Nesta quarta-feira (11), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) promoveu uma sessão solene para celebrar a passagem dos 50 anos da Promessa Escoteira que o ex-vereador e ex-presidente da CMC Paulo Salamuni realizou quando ingressou no Escotismo, em 1974. A iniciativa do evento foi do vereador Pier Petruzziello (PP), que também foi escoteiro. A União dos Escoteiros do Brasil (UEB) concedeu ao homenageado a Medalha do Velho Lobo (honraria aos que completam 50 anos de dedicação ao Movimento Escoteiro e que tenham prestado serviços em prol da difusão dessa atividade).

Compuseram a mesa: Pier Petruzziello (PP), proponente da homenagem; Paulo Salamuni, homenageado, ex-presidente da Câmara Municipal de Curitiba; vereador Mauro Bobato (PP); Jorge Samek, ex-vereador, ex-deputado federal e ex-presidente da Itaipu Binacional; Irineu Muniz de Resende, vice-presidente da UEB; Rosano Ouriques, diretor-presidente da Região Escoteira do Paraná; José Mário Moraes e Silva, presidente do Grupo Escoteiro Nossa Senhora Medianeira; Séris Aparecida Vosgerau, conselheira do Conselho de Administração Nacional (CAN) dos Escoteiros do Brasil; e Ilka Denise Rosseto Gallego Campos, vice-presidente do CAN.

Assista à sessão solene no canal de YouTube da CMC

Salamuni, um dos nomes mais importantes do Escotismo no Brasil

O vereador Pier Petruzziello, proponente da homenagem, iniciou sua saudação declarando ser fácil falar sobre Paulo Salamuni: “Um amigo, um colega de Câmara. Quando cheguei aqui, em 2012, tive a oportunidade de não só conviver com ele, mas, também, de ser liderado por ele, que à época exercia a liderança do governo e, também, posteriormente, a presidência da Câmara Municipal de Curitiba”.

De acordo com Pier, Salamuni foi um vereador de muita responsabilidade, sempre educado e cortês. “Para além disso, Salamuni possui uma história admirável no Escotismo e que eu respeito muito”, declarou o parlamentar, que revelou ter sido lobinho e escoteiro, tendo participado do Jamboree (encontro internacional de escoteiros) realizado no Chile, em 1999. “Dentro de sua trajetória profissional na Procuradoria e, posteriormente, na política, nunca escondeu o amor pelo Escotismo e as amizades que fez no mundo escoteiro. Pelo contrário, sempre divulgou o escotismo com gratidão, orgulho e denodo”, afirmou Pier Petruzziello.

Segundo o vereador, a homenagem a Salamuni foi sugerida por José Mário Moraes e Silva, presidente do Grupo Escoteiro Nossa Senhora Medianeira, mas o próprio Salamuni propôs estender a honraria à União dos Escoteiros do Brasil (UEB), que completou 100 anos de existência.

Pier lembrou que Salamuni iniciou no escotismo há 50 anos, quando integrou justamente o Grupo Escoteiro Nossa Senhora Medianeira. Foi presidente da Região Escoteira do Paraná por três períodos e presidente da Diretoria Executiva Nacional da União dos Escoteiros do Brasil. “Trabalhou, de fato, para transformar a UEB na maior instituição de educação não formal do país. Hoje, aos 100 anos de idade, a UEB conta com 100 mil inscritos”, comentou o vereador.

Para Pier, essa homenagem mostra que Salamuni é um dos nomes mais importantes do Movimento Escoteiro no Brasil. “Tenho certeza, Paulo, que seu pai, Riad Salamuni, e sua mãe, Oda Salamuni (que nos deixou há pouco tempo), seus irmãos queridos e todos os seus amigos têm orgulho de sua trajetória reta em prol da cidade e, da mesma forma, orgulho de sua atuação no Movimento Escoteiro do Brasil. Viva Salamuni, viva a UEB e viva a todos os escoteiros do Brasil”, concluiu Pier Petruzziello.

Aplicando os valores do Escotismo à sua trajetória política

Irineu Muniz de Resende, vice-presidente da UEB, entregou a Paulo Salamuni a medalha do Velho Lobo (honraria do Movimento Escoteiro), em razão dos seus 50 anos de Promessa Escoteira e pelos serviços prestados em prol do Escotismo. “O Paulo tem sido um exemplo para o nosso movimento, nós que começamos em uma Curitiba diferente, na qual a gente andava na rua e todo mundo se conhecia. Eram, naquele momento apenas seis grupos escoteiros, praticamente uma família”, disse.

De acordo com Resende, muitos políticos se tornaram escoteiros ao longo da vida, mas Paulo Salamuni foi um escoteiro que aplicou os valores do Escotismo à sua trajetória política. Ao receber a medalha do Velho Lobo, Salamuni renovou sua Promessa Escoteira.

Na trajetória de escoteiro e de político, um “caçador de nuvens”

“A minha cordial e fraterna saudação escoteira a todos aqui presentes”, disse o homenageado Paulo Salamuni, ao abrir sua fala de agradecimento. Ele lembrou que, durante sua gestão como presidente da Câmara, o Palácio Rio Branco, sede do Legislativo Municipal, recebeu um reforço estrutural.

“O prédio, de autoria do engenheiro piemontês Ernesto Guaita (1843-1916), foi inaugurado em 1896, época em que a região era transitada por carroças. Hoje, por aqui, passam os expressos biarticulados, os maiores ônibus do mundo, e há a avenida Visconde de Guarapuava, uma das mais movimentadas da cidade. A intervenção foi necessária, pois, mais do que importância material, essa construção é sinônimo de liberdade e de democracia”, disse o homenageado, ex-presidente da Câmara.

Salamuni comentou que, em sua trajetória como escoteiro e político, foi um “caçador de nuvens” que acabou sendo caçado por tempestades. “E duas delas, benfazejas, me colocaram no topo de duas montanhas: ser presidente da Câmara Municipal de Curitiba e presidente da União dos Escoteiros do Brasil”, afirmou.

O homenageado destacou sua entrada no Escotismo, no Grupo Escoteiro Nossa Senhora Medianeira. “Foi uma família que se formou dentro desse grupo. Eu nunca deixo de homenagear o irmão do Zé Mário e da Teresa, que tinha a minha idade e foi escoteiro comigo, o Gil. Muito cedo, aos 14 anos, foi acometido de um câncer e nós o perdemos. Imaginem o que significou isso para nós”, rememorou.

“A UEB completou um século, o primeiro de muitos”

Paulo Salamuni disse que todo o esforço do Movimento Escoteiro visa entregar pessoas melhores à sociedade, líderes úteis, melhores cidadãos. Ele lembrou que, em 1910, Aurélio de Azevedo Marques veio para o Brasil trazendo ideias, uniformes e insígnia. “Em 1924, a pedido do fundador do Escotismo, por meio de uma carta, foi solicitada a unidade dos escoteiros em nosso país e, em 4 de novembro daquele ano, foi fundada a União dos Escoteiros do Brasil”, disse Salamuni. De acordo com ele, o grande momento foi o Jamboree Panamericano, de 2001, no qual chegou a ser planejada a instituição de uma Federação de Escotismo no Brasil.

“Neste mesmo evento, foi criado um consórcio que envolvia São Paulo e os três estados do Sul do país. Aquele jamboree teve a presença de 8 mil escoteiros e foi um momento decisivo que teve apoio da Itaipu, que então era presidida por Jorge Samek”, lembrou o homenageado. Para Salamuni, o Escotismo exige a coragem de seguir em frente e não desistir: “A coragem é a matéria-prima da civilização. Sem ela, as demais virtudes sucumbem em frente ao perigo e as instituições perecem, mas nós persistimos e a UEB completou um século, o primeiro de muitos que hão de vir”.

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