"Câmara de Curitiba fez reforma; Congresso está inerte", diz presidente
"A Câmara de Curitiba promoveu a maior reforma administrativa de um governo municipal no ano passado [com a aprovação do Plano de Recuperação], e isso fez com que a população tenha agora melhores serviços públicos [da prefeitura]. Isso não aconteceu na esfera federal. Faz 13 anos que sou vereador e cobro reformas dessa tribuna, mas elas não aconteceram. Essa é uma crítica direta ao Congresso, que tem sido inerte", protestou Serginho do Posto (PSDB), presidente do Legislativo, durante a sessão plenária desta quarta-feira (21).
No espaço do grande expediente, Serginho do Posto reclamou de o governo federal recuar na votação da reforma da Previdência. Para ele, não só essas alterações deveriam ser feitas, mas as reformas tributária, administrativa e do Judiciário deveriam sair do papel. Em relação à previdenciária, contudo, disse discordar do formato apresentado, pois ela precisava ser debatida com a sociedade, “já que da forma como estava não passaria [pelo crivo dos congressistas], pois não dá para ser nem 8, nem 80”.
"Tenho enviado e-mails aos congressistas questionando por que não se faz, por exemplo, um mínimo orçamentário para a segurança pública, como existe para a saúde e para a educação, para não chegar ao ponto que chegou o Rio de Janeiro", disse, dando outro exemplo do que ele considera uma pauta urgente para Brasília. O comentário sobre a situação da segurança pública no Rio de Janeiro motivou a participação de mais vereadores no debate, com Bruno Pessuti (PSD), Ezequias Barros (PRP), Mauro Ignácio (PSB), Maria Manfron (PP), Osias Moraes (PRB) e Professora Josete (PT) comentando a matéria.
A vereadora do PT, por exemplo, disse que a intervenção federal no Rio de Janeiro “é um balão de ensaio para testar a população brasileira”, “que tem críticos dentro do próprio Exército” e maldisse a apologia à reforma da Previdência, que para Josete está baseada em “falsas premissas” e alinhada à uma política neoliberal internacional, que nos EUA e na França deu incentivos fiscais às grandes empresas enquanto, simultaneamente, “retira direitos trabalhistas e gastos sociais”.
Josete fez um paralelo vinculando essa situação ao município, dizendo que autorizar a contratação de organizações sociais na Saúde e na Educação seria um exemplo local dessa política neoliberal, pois, na opinião da parlamentar, isso “precariza os serviços públicos”. Ela falou por último sobre o tema, depois de Osias Moraes defender o debate sobre a previdência, “pois era uma reforma muito esperada por todos nós e o Congresso não fez a lição de casa”.
“Só um novo Congresso pode trazer esperanças ao país”, tinha dito antes Ezequias Barros (PRP). “Há necessidade de reformas”, disse, ao vincular a realização delas a ter mais dinheiro para a segurança pública. “Temo por todo esse trabalho que o Exército vai fazer lá [no Rio de Janeiro], pois vai espalhar bandido por tudo que é lado do Brasil. Quando se aperta um local com o comando forte, vai espalhar a insegurança”, disse o vereador. Maria Manfron também disse estar apreensiva, pois “o medo das pessoas está cada vez maior”.
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