A primeira remessa de donativos ao Rio Grande do Sul entregues na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) foi coletada, na manhã desta quarta-feira (8), pela Fundação de Ação Social (FAS), da Prefeitura. Como a campanha para arrecadar doações às cidades atingidas por inundações sem precedentes foi prorrogada, o Legislativo da capital mantém os dois pontos de coleta por tempo indeterminado.

“Em decisão da FAS e também da Defesa Civil do Estado do Paraná, a campanha continua”, explicou o presidente Marcelo Fachinello (Pode). “Então, peço mais uma vez a mobilização dos vereadores e vereadoras, dos gabinetes e também dos servidores da Casa e, de antemão, já agradeço a disponibilidade de todos de participarem. Foi um grande volume que conseguimos arrecadar. Neste momento, o que é mais necessário é água potável, água mineral, para que possamos enviar para o povo gaúcho, que passa por essa situação tão difícil e tão complicada”, completou.

A água mineral é o item com a maior demanda. A campanha também busca arrecadar alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e de higiene pessoal. A Câmara de Curitiba está, desde a última segunda-feira (6), com dois pontos de coleta. As doações devem ser entregues nas portarias dos anexos 1 (em frente a praça Eufrásio Correia) e 2 (avenida Visconde de Guarapuava, esquina com a rua Lourenço Pinto).

Conforme o último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado na manhã desta quarta, foram registrados 95 óbitos e outros 4 estão em investigação. Há 128 desaparecidos, 372 feridos, 158.992 desalojados e 66.434 pessoas em abrigos. Foram afetados 414 dos 497 municípios do estado.

As inundações repercutiram na Câmara de Curitiba pela terceira sessão plenária consecutiva. Os vereadores Pier Petruzziello (PP) e Bruno Pessuti (Pode) lamentaram a tragédia em pronunciamentos no pequeno expediente. “Quero parabenizar toda a equipe da Câmara Municipal, o presidente Fachinello, o nosso diretor [geral] Glauco [Requião], pela ação de arrecadação, aqui, de mantimentos para a população do Rio Grande do Sul”, elogiou Petruzzielo.

“Nós temos acompanhado as notícias das chuvas, das doações, imagens muito solidárias do povo curitibano, que ontem no Quartel dos Bombeiros, ali no Portão, de maneira voluntária, estava levando os donativos. As pessoas estão se organizando, fábricas de cerveja estão transformando toda a sua produção para a de água, as fábricas de suco e de leite da mesma forma”, afirmou Pessuti.

“Antes de falar sobre a tragédia, nós temos que lembrar que as mudanças climáticas são reais e elas estão acontecendo. Eu, enquanto professor de Produção de Energia Sustentável, falava aos meus alunos sobre a quantidade de gás carbônico na atmosfera, […] então, por mais que questionem o aquecimento global, é fato que o CO2 na atmosfera, não somente o CO2, mas outros gases, provocam o efeito estufa e isso tem mudado o clima", acrescentou.

*Matéria elaborada pela estudante de Jornalismo Nicole Thessing* , especial para a CMC
Supervisão do estágio: Fernanda Foggiato
Revisão: Ricardo Marques