticos dos partidos União, PSD e Republicanos e ainda depende do parecer positivo no Senado para ter efeito, o que ainda não aconteceu.

*Notícia elaborada pela estudante de Jornalismo Pietra Hara, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: Michelle Stival
Edição: José Lázaro Jr.
Revisão: Ricardo Marques